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Atos anti-reforma movimentam estados

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Brasília (AE) – Protestos realizados ontem em diversas cidades brasileiras, em um dia batizado de “greve geral”, reuniram mais de 40 milhões de pessoas distribuídas entre as 27 unidades da federação, segundo a Força Sindical, contra os projetos de reforma trabalhista e da previdência, além da terceirização irrestrita, recém-aprovada.  O presidente Michel Temer e integrantes da cúpula do governo minimizaram os efeitos do movimento e focaram as críticas em atos de violência ocorridos em algumas regiões.
Em meio às bandeiras empunhadas por manifestantes, ontem, estavam frases contra as reformas da Previdência e trabalhista
“Houve a mais ampla garantia ao direito de expressão, mesmo nas menores aglomerações. Infelizmente, pequenos grupos bloquearam rodovias e avenidas para impedir o direito de ir e vir do cidadão. Fatos isolados de violência também foram registrados, como os lamentáveis e graves incidentes ocorridos no Rio de Janeiro”, disse Temer, em comunicado divulgado na noite de ontem.

Ao longo do dia o Palácio do Planalto ficou isolado por grades. Um forte esquema de segurança, que contou com a participação de soldados do Exército, garantiu a proteção, enquanto cerca de 3 mil manifestantes se espalharam pela Esplanada dos Ministérios.

Efeito
O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, que deixou a capital federal no início da tarde, considerou que as paralisações não tiveram o efeito esperado pelas centrais. “A necessidade de piquetes e bloqueios é a demonstração de que a greve não está tendo sucesso. Ninguém viu notícia de que tenha havido assembleia de sindicato aprovando que se fizesse greve. Logo, é uma greve das centrais insatisfeitas com as restrições colocadas ao imposto deles”, considerou Serraglio.

Esse discurso foi endossado pelo ministro da secretaria-geral da Presidência, Moreira Franco, que fez comparações com a crise econômica e política na Venezuela, onde manifestações realizadas no último mês resultaram em 27 mortos, 437 feridos e 1.289 detidos.

“A intolerância, aonde se manifestou, foi relativamente localizada, o que mostra que há uma diferença grande do clima venezuelano, de grande violência física, com o que nós vivemos aqui. Aqueles que tentaram usar a violência física não conseguiram prosperar, não conseguiram impor a sua vontade”, afirmou Moreira. Apesar de afirmar que a cúpula do governo não fez prospecções do tamanho das manifestações, o ministro considerou que o número de pessoas que foram para as ruas deixou o Planalto animado para avançar com as reformas.

“Pela expressão numérica, nos anima a continuar no esforço de tirar o Brasil da maior crise econômica da história. Nosso compromisso é continuar trabalhando para que possamos garantir os empregos que os brasileiros perderam”, declarou.

Além das análises a respeito da greve geral, integrantes da cúpula do Palácio do Planalto tentaram apresentar um “ar de normalidade” ao longo do dia de ontem. Em meio aos protestos, Temer passou o dia em seu gabinete e fez reuniões com ministros da área econômica e integrantes do núcleo mais próximo.

Entre um encontro e outro, o presidente gravou vídeo que será publicado nas redes sociais no feriado de 1º de Maio, o Dia do Trabalho. No pronunciamento, o presidente irá reforçar o empenho do governo na busca pela criação de emprego.

SAIBA MAIS
Brasília (AE) – Os protestos de ontem foram convocados contra as reformas da Previdência e da legislação trabalhista. O receio do Planalto é de que as manifestações ressuscitem uma onda de “Fora Temer” e prejudiquem a votação das reformas no Congresso, especialmente a da Previdência, que enfrenta dificuldades. Até agora, o governo não tem os 308 votos necessários para a aprovação da proposta na Câmara, em primeiro turno. Até mesmo deputados da base aliada resistem em apoiar as mudanças no regime de aposentadoria, com medo de não conseguirem se reeleger em 2018.

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