quarta-feira, 24 de abril, 2024
29.1 C
Natal
quarta-feira, 24 de abril, 2024

Bolsonaro afirma que Braga Netto está escolhido para vice

- Publicidade -
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que seu ex-ministro da Defesa, o general Walter Braga Netto, será candidato a vice-presidente na chapa governista que disputará a Presidência em outubro. “Vocês querem exclusividade ou não? Pretendo anunciar nos próximos dias o general Braga Netto como vice”, disse ele em entrevista ao programa 4 por 4.
General da reserva Braga Netto exerceu o cargo de Ministro da Defesa e criticou a atuação da CPI da Covid no Senado
O general da reserva já vinha participando de atos junto do chefe do executivo nos últimos meses e saiu  do Ministério da Defesa a tempo de ser candidato no pleito deste ano.
Recentemente, houve pressões pela substituição do ex-ministro pela deputada Tereza Cristina (Progressistas-MS), principalmente devido à estagnação de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. A mudança esvaziaria o poder militar no governo, mas poderia atrair o voto feminino, segmento no qual Bolsonaro enfrenta forte rejeição, além de reforçar a aliança com o agronegócio e com o Centrão.
No entanto, com a declaração, Bolsonaro deixa claro sua preferência pelo militar, reproduzindo uma chapa semelhante à vitoriosa em 2018, quando o também general Hamilton Mourão (Republicanos) foi seu vice.
Trajetória 
Nascido em Belo Horizonte, Braga Netto, 65 anos, entrou no Exército em 1974. Recebeu os títulos de Mestre em Operações Militares da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, em 1988, e de Doutor em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares do Curso de Altos Estudos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, em 1994.
Durante sua carreira, foi chefe do Grupo de Observadores Militares das Nações Unidas no Timor Leste, e adido do Exército na Polônia, no Canadá e nos Estados Unidos. Também foi coordenador de defesa de área dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio-2016.
Entre fevereiro de 2018 e janeiro de 2019, chefiou a Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro. Foi Comandante Militar do Leste até fevereiro de 2019, quando foi designado para assumir a chefia do Estado-Maior do Exército. Em 18 de fevereiro de 2020, assumiu o cargo de Ministro-Chefe da Casa Civil do Brasil. Em 29 de março de 2021, foi nomeado Ministro da Defesa, cargo no qual permaneceu até 31 de março de 2022.
Em julho de 2021, Braga Netto, então ministro da Defesa, condicionou a realização das eleições de 2022 ao voto impresso. O recado, repassado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), foi revelado pelo Estadão.
No mesmo dia, Bolsonaro repetiu publicamente o teor da declaração: “Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”, afirmou o presidente a apoiadores, na entrada do Palácio da Alvorada.
No dia 29 de setembro de 2021, o procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu apuração preliminar contra Braga Netto pelas afirmações com relação às eleições. A proposta pela adoção do voto impresso foi derrubada pelo Congresso Nacional.
O ministério da Defesa acusou o senador Omar Aziz, à época presidente da CPI da Covid e que criticou o “lado podre” das Forças Armadas por envolvimento em “falcatrua” no governo de Jair Bolsonaro, de desrespeitar as Forças Armadas e generalizar esquemas de corrupção.
“As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”, disse a instituição, em nota.
A escolha do general Walter Braga Netto como vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição contrariou o Centrão, grupo de partidos que apoia o governo e defendia o nome da deputada Tereza Cristina (Progressistas-MS) para a dobradinha. A avaliação de dirigentes do bloco e até da equipe de comunicação da campanha é a de que Braga Netto não atrai votos e reforça o perfil militar da chapa, quando o presidente precisaria de apoio no espectro de centro.
Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No diagnóstico do comando da campanha, ele precisa de um “fato novo” e de impacto. Nos últimos dias, porém, o governo tem enfrentado mais desgastes, após desdobramentos das investigações sobre o gabinete paralelo instalado no Ministério da Educação, com suspeitas de cobrança de propina por pastores para liberar verbas a prefeituras.
Dirigentes do Centrão queriam que o presidente convidasse Tereza sob o argumento de que ela ajudaria a conquistar o voto das mulheres – eleitorado considerado avesso a Bolsonaro – e a consolidar o apoio do agronegócio. O presidente, porém, acha que um militar representa uma espécie de “seguro” contra um possível impeachment. Ex-ministra da Agricultura, Tereza vai disputar o Senado por Mato Grosso do Sul.
“Pretendo anunciar nos próximos dias o general Braga Netto como vice”, afirmou Bolsonaro, na noite de anteontem, em entrevista ao programa 4 por 4, veiculado no YouTube. Ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, o general deixou o cargo em março e, logo depois, se filiou ao PL, mesmo partido de Bolsonaro. Mas o próprio presidente do PL, Valdemar Costa Neto, era um dos principais defensores de Tereza Cristina.
- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas