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Atrasos no aeroporto Augusto Severo se repetem

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TRANSTORNO - Situação do Augusto Severo também é críticaAs expectativas anunciadas pela Infraero de normalização dos vôos nessa quinta-feira foram frustradas. No Aeroporto Augusto Severo, até o início da tarde de ontem, dois vôos chegaram atrasados em mais de duas horas. E o que é pior: vôos atrasados, passageiros sem informação e altamente irritados.

O executivo Leonardo Colier deveria ter embarcado para Belo Horizonte na tarde da última quarta-feira. No cronograma normal, o vôo sairia de Natal às 15h55, faria conexão em Brasília e depois seguiria para Belo Horizonte. Tudo errado. Com o atraso da saída em Natal ele perdeu automaticamente a conexão e teve que passar mais uma noite na capital potiguar.

“Fiquei mais uma noite em Natal por minha conta. A companhia aérea não pagou despesa alguma”, detalhou. A irritação do executivo foi maior ainda porque o novo vôo dele estava marcado novamente para às 15h55 de ontem. E o problema voltou a se repetir: o vôo atrasou. A situação se agravou com a “solução” encontrada pela companhia aérea. “Para eu não perder novamente a conexão eles (os funcionários da companhia aérea) me colocaram em outro vôo, que saiu 40 minutos antes do que eu iria embarcar. O problema é que não me avisaram e eu só fiquei sabendo agora no guichê”, reclamou Leonardo.

Uma sorte maior teve a estudante Flávia Nogueira de Morais. Em comum com o executivo Leonardo, ela teve o fato de pernoitar em Natal da quarta para quinta-feira. No entanto, as coincidências terminaram aí. No caso de Flávia a companhia aérea pagou todas as despesas e ela conseguiu embarcar na tarde de ontem para Manaus. Sem transtorno? Em se tratando da viação aérea, sempre tem demora. “Meu vôo vai atrasar duas horas, mas ainda bem que eu vou”, disse a jovem.

E no “apagão aéreo” brasileiro não há distinção de setores. Todos os passageiros são atingidos. Quem desembarcou ontem no aeroporto Augusto Severo com duas horas de atraso no vôo foram os senadores Garibaldi Filho e José Agripino Maia. “É um transtorno grande. Acho que a crise vai continuar e é preciso fazer algo rápido”, comentou o senador Garibaldi Filho.

O líder da oposição no Senado, o senador José Agripino Maia, foi mais além: “Isso é o retrato da eficiência do Governo. O Brasil está perdendo porque o PIB brasileiro anda de avião. Esse é um belo começo do segundo Governo do presidente Lula”, ironizou.

Transtorno para passageiros, problema também para quem aguarda a chegada deles. O engenheiro civil João Henrique Machado aguardava a chegada de uma amiga que está vindo de Nova Iorque. “Como sabia desses transtornos fiquei monitorando o horário de chegada do vôo pelo serviço de informações”.

Hoteleiros temem prejuízos

A já pessimista estimativa dos hoteleiros, que temiam uma queda de 20% na alta estação no comparativo com o ano anterior, poderá ser ainda pior. O agravamento do “apagão aéreo”, com os constantes e grandes atrasos nos vôos durante toda essa semana, está deixando o setor hoteleiro potiguar em estado de alerta máximo. “Estávamos prevendo uma queda variando entre 20% e 30%. Agora já não sei mais. Temos aí uma grande interrogação”, comentou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Enrico Fermi.

O pessimismo dos hoteleiros é amparado já nas estatísticas de dezembro. Fermi cita que a ocupação hoteleira hoje é de 40%. “Um número baixíssimo. Essa ocupação não paga nem os custos operacionais dos hotéis”, detalhou o presidente da ABIH.

E qual seria a alternativa para o setor hoteleiro? Enrico Fermi acredita que a saída seria o turismo regional, realizado entre os Estados vizinhos. No entanto, ele pondera que essa não é a “grande opção”, mas a única viável. “O turismo regional é o remédio para o doente terminal. Não vai salvar nada, mas pelo menos amenizar”, observou.

Ele voltou a cobrar dos gestores públicos do Município e do Estado um planejamento para o turismo local. A “dor de cabeça” dos hoteleiros é ainda maior porque até mesmo os eventos que estão sendo organizados pelo setor em Natal enfrentou problemas com o “apagão aéreo”. A Fequimatel, feira de equipamentos para hotelaria, não contou com dois dos palestrantes devido ao atraso dos vôos.

“Estávamos certos de receber a visita do diretor para América Latina da ONITY (indústria que detém 90% do mercado de fechaduras e portões elétricos do país). Ele veio do México passou por São Paulo e não conseguiu chegar a Natal”, detalhou Enrico Fermi, citando que o empresário viria estudar a possibilidade de instalar uma indústria no Rio Grande do Norte.

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