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Aumento de casos de Sarampo preocupa autoridades brasileiras

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Júlia Marques

São Paulo, 04 (AE) – Pelo menos um aluno da Universidade de São Paulo (USP) contraiu sarampo nos últimos dias e há outro caso em investigação, segundo informaram nesta quinta-feira, 4, a Escola de Comunicação e Artes (ECA) e a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Os relatos ocorrem em meio ao aumento dos registros na cidade. Em menos de um mês, o número de casos de sarampo mais do que dobrou na capital paulista.

A vacina contra o sarampo é a saída mais importante para evitar o aumento de casos. São Paulo não registrava casos desde 2016


A vacina contra o sarampo é a saída mais importante para evitar o
aumento de casos. São Paulo não registrava casos desde 2016

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, foram registrados, até agora, 78 casos de sarampo na cidade. Os últimos dados, de 8 de junho, indicavam 32 – aumento de 143% em menos de um mês. Há ainda 364 notificações de casos de suspeita de sarampo em investigação só na capital paulista. Não há registro de mortes.

Entre os casos confirmados na capital paulista, oito são importados (cuja infecção ocorreu fora de São Paulo) e os demais estão sendo investigados para que a secretaria determine se a contaminação ocorreu internamente. Segundo a pasta, “não é possível afirmar que há uma região com maior risco de transmissão da doença”.

Para a médica infectologista Zarifa Khoury, a alta é significativa. “Temos de ficar em alerta. Não tínhamos mais casos de sarampo”, diz a consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). A cidade de São Paulo não registrava casos de sarampo desde 2016. No ano anterior, haviam sido só dois registros.

Jovens e adultos estão mais vulneráveis a pegar sarampo, embora a doença nesses casos seja menos grave do que quando acomete crianças, idosos ou pessoas imunodeprimidas. A vulnerabilidade ocorre porque é comum que pessoas nessa faixa etária não tenham tomado o reforço. “A cada semana, tenho de um a dois casos”, diz Raquel Muarrek, infectologista do Hospital São Luís – a maioria, diz ela, de jovens e adultos. O risco nessa população são infecções secundárias. “A complicação do sarampo é pneumonia, encefalite, perda auditiva.”

Desde 10 de junho e até o dia 12 deste mês, uma campanha de vacinação é realizada na capital com foco em pessoas com idades entre 15 e 29 anos. Quem não tem certeza se tomou as duas doses deve procurar os postos. Na segunda, porém, só 1,6% da população nessa faixa etária havia se imunizado.

Até abril, a taxa de imunização de crianças de até 1 ano na cidade era de 79,67% para a segunda dose da vacina.

O último balanço da Secretaria de Estado da Saúde indicava 51 casos de sarampo até 7 de junho. Os dados, segundo a pasta, estavam sendo atualizados nesta quinta e a previsão era de novo balanço nesta sexta-feira, 5.

Campus
Alunos, professores e funcionários da FFLCH foram convocados a se vacinar hoje, em uma ação de bloqueio. Segundo a unidade, “um membro discente da FFLCH foi diagnosticado com sarampo esta semana”. Conforme a FFLCH, “a vacinação de bloqueio tem por objetivo aumentar rapidamente a imunidade da população, de maneira a interromper a transmissão e diminuir a extensão e a duração do surto.”

Na ECA, segundo a assessoria de imprensa, houve um caso confirmado da doença, na segunda quinzena de junho, e há outro caso suspeito, mais recente. Não está claro se o caso confirmado na ECA se trata do mesmo que motivou a vacinação na FFLCH. A USP não informou o total de alunos infectados.

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