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Balanço: pano para manga da literatura

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EVENTO - Encontro de Escritores foi uma das novidades de 2006A produção literária potiguar deu muito pano para manga em 2006. Teve de tudo: de livro que virou filme – como no caso de “As Pelejas de Ojuara”, reeditado este ano pela ARX – aos lançamentos de praxe. Algumas livrarias da cidade comemoram a marca de três noites de autógrafos, em média, por semana. Outras reclamam que a crise econômica brasileira afetou o setor em nível local. Num ano sem bienal e com o preço dos livros ainda muito longe do ideal para o bolso do leitor, Natal recebeu dois encontros literários, um promovido pela iniciativa privada (1a Festival Literária da Siciliano)  e outro pelo poder público (1º Encontro Natalense de Escritores, pela Funcarte) com a presença de nomes nacionais e locais importantes.

Fazendo um balanço do ano, cada um a seu modo, os entrevistados apontaram aspectos interessantes da produção local. Otimista de carteirinha e representante da nova safra de escritores organizados de Natal, Carlos Fialho diz que não tem do que reclamar. Falando do “Jovens Escribas”, grupo idealizado por ele e que conta com a participação de outros três amigos, ele acredita que termina o ano em alta. “Tenho uma visão muito otimista. Tudo deu certo para mim. Lancei meu segundo livro, que por sinal está esgotando, o projeto que criei conseguiu lançar quatro livros, lançamos as obras fora de Natal, em São Paulo, fomos convidados pela bienal de João Pessoa, Mossoró. Iniciamos 2007 com uma perspectiva ainda muito melhor. E nossos livros foram muito elogiados por quem leu.  Acho o mercado é promissor, mas é muito difícil e trabalhoso”, afirma.

Analisando a coisa no plano geral, o sebista e editor do Sebo Vemelho, Abimael Silva, reconhece que alguns lançamentos este ano valeram a pena, como “Palavras do Exílio”, de Ivan Maciel, e “Poemas Devassos”, de Nathália de Sousa (pseudônimo de Nei Leandro de Castro). No entanto, defende que no passado os livros tinham mais qualidade. “Os escritores mais talentosos que me perdoem, mas os grandes historiadores já se foram. No início do século passado existia uma lei que obrigava o estado a reeditar as obras de grande importância para o Rio Grande do Norte. Essa lei durou mais de 20 anos. Não sei se o problema é que os patrocinadores não aparecem muito ou se há desconhecimento. É muito difícil fazer um livro pela lei atual, a de incentivo a cultura. Mas para mim, os livros de antigamente tinham mais qualidade”, defende.

Livrarias divergem quanto ao momento

As livrarias de Natal têm visões diferentes do mercado literário local. Enquanto a Siciliano comemora o fato de lançar livros toda a semana, a A S Livros admite que o faturamento da empresa caiu por conta da crise econômica. Proprietária da Siciliano, Rosemary Guillen se diz otimista com o setor. “Temos uma série de conquistas em termos literários. O festival literário, que só não vamos repetir em 2007 porque ano que vem tem bienal, e ainda a reedição do livro “As Pelejas de Ojuara”, pela nossa editora ARX, foram dois grandes momentos. Temos em média três lançamentos por semana, isso mostra que a Siciliano reconhece o autor regional. E isso sem falar em algumas mudanças que começaram a pintar no cenário de vendas como o fenômeno dos livros vendidos a R$ 19,90, que virou uma febre nacional, os pocketes. Mandamos um exemplar de cada lançamento que fazemos aqui para a nossa sede. Aconteceu assim com “As Pelejas” e pode ocorrer com outros autores”, disse.

Já o gerente da AS Livros, Cícero Oliveira, responsabiliza os fatores que atrapalharam a economia brasileira. “Não costumo ver a xícara meio vazia, mas não foi um ano dos melhores. Teve o problema da economia, publicamos pela nossa editora apenas quatro livros. Chegamos a lançar cinco livros por mês e nossa média hoje varia de dois a três”, conta.

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