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As tribos dos babacas

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Alex Medeiros

É aquele que coloca os interesses políticos e as cores de um partido acima de todas as coisas que existem sobre o solo terrestre. E não sabe que as melhores coisas da vida não são coisas. E política é uma coisa menor do que pessoas. O compositor Caetano Veloso, num momento de lucidez, disse que “política é o fim”, sem nem imaginar que dali a alguns anos se enfiaria no meio da guerra de uma mundiça alienada que só tem visão e faro para baboseiras partidárias.

Aliás, alienação sempre foi um substantivo frequente no linguajar dos militantes e eleitores engajados que se achavam diferentes de todo aquele que não pensasse e não falasse em política. Logo eles, limitados num só assunto.

Nas décadas de 1960 e 1970, por exemplo, o mundo viveu a maior efervescência cultural e social do século XX, um período de reviravolta comportamental, de revolução musical a partir do rock, de desbunde com hippies e poetas.

Do meio daquele caldeirão de sentimentos foi que surgiram as centelhas que acenderam as chamas de paz e liberdade durante a Guerra Fria, a Guerra do Vietnã e os conflitos pelo mundo afora. E os politizados teorizando a vida.

Emulados pelas teses do socialismo internacional, os teleguiados da militância jeca passaram a promover as patrulhas ideológicas, impondo o simulacro de dialética para vender o engajamento de cantores, pintores, poetas, jovens.

Não faltavam teses para alimentar o ideal do pensamento único, artista e militante formando um novo exemplo de heroico cidadão. Os livros do intelectual italiano Antonio Gramsci eram bíblias para a nova seita da hegemonia cultural.

Além dele, as tropas da cegueira contagiosa se inspiravam também em discursos sociológicos de Herbert Marcuse, Walter Benjamin, Erich Fromm, Adorno… A ideia era que quem não cantava a revolução era o alienado.

No mundo todo, as artes cantando tudo, os jovens vivendo o amor livre, o rock abrindo consciências, mas os caretas da influência bolchevique viviam seus dias só para a política. Tinham um pensamento único, e alienados eram os outros.

Foram esses bestas o betume que grudou em muitos a mentira de que fazer arte é praticar crítica política, compor canções com notas de conjunturas, criar partidos que possam se tornar tribos e seitas de uma doutrina monozigótica.

Hoje o Brasil está contaminado pelos imbecis que acham que a vida é uma eterna passeata, um moto perpétuo de compulsão. Se esgoelam na defesa de uma sigla ou de um bundão qualquer como se fossem os próprios lar e pai.

Nove em cada dez babacas sequer trocam ideias com os alvos do seu culto. O fanatismo é tanto, o sectarismo é tamanho, que ignoram quando seus ídolos fazem acordo com aqueles que eles mesmos, os babacas, tanto criticaram.

Nos anos 1980, quando Flávio Rocha criou uma patota liberal e se candidatou a deputado, o candidato a governador Geraldo Melo tentou apertar a mão de umas garotas no interior, e estas deram uma rabissaca para vitorioso da eleição.

Naquele momento, percebendo as camisas com a foto de Flávio, Geraldo olhou-as candidamente e disse: “daqui a pouco Flávio Rocha vai chegar nessa cidade, e se nos avistar assim, adivinhem quem ele vai cumprimentar primeiro?”

Eu mesmo, que não tenho a importância de Geraldo, quando encontro um eleitor do PT fanático, que me olha atravessado, lembro do episódio e fico imaginando a chegada de Fátima Bezerra, que nunca me negou um beijo e um abraço. Entendeu, babaca?

Outra coisa
Escrevi o artigo de hoje lembrando de Carlão de Souza, dos primeiros dias em que nos conhecemos, das primeiras cervejas no final dos anos 1980, quando as resenhas de jornalistas e publicitários eram ricas em humor e camaradagem.

Outra coisa II
O último encontro com Carlão foi na companhia de Mário Ivo, no Bombar do Largo do Atheneu. Tínhamos visões diferentes do mundo, ele brincava que eu era a porção de realidade para quando ele se iludisse com os equívocos.

Reis Magos
O velho hotel construído por Aluízio Alves está na nossa memória, não está mais lá na Praia do Meio. E não se pode tombar reminiscências, e nem ruínas. Seria como o Egito tombar a Biblioteca de Alexandria lembrada nos livros de História.

Plano diretor
Começou com boa participação popular a discussão sobre o Plano Diretor de Macaíba, reunindo políticos, empresários, servidores públicos, sindicalistas, lideranças comunitárias e estudantes. A próxima audiência em 15 de outubro.

Autoridades
A mesa da audiência pública no Pax Club foi composta pelo prefeito Fernando Cunha, vice-prefeito Auri Simplício, o vereador Gelson Lima e a promotora de Justiça Raquel Germano. O engenheiro Ricardo Moretti fez uma palestra.

Impressão
O governo do estado vai adotar uma proposta do presidente da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto, de reunir num só lugar umas quatro estruturas de gráficas e rotativas espalhadas e paradas em diversos órgãos públicos.

Livro
Um movimento de amigos e admiradores do poeta cigano Fernando Lima, o Fernandão, para estimular venda antecipada do seu livro “Canção de Maracajaú”. Adesões com Paulo ou João Barra, 99682-1143 e 98837-5465.

Projetando bebês
O rei inglês Henrique VIII rejeitou sua rainha espanhola Catarina de Aragão porque esta não lhe deu um filho homem. O casal estaria junto nos tempos de hoje depois que o cientista japonês Masayuki Shimada inventou um controverso gel que ajuda a separar o esperma que poderia gerar uma menina dos que geram meninos. A Intervenção química reduz a velocidade do cromossomo X e dá vantagem ao Y na corrida para o óvulo.
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