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Bispos definem temas da conferência

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RELIGIÃO - Bispos vão discutir o crescimento dos grupos evangélicosAparecida (AE) – Pobreza, desigualdade, migração, família e opção preferencial pelos pobres são os pontos que, após cinco dias de reunião, começaram a se delinear como os principais temas que serão discutidos a fundo a partir de segunda-feira (21) e que provavelmente marcarão o documento final da 5ª Conferência-Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe em Aparecida, a 170 quilômetros de São Paulo.

Os bispos estão chegando a um consenso sobre uma pauta prioritária, depois de cotejar com a orientação deixada por Bento XVI os relatos feitos pelos presidentes das 22 conferências nacionais representadas em Aparecida. Se a palavra do papa não será uma camisa-de-força, como observou o cardeal Francisco Javier Errázuris Ossa, um dos três presidentes da Conferência, ela será roteiro obrigatório para as conclusões.

O crescimento dos grupos evangélicos, que todos os textos insistem em chamar de seitas, é outro item que, com certeza, terá espaço no plenário. A começar por Bento XVI, que se referiu a essa questão mais de uma vez, vários bispos se mostraram preocupados com a evasão de fiéis batizados para outras religiões e o aumento do número de pessoas que declaram não ter religião.

Ao tratar da família, o episcopado latino-americano estende sua preocupação à defesa da vida “desde o momento da concepção até seu fim natural”, o que significa, numa só frase, a condenação do aborto e da eutanásia, temas que o papa também sublinhou em sua visita ao Brasil. Sob a vigilância atenta do presidente do Pontifício Conselho para a Família, cardeal Alfonso López Trujillo, os bispos deverão discutir o problema dentro dos limites impostos pelo Vaticano.

Em outros pontos, a Conferência de Aparecida buscará saídas e possíveis avanços, a partir justamente da orientação do papa. É o caso da discussão sobre o ministério ordenado ou novas formas para o exercício do sacerdócio, outra questão em destaque no plenário. Como Bento XVI enalteceu a importância do sacramento da eucaristia para a vida cristã e como não pode haver eucaristia sem padres (que consagram as hóstias nas missas), os bispos mais avançados usarão esse argumento para propor novos modelos de sacerdotes.

A proposta inicial, na previsão de um brasileiro que participa da Conferência como convidado, seria a ordenação de homens casados, que seriam dispensados da obrigação do celibato. Seria o primeiro passo para a readmissão de padres casados que deixaram suas funções mas gostariam de voltar ao serviço da Igreja. Mais difícil do que isso, mas também uma alternativa para a falta de sacerdotes, seria a ordenação de mulheres.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) incluiu entre as numerosas sugestões enviadas ao Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), na fase de preparação da reunião de Aparecida, a proposta de que se discuta o ministério ordenado (ordenação) de mulheres, “uma dívida pendente”. A Síntese das Contribuições Recebidas compilada pelo Celam ignorou a sugestão.

Teólogos que dão assessoria aos bispos sem, no entanto, participar da Conferência, apresentam como argumento em favor da ordenação de homens casados o fato de a Igreja ter restaurado a instituição dos diáconos permanentes, que podem se casar. Os diáconos pregam sermões e administram alguns sacramentos, como o batismo, o matrimônio e a unção dos enfermos, mas não celebram missas nem ouvem confissões.

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