São Paulo, 04 (AE) - Pelo menos um aluno da Universidade de São Paulo (USP) contraiu sarampo nos últimos dias e há outro caso em investigação, segundo informaram nesta quinta-feira, 4, a Escola de Comunicação e Artes (ECA) e a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Os relatos ocorrem em meio ao aumento dos registros na cidade. Em menos de um mês, o número de casos de sarampo mais do que dobrou na capital paulista.

A vacina contra o sarampo é a saída mais importante para evitar o aumento de casos. São Paulo não registrava casos desde 2016
A vacina contra o sarampo é a saída mais importante para evitar o
aumento de casos. São Paulo não registrava casos desde 2016
Entre os casos confirmados na capital paulista, oito são importados (cuja infecção ocorreu fora de São Paulo) e os demais estão sendo investigados para que a secretaria determine se a contaminação ocorreu internamente. Segundo a pasta, "não é possível afirmar que há uma região com maior risco de transmissão da doença".
Para a médica infectologista Zarifa Khoury, a alta é significativa. "Temos de ficar em alerta. Não tínhamos mais casos de sarampo", diz a consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). A cidade de São Paulo não registrava casos de sarampo desde 2016. No ano anterior, haviam sido só dois registros.
Jovens e adultos estão mais vulneráveis a pegar sarampo, embora a doença nesses casos seja menos grave do que quando acomete crianças, idosos ou pessoas imunodeprimidas. A vulnerabilidade ocorre porque é comum que pessoas nessa faixa etária não tenham tomado o reforço. "A cada semana, tenho de um a dois casos", diz Raquel Muarrek, infectologista do Hospital São Luís - a maioria, diz ela, de jovens e adultos. O risco nessa população são infecções secundárias. "A complicação do sarampo é pneumonia, encefalite, perda auditiva."
Desde 10 de junho e até o dia 12 deste mês, uma campanha de vacinação é realizada na capital com foco em pessoas com idades entre 15 e 29 anos. Quem não tem certeza se tomou as duas doses deve procurar os postos. Na segunda, porém, só 1,6% da população nessa faixa etária havia se imunizado.
Até abril, a taxa de imunização de crianças de até 1 ano na cidade era de 79,67% para a segunda dose da vacina.
O último balanço da Secretaria de Estado da Saúde indicava 51 casos de sarampo até 7 de junho. Os dados, segundo a pasta, estavam sendo atualizados nesta quinta e a previsão era de novo balanço nesta sexta-feira, 5.
Campus
Alunos, professores e funcionários da FFLCH foram convocados a se vacinar hoje, em uma ação de bloqueio. Segundo a unidade, "um membro discente da FFLCH foi diagnosticado com sarampo esta semana". Conforme a FFLCH, "a vacinação de bloqueio tem por objetivo aumentar rapidamente a imunidade da população, de maneira a interromper a transmissão e diminuir a extensão e a duração do surto."
Na ECA, segundo a assessoria de imprensa, houve um caso confirmado da doença, na segunda quinzena de junho, e há outro caso suspeito, mais recente. Não está claro se o caso confirmado na ECA se trata do mesmo que motivou a vacinação na FFLCH. A USP não informou o total de alunos infectados.