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BNB reabre crédito para camarão

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ATIVIDADE - Setor espera crescer entre 10% e 15% este anoRecife (ABr) – Produtores de camarão do Nordeste poderão contar, a partir desta semana, com novas linhas de financiamento para incrementar a atividade econômica. A liberação dos recursos, oriundos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) será feita pelo Banco do Nordeste (BNB) com prazo de pagamento de até 12 anos e quatro anos de carência. A instituição financeira, responsável pela aplicação de R$ 59,4 milhões na carcinicultura na região, tinha suspendido novos projetos de investimentos há dez meses.

Os fatores que contribuíram para a restrição no financiamento foram a incidência de enfermidades nos camarões, provocadas por causa de excesso de chuvas, e perda da competitividade do produto no mercado internacional.

De acordo com o gerente de Políticas de Desenvolvimento Territorial do BNB, Haroldo Bezerra, a decisão do banco, tomada agora após análise técnica, levou em consideração a recuperação do setor. Foram introduzidas novas linhagens e aprimoradas as políticas de manejo, biossegurança e respeito às condições ambientais. Outro ponto favorável teria sido a expansão do cultivo do camarão para áreas pouco exploradas, a exemplo do Maranhão.

O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão, Itamar Rocha, afirmou que o Banco do Nordeste demonstra sensibilidade ao atender a uma reivindicação do setor, que tem 65% da receita nas exportações e ficou sem capital de giro por causa da desvalorização do dólar .

Segundo ele, há uma perspectiva de que o consumo de frutos do mar venha a crescer este ano em países da África e da Ásia, em função da gripe aviária. A cadeia produtiva do camarão gera 56 mil empregos diretos e indiretos.

“Com apoio do BNB, que vai possibilitar novos investimentos em custeio e modernização tecnológica, a expectativa é a que o setor volte a crescer no patamar de 10% a 15%”, enfatizou Rocha. Em 2005, a produção de camarão no país foi 14% menor  em comparação ao ano anterior.

Dinheiro vai para custeio

A aprovação das novas linhas de crédito do Banco do Nordeste era esperada pelos carcinicultores do Rio Grande do Norte desde o mês passado, quando mantiveram reuniões com a superintendência regional do BNB, e receberam a garantia de apoio financeiro à atividade. O vice-presidente da Associação Norte-rio-grandense de Criadores de Camarão (ANCC), Anton Safieh, diz que o dinheiro chega em boa hora e servirá principalmente para o custeio.

“Os produtores estão descapitalizados. Na verdade, a decisão do BNB ocorreu com base em estudos técnicos de viabilidade desenvolvidos pelo Banco”, disse Anton Safieh. Uma parte do dinheiro captado servirá também para implementar a infra-estrutura das fazendas de criação de camarão.

O mercado internacional desse crustáceo cresce entre os meses de agosto e novembro, período que os criadores fazem a despesca, e a expectativa é de bons negócios com o reforço financeiro. A cotação do dólar permanece como principal obstáculo, segundo o vice-presidente da ANCC. “Mas estamos prontos para retomar o crescimento”, disse.

O dinheiro das linhas de crédito do BNB, por enquanto, não chega à maioria dos pequenos produtores. Essa modalidade de empreendimento corresponde a 80% dos produtores de camarão no Estado. Desses, Anton Safieh afirma que entre 80% e 90% não são licenciados pelo Idema e isso impede a obtenção do crédito.

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