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Biometria provoca atrasos e filas

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Brasília  (AE) – O sistema de reconhecimento dos eleitores pela impressão digital, a biometria, provocou atrasos e filas em parte das 762 cidades onde foi usado no primeiro turno das eleições deste ano. “Isso tudo faz parte de um aprendizado. É como comprar um carro novo. Às vezes, você compra um carro novo e não sabe onde abre o tanque de combustível”, afirmou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro José Antonio Dias Toffoli, a respeito das dificuldades resultantes da adoção inédita da biometria em alguns Estados. Em 2012, na eleição de prefeitos, o sistema foi testado em algumas capitais.
Apesar das dificuldades registradas em vários estados, como o Rio Grande do Norte, Dias Toffoli acha que biometria foi um sucesso
Distrito Federal, Sergipe, Amapá e Alagoas cadastraram todo seu eleitorado no sistema biométrico e, de acordo com a Justiça Eleitoral, aparecem entre as Unidades da Federação que mais precisaram substituir urnas eletrônicas por conta de defeitos ao longo da votação. “Como está sendo a primeira eleição no Distrito Federal em que 100% da população é identificada biometricamente, muitas vezes há dificuldade no posicionamento do dedo”, disse Toffoli.

A identificação por biometria foi adotada para aumentar a segurança da identificação dos eleitores nos locais de votação. Autoridades que participaram do desenvolvimento do sistema acreditam que ele dificulta que um eleitor vote no lugar de outro porque, para liberar a urna, é necessário o reconhecimento da impressão digital.

No entanto, diversos casos foram registrados ontem, em que o reconhecimento biométrico não funcionou. Nesse caso, os mesários adotam o sistema tradicional e pedem que o eleitor apresente seus documentos para poder ser identificado manualmente.

Quinze capitais passaram pelo mesmo processo, incluindo Recife, Natal e Goiânia. Segundo o TSE,  domingo estavam habilitados a votar por biometria 15% dos eleitores brasileiros

Dificuldades com a identificação biométrica fizeram com que diversas seções eleitorais funcionassem até depois do horário estabelecido para o encerramento da votação, às 17h. No Rio Grande do Norte e em Brasília, eleitores que chegaram aos locais de votação dentro do horário, mas que não conseguiram votar por conta dos problemas técnicos, receberam senhas para poder votar depois do horário de encerramento.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Distrito Federal informou que foi preciso substituir 219 das 6.650 urnas que empregou no primeiro turno. O diretor-geral do TRE-DF, Arthur Cezar da Silva Júnior, disse que dificuldades na leitura biométrica e lentidão das urnas foram as principais causas das substituições.

O TRE do Rio Grande do Norte afirmou, por meio de sua assessoria, que o atraso era esperado justamente por conta do início do uso da biometria. Segundo o tribunal, 52% dos eleitores do Estado se habilitaram para votar com o novo sistema.

Em Niterói, no Rio de Janeiro, problemas com a identificação biométrica provocaram filas de até duas horas nas seções eleitorais. Em protesto, eleitores colocaram narizes de palhaço. A diretora-geral do TRE do Rio de Janeiro, Adriana Brandão, disse que a demora é “natural”. “Isso é natural, por ser a primeira vez da biometria e numa cidade com muitos eleitores”, afirmou.

O ministro Henrique Neves, do Tribunal Superior Eleitoral, concedeu uma entrevista em Brasília para defender o uso da identificação por impressões digitais. Segundo ele, o sistema confere à eleição uma segurança que compensa qualquer atraso na votação.

Apesar do uso da biometria, algumas possíveis falhas na identificação de eleitores foram apontadas ao longo do domingo. O canal de TV “Globonews”, por exemplo, divulgou a história de uma eleitora do Distrito Federal que disse não ter conseguido votar porque alguém já teria votado com seu título.

O diretor-geral do TRE-DF, Arthur Cezar da Silva Júnior, disse que se trata de “uma situação até possível de ter acontecido”, mas que o sistema de reconhecimento biométrico não seria o fator causador do problema, mas sim o sistema tradicional de identificação em que o mesário digita o número do título do eleitor em um sistema.

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