AUGUSTO SEVERO voltará à sua terra com todas as honras civis e militares, voando nas asas de um avião batizado com o seu nome. Discreta e solene, uma capelinha, no MAUSÓLEU, na Base Aérea, guardará os restos mortais do mártir da aviação brasileira.
A história de AUGUSTO SEVERO começou em Macaíba, onde nasceu no dia 11 de janeiro de 1864. Os estudos de AUGUSTO SEVERO ocorreram em Macaíba, Natal, Salvador e no Rio de Janeiro. Foi professor, comerciante, contabilista, jornalista, deputado estadual aos vinte e oito anos de idade e deputado federal.
AUGUSTO SEVERO já fazia experiências com dirigíveis no Brasil, antes mesmo de Santos Dumont. Foi, para tanto, inspirado pelo inventor paraense Júlio César Ribeiro de Sousa.
Em 1892, o balão Bartholomeu de Gusmão foi trazido para o Brasil, onde foi içado em 1893, com total insucesso.
Enquanto deputado federal, AUGUSTO SEVERO atuou na Comissão de Orçamento e foi defensor da Marinha de Guerra, sendo intitulado Almirante do Congresso.
Foi dele a autoria do Projeto de Lei 112/1901, que autorizava a União Federal a abrir um crédito de Cem Contos de Réis em favor de Alberto Santos Dumont, para que o Pai Da Aviação desse seguimento aos seus projetos.
AUGUSTO SEVERO casou-se duas vezes. Em primeiras núpcias, com Maria Amélia Albuquerque Maranhão (1861-1896). Tiveram cinco filhos. Em segundas núpcias, viúvo, uniu-se à italiana Natália De Siqueira Cossini. Da união, nasceram dois filhos.
A morte o ceifou no dia 12 de maio de 1902, quando executava evoluções com o dirigível PAX. Treze minutos após a decolagem, viu-se um primeiro clarão de fogo, quando chamas atingiram o reservatório de gasolina. Uma nova explosão lançou o PAX e seus tripulantes em queda livre. O balão despencou na Avenue du Maine de uma altura de quatrocentos metros, nas imediações do cemitério Montparnasse, em Paris. Eram cinco horas, cinquenta minutos e quatro segundos do fatídico 12.05.1902.
SEVERO caiu de pé. Do seu corpo politraumatizado restaram íntegros o tronco e a cabeça. No jornal A República, nas edições de 07, 10 e 15 de maio, 07 de julho e 1º de agosto, todas de 1902, são relatados os episódio da morte, do traslado do corpo de Paris para o Rio de Janeiro, do velório e do sepultamento.
Concluindo estas notas, cabe o registro de que SEVERO acalentava a ideia de construir um dirigível de cem metros de comprimento, de nome JESUS, que voaria sobre o Atlântico, com cem passageiros, na rota Dacar, no Senegal, à Natal, no Rio Grande do Norte.
Um delírio? Um sonho? Pura megalomania, como dizem os críticos? Pouco importa!
A verdade, hoje, é inafastável: SEVERO voltará para casa nas asas da Força Aérea Brasileira.