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Bira Marques quer se cercar de profissionais experientes para enfrentar a crise

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Com a missão de conduzir o ABC a sair de uma das maiores crises financeiras de sua história, Bira Marques revelou que ainda está tomando ciência dos verdadeiros problemas que irá encontrar sentado na cadeira de presidente do clube, mas se diz ciente de que os desafios serão imensos. O novo mandatário alvinegro afirmou pretender montar uma equipe de notáveis para auxiliar neste trabalho, para tanto, espera reunir todas as correntes que operam dentro dos muros abecedistas, mostrando a todos, que não existe adversário maior que a crise, uma verdadeira ameaça ao patrimônio construído em mais de cem anos de história.

“Ainda não deu para saber qual o verdadeiro tamanho dos problemas enfrentados pelo ABC, sei que existem muitos, mas estamos montando uma equipe para realizar um trabalho neste sentido. Sei das dificuldades que iremos encontrar no enfrentamento desse desafio, mas reconheço a grandeza do ABC, um clube com uma imensa torcida e que sempre estará disposta a ajudar, seja qual for a batalha que entrarmos”, afirmou.

Sobre os caminhos que deverá traçar, ele não descarta seguir as sugestões do conselheiro Bira Rocha para enfrentar o grave momento.  Rocha aponta que para superar a crise “que ameaça a existência do clube” o novo presidente terá de dar exatamente a mesma importância ao problema que dará ao futebol. Ele defende a divisão do ABC em duas partes e a contratação de gestores profissionais para avaliar a questão financeira e apontar os melhores caminhos a serem seguidos. Também aponta para necessidade da formalização da venda de parte do patrimônio do clube, que atualmente deve em torno de R$ 35 milhões.

“Bira Rocha se debruçou um bom tempo e estudou com afinco as dívidas do ABC, atendendo ao convite do ex-presidente Fernando Suassuna.  A saída apresentada pelo conselheiro, levando em consideração a venda de patrimônio, seria o caminho mais rápido para superarmos esse momento de dificuldade. Então a proposta também mostra que o ABC não é um clube quebrado, ele possui um patrimônio suficiente para liquidar os seus débitos e mediante uma boa gestão de recursos, pode reconstruir esse patrimônio em outra área. Precisamos ter muita responsabilidade neste momento, trabalhar com bastante calma, pois temos de buscar a melhor forma de superar esse momento difícil. Se pudermos nos desfazer do mínimo possível e quitar os nossos débitos, iremos vender”, salientou Bira Marques.

Mas a proposta de Bira Rocha ainda está sendo encarada com parcimônia pelo novo presidente abecedista, que ainda pretende procurar um caminho em que o patrimônio existente atualmente, seja poupado da alienação. Esse assunto sempre provoca calorosos debates dentro do conselho deliberativo, que há dois anos vem discutindo essa possibilidade. Mesmo com a liberação já existente para transação de uma área no complexo esportivo Vicente Farache, as propostas apresentadas não foram animadoras e a negociação acabou emperrando.

“Precisamos trabalhar com responsabilidade, existem várias ideias que, se bem empregadas, podem evitar a alienação patrimonial. Talvez surja uma oportunidade que não seja necessário vender a nossa área, mas sim transformar o clube em parceiro de algum empreendimento que venha a ser montado no nosso terreno. Vamos continuar trabalhando, avaliando as propostas, buscando aquilo que será melhor para o ABC”, disse o presidente alvinegro.

Com relação ao futebol, a parte que interessa diretamente a toda família abecedista, o clube necessita criar novas fontes de receitas para poder negociar a renovação dos contratos de Jaílson, João Paulo e Igor Goulart, que já demonstraram o interesse de continuar defendendo a camisa alvinegra, mas aguardam por uma proposta para estender seus vínculos contratuais, que se encerram agora no final de maio.

Os atletas foram apontados como imprescindíveis pelo treinador Francisco Diá, mas a falta de recursos está pesando. Isso ocorre num momento considerado delicado, uma vez que mesmo com o futebol paralisado, o mercado de atletas começou a aquecer, devido a necessidade de os clubes realizarem modificações em seus elencos visando não serem pegos de surpresa, na segunda parte da temporada.

“Na situação na qual nos encontramos, acho até complicado em tratar desse assunto de manter ou não a base da equipe que possuímos. Necessitamos verificar com a CBF e a FNF quando os campeonatos voltarão a ser realizados, antes. As incertezas em relação ao tema, ainda são grandes devido a pandemia, cujo pico da transmissão da Covid-19, apesar das medidas adotadas, vai apenas avançando. Inicialmente ouvimos que esse pico de transmissão seria em abril, agora já passou para maio e o futebol continua paralisado. Ninguém, hoje, reúne condições de precisar quando os clubes de futebol poderão retomar suas atividades normais, o que vem complicando a formalização de qualquer tipo de planejamento”, ressaltou o dirigente.

Numa equação onde a receita obtida gira em torno de zero e, os compromissos já assumidos têm de ser honrados a qualquer custo, o ABC vai tentando se equilibrar, mesmo com a negativa da Justiça do Trabalho em liberar os recursos da Timemania, dados como garantia ao pagamento das questões trabalhista já ajuizadas contra o clube. Bira Marques entende a situação como difícil, mas aponta que não se trata de um problema exclusivo do clube potiguar, mas sim comum ao universo esportivo, que busca meio de sobrevivência frente ao ambiente caótico para o futebol, com fuga de patrocínios e a diminuição brutal das receitas.

“O ABC não vivencia uma bolha, todos os clubes têm trabalhado para diminuir suas despesas negociando diminuição de salários, realizando acertos com colaboradores e atletas para buscar a melhor forma de sobreviver a essa pandemia. Estamos trabalhando com o marketing, tentando capitar recursos extras, vamos reforçar o nosso departamento comercial com pessoas experientes para quando sair dessa paralisação, já retomar os trabalhos com um plano forte e agressivo para vender a marca ABC e suprir as necessidades do clube”, reforçou.

Em relação a profissionalização da gestão alvinegra, outro ponto determinado como essencial pelo conselheiro Bira Rocha, para quem, as gestões amadoras, já causaram muito prejuízo ao clube, o novo presidente reconheceu a necessidade e disse que irá buscar formar uma equipe enxuta, mas com muito conhecimento no mercado, assim como profissionais que saibam trabalhar as gestões de crises.

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