Ângela Paiva participa de reunião da Comissão de Educação
#SAIBAMAIS#O presidente da Comissão, deputado Hermano Morais (MDB), entregou aos participantes uma cópia de Moção de Repúdio ao corte orçamentário, aprovado pelo plenário da Assembleia Legislativa, na terça-feira (07) por proposição do grupo de trabalho. A reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), professora Ângela Paiva, agradeceu o apoio da Casa: “A sociedade precisa entender que não é fazendo cortes na Educação que vai se resolver o problema da Previdência”.
Ângela Paiva disse que a medida vai trazer uma redução de mais de 30% para a UFRN, o equivalente a R$ 60 milhõesm sendo R$ 48 milhões de manutenção e funcionamento e R$ 12 de obras e aquisição de material. “Precisamos reverter esse bloqueio senão o desemprego vai aumentar, pois não teremos condições de pagar o pessoal terceirizado”, destacou.
O representante do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), professor Márcio Azevedo, disse que a redução prevista para aquela Instituição de R$ 27 milhões não é linear e vai trazer prejuízos para os 21 campi no Estado. “Estamos preocupados. Como vamos manter o ensino, a extensão, os nossos laboratórios e aulas de campo. O corte não está claro”, disse Azevedo.
Já o representante da Universidade Estadual do RN (UERN), professor Esdras Marchezan, disse que “a educação pública vai servir como um alvo. Lá se faz pesquisa e é por lá que passa o desenvolvimento econômico e social. A medida traz incerteza para quem administra, para os estudantes e para os servidores”.
Membros da Comissão de Educação repudiam a decisão do MEC, como o deputado Francisco do PT: “E cruel não só para a Educação, mas para o setor social e o desenvolvimento econômico. Quem tem consciência do papel da Educação em nossa vida, sabe que esse corte não deve acontecer.”
O deputado Allyson Bezerra (SDD) também saiu em defesa da educação superior, por entender que “a Universidade não entrega só diploma, ela faz extensão e pesquisas que melhoram a vida das pessoas. Os cortes vêm ocorrendo há muitos anos. Precisamos da união da bancada federal para reverter essa situação”.
O deputado Sandro Pimentel (PSOL) disse “o percentual de 95% de toda pesquisa no País ocorre nas universidades públicas. Estão querendo destruir o que foi construído”.
Ao final das discussões, o presidente da Comissão deputado Hermano Morais destacou a importância do debate em favor do ensino público e registrou a iniciativa do Poder Legislativo em defender os recursos para as instituições de ensino superior. “Existe todo um movimento nacional que busca sensibilizar o Governo Federal e reverter essa situação. Já houve o corte de 20% para a educação no início do mandato, será um erro cortar em mais 30%”, disse ele, mais adiante, na sessão de ontem da Casa.
Já na sessão da terça (06), o deputado Kelps Lima (SDD) disse que “a minha vida e a vida de milhares de pessoas foram completamente transformadas por causa da educação. É inadmissível esse corte, ainda mais por motivações políticas, a de retaliar essas instituições, que segundo o Governo promovem balburdias”.
O deputado José Dias (PSDB) concordou com Kelps, mas ressaltou a necessidade de realinhar o orçamento federal. Para ele, cortes devem ser feitos em muitas áreas. “É claro e evidente que a educação é fundamental para o desenvolvimento econômico e social e dos seres humanos, lamentamos profundamente os cortes, mas há pelo menos 15 anos, economistas que estudam o problema do Brasil, dizem que ou colocamos o estado brasileiro dentro do seu tamanho ou nós vamos a falência”.
A deputada estadual Isolda Dantas (PT) apresentou, na ocasião, dados que demonstram a importância das instituições federais. Segundo ela, dois terços dos alunos que estão nas universidades são filhos de famílias que ganham até 1 salário mínimo e meio. O Brasil está no 13º lugar em produção científica. Atualmente, 41 mil alunos fazem parte da UFRN, Universidade Federal do Semiárido (Ufersa) e dos 21 Institutos Federais (IFRNs).