quarta-feira, 24 de abril, 2024
25.1 C
Natal
quarta-feira, 24 de abril, 2024

Ataque de Bolsonaro a medidas de isolamento repercute na imprensa internacional

- Publicidade -

As críticas do presidente Jair Bolsonaro às medidas de isolamento que
visam mitigar o contágio do coronavírus estão repercutindo no exterior.
Em discurso transmitido em rede nacional na noite de terça-feira,
Bolsonaro pediu a reabertura de lojas e escolas, ainda que especialistas
de saúde pública recomendem o confinamento para “achatar a curva” de
contaminação pelo covid-19.

Jair Bolsonaro elogiou as ações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no planejamento estratégico de esclarecimento

O New York Times destacou que Bolsonaro vê a questão do coronavírus como
“exagerada” e citou os panelaços que ocorreram na terça durante o
discurso do presidente. “Enquanto ele falava, alguns brasileiros que
estão em casa, em isolamento, protestaram contra o que consideraram como
atitude blasé em relação à pandemia”, informa o jornal americano.

Colunista do The Washington Post, outro jornal dos Estados Unidos,
Ishann Tharoor diz que Bolsonaro, “ao contrário de Trump”, encara a
ameaça do coronavírus com “ceticismo”. “Ele declarou o coronavírus como
uma ‘gripezinha’ e criticou governadores do País por instituírem
bloqueios em alguns dos principais Estados. E ele divulgou suas próprias
supostas proezas atléticas como evidência de que ele poderia suportar o
vírus”, escreveu o analista.

O inglês The Guardian, que chama Bolsonaro de “presidente de extrema
direta”, destaca que o mandatário brasileiro “disse que não sentiria
nada se infectado com o covid-19”. “As observações incendiárias de
Bolsonaro ocorreram quando o Rio de Janeiro e São Paulo foram colocados
sob bloqueio parcial pelas autoridades municipais e estaduais, que temem
uma explosão de casos nos próximos dias”, diz matéria publicada no
portal estrangeiro. “O presidente resistiu a medidas drásticas para
impedir a propagação do que ele chama de ‘gripezinha'”, informa outra
nota do mesmo site.

Ainda na Europa, o francês Le Monde afirma que Bolsonaro minimizou os
riscos do covid-19, “que já matou mais de 18 mil pessoas em todo o mundo
e forçou um terço da humanidade a aderir medidas de confinamento”. O
portal alemão Deutsche Welle, por sua vez, traz que Bolsonaro é cada vez
mais criticado em sua forma de lidar com o coronavírus. “Ele chama de
‘histeria’ e ‘gripezinha'”, diz o jornal.

Sobre o pronunciamento de Bolsonaro, o Japan Times publicou análise do
jornalista Dave Graham. “O esquerdista mexicano Andres Manuel López
Obrador e o presidente brasileiro de direita Jair Bolsonaro nadaram
contra a maré da opinião científica – diminuindo os riscos, delegando
responsabilidades e ignorando os conselhos dados ao público”, defende o
texto. López Obrador também tem resistido às orientações de isolamento,
de olho nos impactos econômicos.

Na América Latina, o argentino Clarín traz análise do editor Ricardo
Roa, que cita Bolsonaro e seu posicionamento em coluna intitulada “O
vírus da gripe e o delírio”. Já o jornal chileno Emol ressalta que a
fala de Bolsonaro foi feita no mesmo dia em que o número de casos de
coronavírus no Brasil chegou a 2.201, com 46 mortes.

Estadão Conteúdo

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas