Bagdá – Mais de cem pessoas morreram nos cinco atentados que atingiram ontem a capital do Iraque. O mais sangrento, na porta de uma universidade, foi causado por duas explosões consecutivas em locais próximos que mataram 70 (a maioria estudantes) e deixaram 180 feridos. O pico de violência em Bagdá ocorreu no dia em que a ONU anunciou um levantamento indicando que 34 mil civis iraquianos foram mortos em 2006.
Os ataques à Universidade de Mustansiriya, no centro da capital, ocorreram no momento em que os estudantes saíam das aulas. Por volta das 16h, um carro-bomba explodiu em frente ao prédio, onde os alunos – em sua maioria mulheres – aguardavam a condução que os levaria para casa. Em pânico, eles correram para os fundos da faculdade. Foi quando, no meio da multidão, um homem-bomba detonou os explosivos amarrados junto ao corpos. Até a madrugada, equipes de resgate trabalhavam para retirar as vítimas da fuselagem de carros e para transportar os feridos para hospitais. Foi o atentado mais letal desde de 24 de novembro, quando 215 pessoas foram mortas no reduto xiita de Cidade Sadr.
O diretor da universidade, Taqi al-Moussawi, disse que havia estudantes de todos os grupos sectários e religiões. “Os alunos não tinham nada a ver com política, só queriam aprender. Os terroristas querem acabar com a educação no nosso país”, disse.