Cerca de 437 mil micro e pequenas empresas, com um limite pré-avaliado que soma R$ 22,4 bilhões, serão as principais beneficiadas pela nova metodologia de análise de crédito adotada pelo Banco do Brasil.
A instituição estabeleceu, a partir desta semana, tetos previamente avaliados para esses clientes contratarem operações de capital de giro de longo prazo e de investimento, sem a necessidade de cálculo formal da capacidade de pagamento. O tempo entre a contratação e a liberação do crédito, que já era reduzido na comparação com os do mercado, deve cair pela metade.
A análise de crédito massificada passa a ser completamente automatizada e sem trânsito de documentos. Além de definir limites globais – que representa o valor máximo de empréstimos e financiamentos que um cliente pode tomar –, o banco agora aprova antecipadamente um teto para linhas de crédito de longo prazo (acima de 420 dias) e de investimento. Para isso, os analistas da instituição vão se valer de métricas baseadas no comportamento dos clientes, que permitem prever a freqüência esperada de inadimplência para atribuir um nível de risco.
Foram selecionadas empresas com risco A, B e C que tenham conta corrente ativa no Banco do Brasil há mais de um ano. O banco observou que a probabilidade de uma empresa ficar inadimplente é maior nos dois primeiros anos a partir da abertura da conta.
No terceiro e quarto ano, o risco de inadimplência permanece alto, mas assume uma trajetória descendente até chegar a um nível aceitável a partir do quinto ano. Os resultados são semelhantes ao se considerar o tempo de criação da empresa, que muitas vezes, coincide com a abertura da conta corrente na instituição bancária.
“O tempo é preponderante na gestão financeira das empresas, principalmente naqueles negócios de pequeno e médio porte. Sabemos que um dia de fluxo de caixa de uma micro ou pequena empresa pode representar lucro ou prejuízo ao final de um exercício. Com a análise de crédito automatizada, colocamos nossa mais alta tecnologia para trabalhar em favor do cliente que mais precisa” afirma Walter Malieni, diretor de Crédito da instituição.
O Banco do Brasil é o principal parceiro desse segmento empresarial, com 1,88 milhão de clientes com faturamento bruto anual de até R$ 15 milhões (e de até R$ 10 milhões em caso de empresas do segmento industrial). Por isso, vem investindo na melhoria do processo de concessão de crédito, com o objetivo de acelerar a aprovação das propostas e melhorar as condições de contratação.
Há mais de um ano, em junho de 2009, o Banco do Brasil elevou o limite de crédito para operações com recebíveis para 303 mil micro e pequenas empresas, com incremento total de R$ 11,6 bilhões. A decisão fez parte de uma série de medidas alinhadas com as políticas anticíclicas, para reduzir os efeitos da crise financeira mundial do País, como a criação do Fundo Garantidor de Operações (FGO), que completa um ano de atividade em agosto.
* Fonte: Portal Brasil.