São Paulo – As instituições financeiras do País voltaram a reduzir, em novembro, a previsão média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o encerramento de 2006. Levantamento divulgado ontem pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostrou que a projeção média de 49 instituições pesquisadas é de que a economia deverá fechar este ano com incremento de 3,04%, mesmo porcentual estimado para o índice oficial da inflação no período.
Em outubro, os número projetados eram de 3,12% e 3,11%, respectivamente. A Febraban destacou que este foi o terceiro mês consecutivo de redução na projeção de crescimento econômico para 2006. Segundo a federação, o resultado da produção industrial de setembro, divulgado no dia 7 de novembro, contribuiu para que os economistas revisassem suas estimativas de crescimento econômico neste ano. Na ocasião, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que houve recuo de 1,4% em setembro ante agosto, o que representou declínio maior que o esperado por analistas. Para 2007, as instituições pesquisadas pela Febraban projetaram, em novembro, crescimento médio para o PIB de 3,49% e para o IPCA de 4,13%. Quanto ao PIB, não houve mudança, na comparação com outubro. Já em relação ao IPCA, a expectativa no mês passado era de 4,21%.
O levantamento apontou que, além das reduções nas projeções para PIB e IPCA de 2006, as 49 instituições pesquisadas pela federação em novembro diminuíram a previsão média da taxa básica de juros do País para o encerramento do ano. Segundo a pesquisa, a Selic projetada para o fim de 2006 passou de 13,49%, em outubro, para 13,34% neste mês. De acordo com a Febraban, esta nova estimativa mostrou que cresceram as apostas dos analistas numa redução de 0,50 ponto porcentual para a Selic (atualmente em 13,75% ao ano) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O próximo encontro do comitê, o último deste ano, está agendado para os dias 28 e 29 de novembro.
OCDE sugere reforma fiscal urgente
São Paulo – Embora o Brasil tenha feito um trabalho de base para o crescimento sustentado, uma ampla reforma fiscal ainda é necessária para que o país registre expansão acima dos níveis modestos atuais, diz relatório divulgado hoje sobre o Brasil pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “A recuperação econômica está agora firmemente estabelecida”, diz o relatório. “Mas a consolidação da estabilidade macroeconômica é essencial de agora em diante, junto a novas reformas estruturais, para assegurar que as perspectivas favoráveis sejam conduzidas a um círculo virtuoso de aumento na confiança e do poder de recuperação, crescimento justo”, destaca o documento. O PIB brasileiro registrou expansão de 2,3% em 2005 e deve crescer cerca de 3,5% este ano. A maior parte dos economistas espera crescimento não superior a 4% em 2007.
Outros países emergentes têm registrado crescimento superior a 6% nos últimos anos recentes. Os maiores gargalos para o Brasil, que impedem o crescimento, são o pesado fardo dos impostos, as elevadas taxas de juro e os baixos níveis de investimento em infra-estrutura.