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Bartolomeu de Melo lança obras

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“Tempo de Estórias” e “A Roupa da Carimbamba” são os livros mais recentes do escritor potiguar Bartolomeu Correia de Melo. Tempo de Estórias é um livro de contos, que conduz o leitor a uma atmosfera interiorana, através de uma linguagem rica em elementos regionais. Já A roupa da Carimbamba é uma deliciosa história para crianças, escrita em versos. Os livros editado pela Bagaço, serão lançados hoje, a partir das 19h, na livraria Siciliano do Midway Mall. 

A qualidade da obra de Bartolomeu foi atestada em 1997, quando o autor ainda estreante foi reconhecido pela União Brasileira de Escritores – UBE naquele ano. A instituição o agraciou Bartolomeu com o premio nacional Joaquim Cardozo, pelo seu primeiro livro “Lugar de Estórias”. Daquele ano em diante, o pesquisador transformou-se em escritor reconhecido, um dos poucos no Estado a ser contratado por uma editora de abrangência nacional.

Professor de Química, aposentado pela Universidade Federal do RN e apaixonado por contos, Bartolomeu dividiu sua atenção entre os livros científicos e as inúmeras obras literárias. “Sempre gostei muito de contos. Os russos são muito bons. Tem um escritor mineiro pouco conhecido, chamado Nelson de Faria, que inclusive pode ter influenciado o meu trabalho”, falou Bartolomeu em entrevista publicada em março pelo VIVER.

Influência expressa de forma sutil nas linhas de outros dois livros do autor: “Lugar de Estórias” e “Histórias Quase Cruas”, que são compilações de contos escritos por Bartolomeu durante toda a sua vida. Nestas obras o autor também lança mão dos cenários de sua infância, vivida em Ceará-Mirim, município próximo à Natal.

Este cheiro de plantação recém-regada pela chuva e conversas sob a luz de lampião pode ser sentido em “Altas Horas”, conto do livro que será lançado hoje. “Rapinha de lua minguante, grilos trincando a friagem. Poste de esquina, abajurado de mariposas, sem dar bom vencimento ao pardume. Casaronas de escuros beirais, umas-noutras arrimadas, pareciam cochilar, enquanto o sereno brumoso punha-se orvalho, embaçando vidraças”, Escreve.

O autor lembra, que não faz uso de uma linguagem rebuscada, apenas lança mão do vocabulário do homem do campo, que esclarece não ser nada parecido com o modo de falar de Chico Bento, personagem das histórias de Maurício de Souza. Ao invés disso, seu texto tem musicalidade e às vezes soa como poema cantado à terra Natal. Bartolomeu diz fazer mais ou menos como propõe uma frase de Tolstoi: canta a sua aldeia, que serás universal. “A humanidade é uma só”, diz Bartolomeu.

Mesmo gozando de grande sensibilidade, o escritor diz não ser um bom observador da natureza humana. “Aceito as pessoas como elas são e não como eu queria que elas fossem. Não preciso ir além de suas máscaras”. Uma característica que reflete na sua obra, já que o autor prefere não aprofundar na descrição psicológica dos personagens. “Eu prefiro contar uma boa história. Não tenho a competência dos escritores que dissecam um personagem. Inclusive, isso só pode ser feito num romance. Dou três ou quatro pinceladas das qualidades físicas e espirituais sobre eles”.

As obras de Bartolomeu são objetos de estudo em dissertações e teses, sobretudo pelo uso fidedigno da linguagem do meio rural. Um resultado inesperado para o autor, que teve à sua revelia, seu primeiro trabalho inscrito no concurso da UBE. Inesperado também foi o resultado das vendas de seu primeiro livro infantil “O Fantasma Bufão”, que hoje ocupa o primeiro lugar dos mais vendidos em sua lista.

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