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Bem-aventuranças

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Daladier Pessoa Cunha Lima – Reitor da FARN

Podem tão poucas palavras exprimir tanto para a vida humana quanto as que formam as Bem-aventuranças do Sermão da Montanha?  Jesus Cristo, segundo São Mateus, subiu as colinas acompanhado pelos discípulos e anunciou um dos seus mais belos ensinamentos, capaz de atravessar 2000 anos e ainda ser atual e vigoroso em significações.  Bastaria ao homem seguir as lições das Bem-aventuranças, também presentes no Evangelho de São Lucas, para encontrar a felicidade aqui na terra e para garantir a sublimação da eternidade. As Beatitudes de Cristo, cerne do Sermão da Montanha, representam exortação extraordinária na direção da gratuidade do amor, da esperança e da conciliação definitiva com Deus. As fraquezas humanas, as aparências enganadoras, as injustiças, todas desabam perante a força dessas definitivas palavras de Cristo.

“Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus”.  Não há como interpretar “pobres de espírito” como sendo os incrédulos ou aqueles de menor poder intelectual.  Jesus disse que o reino dos céus seria dos humildes, dos simples.  Eis aqui bela lição para desestimular o orgulho, a prepotência, a vaidade sem limites e a arrogância.  “Bem-aventurados os que estão tristes, porque serão consolados”.  Deus criou o homem para ser feliz, como advertia dom Nivaldo Monte.  Mas, aflições cotidianas conduzem ao sofrimento imerecido.  Para estes, o aceno de firme esperança.  “Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra”.  Não se deve confundir mansidão com covardia.  É preciso entendê-la como grandeza interior, segurança, paciência e altivez, em oposição à ira, à ferócia e ao rancor. Por Jesus, felizes serão os bons, serenos e cordiais.  “Bem- aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos”.  Quão auspicioso seria se ninguém sentisse fome e sede de justiça, porque todos já estariam saciados. Não olhemos somente para o ritual da criação e aplicação das leis.  Antes, atentemos para nossas próprias ações, para a realidade interior de cada um.  As injustiças ocorrem em pequenos e grandes atos, de forma sutil ou aberta, na vida pública e no âmbito mais particular, amparadas no egoísmo ou no interesse subalterno, na insensatez ou na desídia.  Há dois milênios, Cristo falou da fome e da sede de justiça e disse que os céus abençoavam e bendiziam esses famintos e sedentos.

Continuam as Bem-aventuranças, cada uma com significação maior, cada uma a mostrar  as virtudes que podem e devem habitar o coração do ser humano.  “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.”.  Ter compaixão é ser misericordioso,  é ter capacidade de sentir a dor do outro, é ser generoso e indulgente.  “Bem-aventurados os limpos de coração,  porque eles verão a Deus”.  Os puros de coração podem ver a Deus e, também neles, Deus pode se ver.  “Bem-aventurados os pacificadores porque eles serão chamados filhos de Deus”.  Só promove a paz – filha da fé e do amor -quem a tem dentro de si mesmo.

Huberto Rohden, em sua obra “A mensagem viva de Cristo”, cita Mahatma Gandhi:  “Se se perdessem todos os livros espirituais da humanidade e só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido”.  O mesmo autor refere-se, ainda, à recomendação de Jesus:  “Quem quiser saber se minha doutrina é verdadeira, pratique-a”.

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