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Blairo Maggi recusa convite de Dilma

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Brasília (AE) – O senador Blairo Maggi (PR-MT) recusou o convite da presidenta Dilma Rousseff para ser o novo ministro dos Transportes. Ele ainda vai procurar a presidenta para formalizar a recusa, mas, ao final das reuniões de ontem, em Cuiabá, ele bateu o martelo: os assessores do seu grupo empresarial vetaram a indicação e ele decidiu ficar no Senado. Com isto, volta ao topo da lista de ministeriáveis o preferido da presidenta e atualmente ministro interino, Paulo Sérgio Passos. Dirigentes do PR já admitem no bastidor que, se não houver alternativa, o partido acatará a escolha presidencial para o cargo.

“O ideal para o partido é que o Blairo assuma, mas pessoalmente, como senador, acho que nós poderíamos caminhar para apoiar o Paulo Sérgio”, defende o senador Clésio Andrade (PR-MG). No mesmo tom, um influente parlamentar do PR revelou ontem que está disposto a trabalhar a bancada da Câmara dos Deputados em favor da solução “técnica” de manter o interino e tirar o partido da “linha de tiro das denúncias de corrupção”.

Antes de embarcar para Cuiabá na quinta-feira, Blairo Maggi disse a Clésio Andrade que tentaria convencer seu grupo empresarial a abrir mão dos contratos que tem com o governo, para que ele pudesse suceder Nascimento. Não conseguiu. “O grupo André Maggi detectou que há conflito de interesses e impedimento legal para que eu assuma o ministério”, revelou o próprio senador Baliro Blairo no final da tarde de ontem.

Ex-ministro resiste a apoiar preferido da presidenta

O senador Blairo Maggi aposta que nada acontecerá antes de terça-feira, quando seu afilhado político e diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, vai depor na Comissão de Infraestrutura do Senado. O depoimento carrega um “potencial explosivo”, mas um amigo e colega de Pagot no secretariado de Blairo Maggi no governo de Mato Grosso afirma que “não existe a possibilidade de o Pagot entornar o caldo”.

Este interlocutor confirma que Pagot está “magoado e com raiva” por ter sido “jogado às feras” pelo Planalto em meio às denúncias de um suposto esquema de corrupção com pagamento de propina a empresários nos Transportes. “Mas ele é um homem honrado e não vai cuspir no prato em que comeu. Além disso, Pagot vai depor a pedido do Blairo, que só quer justiça”, completou a fonte.

O maior foco de resistência à tese de efetivar o interino não é Blairo Maggi e sim o ex-ministro. Alfredo Nascimento e seus aliados consideraram uma “traição” o fato de Passos ter sido chamado ao Planalto pela presidenta Dilma na terça-feira e não ter avisado ao partido ou ao ministro da reunião. O líder do PR no Senado, Magno Malta (ES), também critica Passos pelo atendimento precário aos parlamentares. Mas seja quem for o escolhido, parlamentares dos vários setores do PR entendem que o rompimento com o governo está fora do horizonte da legenda.

Embora o presidente nacional do PR tenha muito peso na definição dos rumos da sigla, um dirigente adverte que o próprio Nascimento enfraqueceu sua posição quando pediu ao líder na Câmara, Lincoln Portela (MG), que anunciasse que ele não interferirá na escolha de seu sucessor. Este dirigente entende que, além de se retirar publicamente do processo, Nascimento também sinalizou que ficará mais recolhido ao se licenciar no Senado. Em só assumirá efetivamente o mandato de senador pelo Amazonas em agosto, depois do recesso parlamentar que começará no dia 18.

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