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Blair anuncia data da renúncia

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INGLATERRA - Tony Blair deixa o cargo de primeiro-ministro de forma melancólicaLondres (AE) – Após semanas de especulações na imprensa, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, anunciou ontem que apresentará sua renúncia à rainha Elizabeth II em 27 de junho. Até lá, o Partido Trabalhista deverá escolher um novo líder para substituí-lo – quase certamente o atual ministro das Finanças, Gordon Brown. Visivelmente emocionado, Blair anunciou sua decisão num discurso em seu reduto eleitoral, em Sedgefield, no interior da Inglaterra.

Acompanhado pela mulher, Chérie, e cercado de correligionários, ele fez um balanço de seu governo, que acaba de completar dez anos. Ele salientou que sua eleição, em 1997, representou “um novo começo” para a Grã-Bretanha, e destacou, entre outros pontos, a conclusão do processo de paz na Irlanda do Norte, os avanços econômicos e sociais do país e o engajamento de seu governo no combate à miséria na África e na defesa do meio ambiente.

Mas a parte do discurso que mais chamou a atenção foi dedicada à sua decisão de aliar-se aos EUA na invasão do Iraque, principal fator de desgaste de seu governo nos últimos anos. “Tomar decisões é difícil, mas no governo você tem que decidir”, disse. “Fiz o que genuinamente acreditava ser o certo.”

Ele afirmou que remover Saddam Hussein do poder – assim como o Taleban, no Afeganistão -, foi relativamente fácil. “Mas o revés desde então, desde o terrorismo global e aqueles elementos que o apóiam, tem sido severo, intenso e custoso”, admitiu. “Para muitos, simplesmente não vale a pena. Para mim, acho que precisamos seguir nesse caminho. Eles, os terroristas, que nos ameaçam aqui e ao redor do mundo, não desistirão nunca se nós desistirmos. É um teste de determinação. E não podemos fracassar.” Blair enfatizou: “Com a mão no coração, fiz o que achava certo para o país.”

No final do discurso, agradeceu aos britânicos pelos seus sucessos, e pediu desculpas por seus erros. Aos 54 anos, deixa um legado polêmico. Para seus simpatizantes, o mais importante é que ele revolucionou a política britânica ao modernizar o Partido Trabalhista, criando o “New Labour” – que abandonou o alinhamento com as idéias e práticas ideológicas da antiga esquerda. Mas o desastre da ocupação do Iraque levou sua popularidade a despencar nos últimos anos. Vários integrantes do próprio Partido Trabalhista se rebelaram contra Blair, exigindo sua renúncia. 

Após vários fracassos eleitorais, os conservadores têm agora um líder, David Cameron, que é uma ameaça real à continuidade dos trabalhistas no poder após as eleições gerais de 2008. As pesquisas de intenção de voto mostram uma ampla liderança de Cameron. As eleições locais e regionais da semana passada confirmaram a vantagem conservadora.

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