Brasília – O Banco Central (BC) voltou a atuar com força no mercado de câmbio em fevereiro e comprou US$ 8,8 bilhões. O número superou o recorde anterior de US$ 4,8 bilhões, alcançado em janeiro. Mesmo com a forte atuação da mesa de Oper ações do BC, a taxa de câmbio recuou 0,32% no mês e a cotação do real frente ao dólar caiu de R$ 2,1329 para R$ 2,1260.
Neste mês, apesar do aumento da volatilidade gerado pelas incertezas com os rumos das economias dos Estados Unidos e da China, o BC manteve a intensidade da compra de dólares. Pelas estimativas de analistas de bancos, foram adquiridos até o dia 21 mais US$ 5,764 bilhões. Mesmo assim, o câmbio se valorizou mais 2% no período.
Para muitos analistas, a valorização do real prejudica setores exportadores e poderia ser contida de forma mais eficiente com uma queda mais acelerada da taxa de juros. “O custo de carregamento das reservas ainda é alto”, disse um analista de banco. O governo, entretanto,nega que esteja procurando determinar a cotação do dólar. “O que o BC vem procurando fazer não é afetar a taxa de câmbio. A idéia deles (os diretores do BC) é apenas suavizar uma tendência natural de valorização da nossa moeda”, comentou uma fonte da área econômica.
O movimento de apreciação, para esta fonte, vem sendo gerado pela melhora dos fundamentos da economia brasileira nos últimos anos. Com as compras do BC, as reservas internacionais apresentaram uma alta de US$ 20,8 bilhões neste ano e passaram dos US$ 85,8 bilhões do final de 2006 para US$ 106,6 bilhões no último dia 21.