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Bandas ganham corpo na folia

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Yuno Silva
Repórter

“De Redinha à Ponta Negra, Maracajau / Vou sorrindo, vou sonhando pra Jenipabu… Natal como te amo, como te amo Natal” cantou o saudoso Osmar Macêdo (1923-1997), da dupla baiana Dodô e Osmar criadora do trio elétrico, em meados dos anos 1980 quando morou em Natal. Hoje, uma versão atualizada da famosa letra certamente incluiria a Cidade Alta e a Ribeira no roteiro dessa folia. A duas semanas para início do Carnaval, a cidade já transpira frevo, marchinhas e samba nas prévias que pipocam no período, e nesta quintao movimento será por conta do Grêmio Recreativo Lítero-Etílico Cultural e Esportivo Banda Independente da Ribeira.
Bloco Aponta desfila pelas areias de Ponta Negra com orquestra comandada pelo maestro Neemias
A Banda realiza seu terceiro e penúltimo ensaio aberto  logo mais, a partir das 19h, na Travessa José Alexandre Garcia, em frente ao Ateliê Bar e Petiscaria. Comandados pelo maestro Antônio de Pádua, os músicos estão no aquecimento antes de ganhar as ruas da Cidade Alta (em cortejo até a Ribeira) na próxima sexta, dia 6 – claro que, como não poderia deixar de ser, depois do último ensaio aberto marcado para quinta (5).

Pelo menos outras quatro prévias esquentam as turbinas dos foliões: no sábado (31), a partir das 14h, o Espaço Cultural Ruy Pereira (Beco de Zé Reeira/Prof. Zuza, centro) recebe shows de Rodolfo Amaral e Jaina Elne mais orquestra de frevo na festa do Bloco dos Servidores do Estado (Carnasinsp). Já na terça-feira (3 de fevereiro), em Ponta Negra, o Bloco Aponta faz sua prévia na pizzaria Curva do Vento com muito frevo; enquanto o Coletivo Atores à Deriva promove festa pré-carnavalesca n’A.Bo.Ca Espaço de Teatros (Rua Frei Miguelinho) com música ao vivo e discotecagem. E dia 8 tem a prévia das Kengas, no Bardallo (Cidade Alta).

“A Banda Independente da Ribeira não é um evento”, ressaltou o arquiteto Haroldo Maranhão, um dos diretores da agremiação lítero-etílica cultural e esportiva. “Trata-se de um movimento cultural que se preocupa com a revitalização do bairro histórico, usamos o Carnaval como veículo de educação patrimonial. Nosso grande compromisso é com a poética e a memória da Ribeira”.

Criada em 1999 por sugestão do empresário Leonardo Godói, justamente para chamar atenção para os projetos descontinuados de revitalização da Ribeira, a Banda também é conhecida pelo cuidado com a qualidade musical. “Ao longo desses 17 anos acredito que contribuímos na formação de novos maestros e toda uma geração de instrumentistas. A pegada de regente do (trombonista) Gilberto Cabral, por exemplo, foi revelado na Banda Independente”, lembrou Maranhão. A Banda de 30 músicos sai com patrocínio cultural do Sesc-RN e apoio do Ateliê e da empresa de transporte Cidade do Natal.

“Este ano preferimos não sair durante o Carnaval. Como o edital da Prefeitura para apoio aos blocos saiu muito em cima, e nossa prestação de contas de 2014 ainda não foi plenamente aprovada, queremos evitar contratempos”, avisa. Camisas da Banda estarão à venda durante o ensaio no Ateliê.

Falando em edital, a Prefeitura/Funcarte informou que o resultado com a lista completa com o nome dos blocos, bailes, festas, Escolas de Samba e Tribos de Índios que serão contemplados com ajuda de custo está prevista para ser anunciada na próxima segunda-feira (dia 2).

Frevo à beira mar
Pelo terceiro ano consecutivo, o Bloco Aponta agita a prévia em Ponta Negra. Criado por amigos interessados em levar a folia para a praia que costumam frequentar, o bloco ganha fôlego a cada ano e atrai um número crescente de pessoas que aproveitam a maré baixa para seguir frevos e marchinhas sob a batuta do maestro Neemias Lopes. “Teremos uma prévia da prévia nesta próxima terça (3), na Curva do Vento, e a saída oficial no sábado (7) com concentração a partir das 10h em frente ao Hotel Manary”, disse Henrique Wanderley, um dos idealizadores.

Henrique contou que deixou de ir com frequência para o Carnaval de Olinda para aproveitar a festa em Ponta Negra. “É o grande ‘point’ do Carnaval. Até uns anos atrás o movimento era pequeno em Ponta Negra, mas a Prefeitura vem investindo e hoje me divirto por aqui sem problemas”, garante. Ele recorda que no primeiro ano (2013) Aponta atraiu cerca de 750 pessoas, ano passado a aglomeração subiu para 2 mil e para 2015 a direção do bloco espera reunir perto de 4 mil pessoas. “Estamos nos preparando para isso, a banda (de 30 músicos) do maestro Neemias está afiada”, adianta. Vale registrar que o incremento musical contou com recursos (ainda não pagos) do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura – FIC. “Disseram que o dinheiro do FIC está para sair na próxima semana, vamos aguardar”. O Bloco vende camisetas para cobrir parte dos custos, à venda no Benditas Buteco, Banca Atheneu, Curva do Vento, Old Five e na floricultura Flor de Algodão.

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