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Augusto Severo voltará para casa

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Armando Holanda
Sócio de IHGRN
A FAMÍLIA SEVERO, o Ministério da Aeronáutica (Base Aérea de Natal/Parnamirim), as Embaixadas da França, da Itália e dos Estados Unidos, o Município de Parnamirim, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, e os beneméritos Olímpio Maciel (Instituto Pró – memória de Macaíba), Augusto Maranhão, Pedro Simões Neto e Marcelo Augusto Bezerra (Secretário de Cultura de Macaíba) e tantos outros, assumiram o compromisso cívico do traslado dos restos mortais de AUGUSTO SEVERO, hoje sepultados nas quase ruínas de um túmulo chantado no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, para Parnamirim.

AUGUSTO SEVERO voltará à sua terra com todas as honras civis e militares, voando nas asas de um avião batizado com o seu nome. Discreta e solene, uma capelinha, no MAUSÓLEU, na Base Aérea, guardará os restos mortais do mártir da aviação brasileira.

A história de AUGUSTO SEVERO começou em Macaíba, onde nasceu no dia 11 de janeiro de 1864. Os estudos de AUGUSTO SEVERO ocorreram em Macaíba, Natal, Salvador e no Rio de Janeiro. Foi professor, comerciante, contabilista, jornalista, deputado estadual aos vinte e oito anos de idade e deputado federal.

AUGUSTO SEVERO já fazia experiências com dirigíveis no Brasil, antes mesmo de Santos Dumont. Foi, para tanto, inspirado pelo inventor paraense Júlio César Ribeiro de Sousa.

Em 1892, o balão Bartholomeu de Gusmão foi trazido para o Brasil, onde foi içado em 1893, com total insucesso.

Enquanto deputado federal, AUGUSTO SEVERO atuou na Comissão de Orçamento e foi defensor da Marinha de Guerra, sendo intitulado Almirante do Congresso.

Foi dele a autoria do Projeto de Lei 112/1901, que autorizava a União Federal a abrir um crédito de Cem Contos de Réis em favor de Alberto Santos Dumont, para que o Pai Da Aviação desse seguimento aos seus projetos.

AUGUSTO SEVERO casou-se duas vezes. Em primeiras núpcias, com Maria Amélia Albuquerque Maranhão (1861-1896). Tiveram cinco filhos. Em segundas núpcias, viúvo, uniu-se à italiana Natália De Siqueira Cossini. Da união, nasceram dois filhos.

A morte o ceifou no dia 12 de maio de 1902, quando executava evoluções com o dirigível PAX. Treze minutos após a decolagem, viu-se um primeiro clarão de fogo, quando chamas atingiram o reservatório de gasolina. Uma nova explosão lançou o PAX e seus tripulantes em queda livre. O balão despencou na Avenue du Maine de uma altura de quatrocentos metros, nas imediações do cemitério Montparnasse, em Paris. Eram cinco horas, cinquenta minutos e quatro segundos do fatídico 12.05.1902.

SEVERO caiu de pé. Do seu corpo politraumatizado restaram íntegros o tronco e a cabeça. No jornal A República, nas edições de 07, 10 e 15 de maio, 07 de julho e 1º de agosto, todas de 1902, são relatados os episódio da morte, do traslado do corpo de Paris para o Rio de Janeiro, do velório e do sepultamento.

Concluindo estas notas, cabe o registro de que SEVERO acalentava a ideia de construir um dirigível de cem metros de comprimento, de nome JESUS, que voaria sobre o Atlântico, com cem passageiros, na rota Dacar, no Senegal, à Natal, no Rio Grande do Norte.

Um delírio? Um sonho? Pura megalomania, como dizem os críticos? Pouco importa!

A verdade, hoje, é inafastável: SEVERO voltará para casa nas asas da Força Aérea Brasileira.

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