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Atuação de La Niña favorece inverno no sertão nordestino

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O homem do campo pode renovar a fé em um ano de bom inverno e boa safra. O prognóstico inicial da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) aponta para um 2012 de chuvas normal a acima da média, ou seja, para a região do Semiárido potiguar a estimativa é de que os pluviômetros marquem entre 600 a 700 mililitros e, para a região do Alto Oeste potiguar, a marca pode atingir 750 mililitros. Uma reunião de trabalho internacional de Análise e Previsão Climática para a região Nordeste do país será realizada nos dias 19 e 20, em Campina Grande, na Paraíba, quando técnicos e pesquisadores de Centros de Pesquisa de Modelagem Climática dos Estados Unidos, Europa e do país analisarão o cenário nordestino.

“As previsões apontam para um inverno favorável. Esta reunião servirá para orientar o poder público sobre a política de distribuição de sementes e também como alerta para a ocorrência de possíveis áreas de inundações”, disse o meteorologista Gilmar Bristot.

A previsão final, entretanto, explica o chefe do Departamento de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, será definida somente em fevereiro, após a Reunião de Análise e Previsão Climática para o setor norte do Nordeste do Brasil, que será realizada em Natal.

Por enquanto, as observações das condições da atmosfera dos oceanos dão conta de um período com chuvas regulares propício a agricultura e a renovação de recursos hídricos já a partir desse mês e fevereiro. Para os dois primeiros meses do ano a previsão é de boa quantidade de chuva, contudo, será em março que as precipitações ficaram mais volumosas. O que afasta por completo a possibilidade de seca como a vivenciada em 2010, em todo Estado.

O aumento na quantidade de água será causado pelo fenômeno La Niña, explica o meteorologista. No entanto, Gilmar esclarecer que em virtude da alta variabilidade espacial e temporal dos índices pluviométricos, algumas localidades poderão receber uma quantidade de chuvas maior do que outras, não sendo descartada a possibilidade de ocorrência de chuvas de intensidade moderada a forte em algumas áreas. 

O período de chuvas em 2011 foi razoável em relação a 2010, quando houve quebra na produção. Mesmo assim, no ano passado, algumas regiões como a do Mato Grande  sofreram com o veranico – períodos de estio. “A estiagem causou perda e prejuízo a produtores, que ainda estão sendo contabilizados”, disse o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Ambrósio Lins.

Os veranicos poderão até ocorrer em alguns locais, segundo as previsões, mas em intensidade bem inferior ao verificado que o ano passado.  “Esperamos boa safra. O plantio deve começar a partir de fevereiro e março para o Alto Oeste e em abril, no Agreste”, disse Ambrósio Lins.

De acordo com Gilmar Bristot, com a renovação dos recursos hídricos, grandes reservatórios, como é o caso da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves e do Apodi, que abastecem os Vales do Assu e do Apodi, respectivamente, podem transbordar. “Esses reservatórios estão hoje com 60% da capacidade e pode, com o volume de águas, vir a transbordar e causar transtornos. Não é motivo de deixar a população em pânico, mas em alerta”, disse Gilmar Bristot.

Governo antecipa entrega de sementes

As boas previsões deixam otimistas agricultores e gestores. A distribuição de sementes, de acordo com o coordenador de agropecuária da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca do Estado (Sape), Antônio Carlos Magalhães Alves, deve iniciar no final de janeiro. A entrega deverá iniciar pela Região Oeste – onde o período chuvoso começam  mais cedo –  finalizando por São José de Mipibu, na região Agreste, onde o início das chuvas é mais tardio.

“Com a previsão de inverno desenhando boa safra, esperamos bons resultados, mas só teremos como fazer alguma previsão, 60 dias após a distribuição”, disse o coordenador de agropecuária da Sape.

Este ano, o programa deverá atender 39,9 mil produtores em 149 municípios do Estado, frente aos 31,7 mil produtores atendidos em 2011, quando foram distribuídas 350 toneladas de sementes de feijão, milho e sorgo. O Banco de Sementes, segundo Antônio Carlos Magalhães Alves, teve um incremento em cerca de 20% na quantidade de sementes a serem entregues, em relação ao ano anterior. “O programa representa um investimento total de R$ 4 milhões, com 1.103 bancos de sementes”, disse Carlos Magalhães.

O programa atende agricultores familiares, cujas propriedades possuam até 5 hectares. A sustentabilidade dos bancos se devem ainda a renovação do estoque, com devolução de parte do estoque por parte dos produtores.

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