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Boca de fumo

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Há uma semana, todos os dias, incluindo a sexta-feira da paixão, coisa de 80% do tempo de duração de um jornal de televisão é inteiramente dedicado às delações da Odebrecht que levaram a escalação da lista do ministro Fachin. Tudo começou terça-feira, 11, o trovejar pegando o Jornal da Globo. Manchetes repetidas em todos os horários, seguidos de comentários com o mesmo tom. Nunca se viu nada igual na imprensa daqui, contando derna do tempo de José Hipólito da Costa. Até o carismático presidente Trump desceu para o terceiro ou quarto plano de onde, aliás, não deveria voltar. As revelações do fundador da Odebrechet, do seu filho presidente da empreiteira, e dos diretores delatores –  o estado maior da empresa gigante –  causam espanto até aos fantasmas terrenos ou não. Manancial de motes para os analistas políticos, sociólogos, economistas e até antropólogos.

O título da coluna tirei do título do comentário de Josias de Souza no portal do UOL, de ontem, que sintetiza com rigor cirúrgico o instante histórico que vive o Brasil: “A Odebrecht é menos ética que uma boca de fumo”. Um retrato que já se sabe tem bastante tempo de pendurado nas paredes dos altos salões da vida brasileira. Transcreverei alguns trechos do texto de Josias para que os meus fieis leitores da Ubaia, do Poço do Serrote e do Cabaço, onde não se pega o sinal da internet, tomem conhecimento do que acontece nas esferas mais altas de nosso país. Começo pelo começo:

– José Sarney sabia o que estava dizendo. Pilhado no autogrampo do ex-correligionário Sérgio Machado, o morubixaba do PMDB avisara com quase um ano de antecedência: a delação da turma da Odebrecht produzirá o estrago de uma “metralhadora calibre cem”. A rajada de imoralidades, de potência inaudita, atingiu inclusive Sarney, citado em inquérito direcionado à Justiça Federal de Goiás.

– A Odebrecht, multinacional da construção, era a vanguarda do capitalismo brasileiro. Por um descuido, a casa caiu. E Marcelo Odebrecht virou bandido. Mas se não tivesse esquecido de maneirar continuaria a ser um menino de ouro. Como poucos, ele sabia ser audaz. Sob seu comando, a empreiteira cresceu extraordinários 520% nos dez anos que antecederam a Lava Jato.

– Gente assim, como Marcelo Odebrecht, sempre na fronteira da marginalidade, tanto poderia estar operando no mercado da construção pesada como numa boca de fumo. O comércio de drogas ilícitas e o tráfico de dinheiro comandado pela Odebrecht revelaram-se negócios muito parecidos. A diferença é que há mais ética num ponto de venda de maconha e cocaína do que num escritório da empreiteira. 

– Quem vai ao pé de um morro para comprar drogas sabe que coloca o seu vício a serviço de uma engrenagem criminosa. Quem comercializa o bagulho não ignora que corre o risco de ser preso. Na boca de grana da Odebrecht, nada era o que parecia. Sob o manto diáfano do sucesso empresarial, rolava grossa corrupção, praticada por gente que se imaginava acima da lei.

– Marcelo Odebrecht e sua turma são filhos da cultura cleptocrata que vigora no Brasil desde a chegada das caravelas. Assistindo-se à performance dos delatores, nota-se a intenção de todos eles de culpar a sociedade, que praticamente os obrigou a ser o que são, com todas as facilidades que lhes proporcionou – a cegueira da Receita, a impunidade, a cumplicidade de todo o sistema político…

– A turma da boca de fumo tem muito a desaprender com os Odebrechet. Não é à toa eu tem traficante patrocinando campanhas eleitorais. O negócio é mais lucrativo e bem menos arriscado. ”

Tem chuva Tem chuva de 65 milímetros na região Oeste. Foi em Dr. Severiano, de segunda-feira para o amanhecer de ontem. Em Riacho de Santana, na mesma região, 21, seguido de Água Nova e Pau dos Ferros, 20, Portalegre, 12, São Francisco e Francisco Dantas, 11, Umarizal, 6.

No Seridó: Santana do Seridó, 20, Acari, 15, Florânia, 9, São José do Seridó e Santana do Matos, 8, Parelhas, 6.  No Agreste, chuviscos; na região Leste, idem. São informações da Emparn.

Na Paraíba O boletim da Aesa dá conta de chuvas em 26 municípios paraibanos, as melhores concentradas nos sertões de Brejo do Cruz, Piancó e do Cariri: São José do Brejo do Cruz, 29 milímetros, Ouro Velho, 26, Piancó, 15, Santana de Mangueira, 14.

No Ceará choveu em apenas 10 municípios: Ererê, 36 milímetros, Milhã, 32, Potiretama, 26, Iracema, 19, Senador Pompeu, 11.

Dorian Gray A Câmara Municipal de Natal presta hoje sua homenagem póstuma ao pintor e poeta Dorian Gray Caldas, falecido em 23 de janeiro. A sessão está marcada para as 18h30 e foi proposta pelo vereador Franklin Capistrano.

Livro O poeta e compositor Roberto Lima de Souza lança hoje à noite, a partir das 18h30, na Pinacoteca do Estado (Palácio da Cultura) o seu livro de contos O quinto anjo, que sai com o selo da 8 Editora. O poeta Diógenes da Cunha Lima, que escreveu as orelhas, aplaude o que leu: “Que os leitores sejam bem-vindos ao universo de Roberto Lima, formidável amigo. Boa leitura”.

Segurança

O Secretário de Segurança Pública, delegado (Polícia Federal) Caio Bezerra, pediu demissão do cargo. É o terceiro que se demite em dois anos e meio do governo Robinson.  Um secretário para cada um ano de governo, certamente a média mais alta do país.

Como ainda falta pouco mais de um ano e meio para o término do mandato de governador, Robinson ainda tem chance de nomear mais dois secretários. A nomeação do quarto é factível ainda sair este mês.

O secretário demissionário disse que a Polícia do Rio Grande do Norte trabalha no limite da exaustão.

Chorinho Anote aí em sua agenda:   domingo, agora, 23, aniversário de nascimento do santo Pixinguinha, é consagrado nacionalmente como o Dia do Chorinho. Vamos ver se acontece alguma coisa na noite natalense. Na noite, o dia todo, na madrugada. Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim, Nelson Cavaquinho, K-Ximbinho, potiguar de Taipu, Ademilde Fonseca, natalense nascida em Macaíba, Rainha Brasileira do Chorinho.

E com vocês Ademilde Fonseca interpretando Carinhoso, música de Pixinguinha, letra de João de Barro.

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