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As sete maravilhas de Natal em 1955

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André Felipe Pignataro Furtado
[Sócio do IHGRN]
O escritor e jornalista natalense Veríssimo Pinheiro de Melo (1921-1996)  lançou, em 29/11/1955, na sua coluna “Reportagem Social”, do antigo jornal O Poti, do grupo Diários Associados, uma curiosa enquete, a que chamou de “Quais as Sete Maravilhas da Cidade do Natal?”.

Sua ideia era divulgar o resultado da enquete, de modo a apresentar ao leitor as sete maravilhas da nossa cidade, de acordo com a opinião de alguns intelectuais da época. Como seu idealizador, Veríssimo de Melo deu início aos trabalhos e expôs as suas respostas. No dia seguinte, foi a vez do mestre Luís da Câmara Cascudo.

A enquete prosseguiu durante o mês de dezembro e adentrou em 1956, quando foram publicadas, no dia 28 de janeiro, as respostas do Cônego Jorge O’Grady.

Entre as personalidades que responderam a enquete, todas conhecidas dos natalenses, estão, além das que já foram citadas: Clarice Palma, Newton Navarro, Rômulo Wanderley, João Medeiros Filho, João Alfredo Cortez, Prof. Saturnino, Sandoval Wanderley, Paulo Macedo e Otoniel Meneses.

E é muito interessante ver que algumas respostas representam muito bem aquela Natal de meados do Século XX. Além das respostas clássicas, como o Rio Potengi e a Fortaleza dos Reis Magos, que demonstram o conservadorismo e a tradição dos natalenses, tiveram, ainda, respostas poéticas, como o delicioso clima, o mar, o céu, uma manhã de sol, o luar na areia e o silêncio noturno. Outros pontos referidos foram a Ponte de Igapó, o Teatro Carlos Gomes (atual Alberto Maranhão) e o Farol de Mãe Luiza.

O lado religioso também se fez presente, com a torre da igreja de Santo Antônio, a devoção ao Padre João Maria e a véspera de noite de Reis. Na culinária, as peixadas, as caranguejadas e o caju, além de uma menção ao icônico restaurante Peixada da Comadre. As praias, como não poderia deixar de ser, foram citadas – Areia Preta, Ponta Negra, Redinha, Praia do Meio e Pirangi (à época, Parnamirim não havia se emancipado de Natal). A própria vida em sociedade foi bastante lembrada, com respostas do tipo: a vida provinciana, conviver com grandes pessoas, a bondade do natalense e a mulher natalense, com destaque para as vencedoras de concursos de Miss.

Ao todo, 22 pessoas responderam a enquete. A maioria dos participantes levou-a a sério. Outros, na brincadeira – mas, mesmo assim, tiveram suas respostas publicadas. Encerrada a enquete, não se sabe por que, Veríssimo de Melo não contabilizou seu resultado nem mencionou mais nada sobre o assunto na sua coluna. Acabou sem dar satisfação e por deixar a todos na curiosidade.

Pois bem. Ao computar apenas as 17 respostas de quem levou a enquete a sério, cheguei ao seguinte resultado sobre as sete maravilhas de Natal: 1ª. Rio Potengi (9 votos), 2ª. Fortaleza dos Reis Magos (8 votos), 3ª. Areia Preta (5 votos), 4ª. Ponta Negra (4 votos), 5ª. Tirol (4 votos), 6ª. Escola Doméstica (4 votos) e 7ª. Avenida Circular – Café Filho (3 votos).

Em razão de alguns empates, foi preciso que eu estipulasse critérios de desempate. Uma tarefa inglória. Para tanto, procurei, ao máximo, balizar-me em outras indicações, a fim de que pudessem me levar para escolher uma do que outra resposta. Tudo isso para, buscando ser o mais fiel possível, e em respeito a Veríssimo de Melo e a todos os que se propuseram a responder à enquete, tentar refletir aquela Natal de 1955.

E, para você, caro leitor, “Quais as Sete Maravilhas da Cidade do Natal”?

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