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Boi sem dono

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Vicente Serejo

BOI

Um ano depois de tomar posse, numa virada política do voto popular e secreto que mandou quase todas as proeminências político-familiares para casa, a governadora Fátima Bezerra fecha o exercício sem ter  realizações a expor. A situação, embora com os ajustes, é a mesma que recebeu ao assumir o poder, exceto por pagar os restos de uma quarta folha de pessoal, de 2017, ficando três outras de 2018 no limpo duvidoso dos recursos extraordinários.

O governo Robinson Faria realizou, segundo seu marketing bem copioso, mais de mil obras, algumas de porte, como os acessos ao novo aeroporto. É fato. Mas fracassou ao tentar duas operações junto ao Banco Central, embora com atestada capacidade de endividamento e aprovadas pelo Legislativo. Governou com empréstimo do Banco Mundial conquistados ainda no governo Wilma de Faria e efetivamente contratado no final do governo Rosalba Ciarlini.

Com crises profundas, algumas crônicas nas áreas da saúde e educação e um pouco ou levemente mitigadas na segurança pública, Fátima Bezerra governa com uma maioria até agora estável na Assembleia, e graças à aliança com o presidente da casa, deputado Ezequiel Ferreira. Tem sabido demonstrar seu esforço e, sobretudo, mantido a atmosfera de paz social na relação com todos os estamentos sociais, mas nem ela mesma sabe até quando vai manter. 

Não é à toa que a sua aprovação nas pesquisas ganhou até agora uma estabilidade que não pode ser posta em dúvida, constatada que tem sido por todos os institutos e não tem sido posta em dúvida pela oposição. O tropeço está na clara manobra na articulação da derrota do aumento de 16,38% para a faixa entre um e três salários mínimos, a mais caracterizadora dos ‘companheiros’ de uma sindicalista, consentindo em troca o aumento para as elites salariais.

Amainado o sol do verão, calados os últimos clarins de Momo e lavadas as cinzas que perdoam os pecados do mundo, a governadora Fátima Bezerra chegará a março diante de pesado desafio. Se os adversários não podem cobrar, pela própria herança trágica a ela legada, também a ela não será dado o elixir da compreensão. E, veja-se, o ano é de eleição municipal com um PT que vem de uma devastação eleitoral com o seu líder maior julgado e condenado.

Não será fácil o novo ano. O PT não pode aliar-se a Bolsonaro, afinal sua única saída é polarizar. E, o pior: este país não tem a altivez política de ser governado sem revanchismo, buscando a construção de um futuro melhor para todos. Ora, as costelas da nossa feia miséria financeira, expostas ao longo do primeiro ano, agora vão espetar o couro do boi pobre, magro e sem dono no qual se transformou o Rio Grande do Norte. Que Deus tenha piedade de nós.

FUGA – O deputado Hermano Morais mudará de partido, mas sabendo que a cada dia fogem de suas mãos as chances de ser o candidato pelo PDT com o apoio de Carlos Eduardo Alves.

AINDA – Como o ex-prefeito de Natal sabe que vai fugindo das mãos de Andréia Ramalho, a sua mulher, a chance de disputar a Prefeitura de Parnamirim sem a presença de Agnelo Alves. 

ALIÁS – Para salvar o PDT de uma bancada medíocre, já que não há aliança proporcional, a saída é a candidatura de Carlos Eduardo Alves a vereador para ser o grande puxador de votos.

3×4 – Chega dos corredores da Assembléia, via e-mail: “Enquanto o aumento dos servidores será de apenas 3,9%, em duas parcelas, a Unimed reajusta seu plano de saúde em mais 7,3%”.

GUERRA – O pesquisador Rostand Medeiros marcou para dia 5, na livraria do Campus, na UFRN, o lançamento do livro ‘Lugares de Memória’, os lugares onde Natal viveu a II Guerra.

ELEIÇÃO – Por falar em livraria da UFRN: a eleição da Cooperativa da diretoria da Cultural anda silenciosa, mas intensa, entre as suas prateleiras. Ainda não há um nome por aclamação.

EXPO – ‘Andares’ é o tema da exposição do fotógrafo e poeta Marcos Cavalcanti, amanhã, sexta, às 9h, no Fórum Seabra Fagundes. Nas paredes, um acervo de 96 fotografias expostas.

ÍCONE – Débora é o símbolo brasileiro de superação e consagração. O melhor que Maurício de Souza poderia escolher no projeto com a ONU. Estou na sua platéia, aplaudindo, faz anos.

DIÁRIO – Revelação de próprio punho no quarto volume dos “Diários da Presidência”, de FHC: sua preferência por Garibaldi Filho está no dia 27 de março de 2002, para vice de José Serra. Mas, observa, sem perder o trato, que Alves não é loquaz e tem uma família complexa.

RETRATO – Ao longo de anotações de encontros com Garibaldi, Fernando Bezerra, Agripino Maia e Geraldo Melo, FHC registra disputas políticas internas e o descontentamento do PFL de Agripino Maia com a escolha de Geraldo Melo para líder do governo no Senado. 

ESTILO – A leitura atenta das anotações mostra que os políticos do Rio Grande do Norte vão ao presidente com politicagens, até intrigas. Como uma ligação de Garibaldi Filho para dizer do silêncio das rádios de Agripino Maia não mencionando que obras são do Governo de FHC.

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