Tânia Monteiro, Julia Lindner e Luisa Marini
Agência Estado
Osmar Terra, do MDB, vai para o Ministério da Cidadania
#SAIBAMAIS#Embora o discurso seja de que a nomeação de Osmar Terra represente mais uma indicação de grupos temáticos na Câmara dos Deputados, na transição a escolha foi vista como uma porta aberta para o partido no futuro governo. Osmar Terra é emedebista desde o início da redemocratização. Ele se filiou à legenda em 1986. No atual governo federal, foi ministro de Michel Temer até abril deste ano e atualmente consta como primeiro vice-líder do partido na Câmara.
Ele, porém, negou que seja uma indicação da sigla para o cargo. “Fui escolhido a partir de um movimento das frentes parlamentares da assistência social, das pessoas com doenças raras, da primeira infância, dos deficientes, dos idosos. Se juntaram todas as frentes que têm a ver com essa área e deram respaldo ao meu nome”, disse.
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Até abril, no entanto, era o número dois de outro emedebista, o governador eleito do Pará, Hélder Barbalho, filho e herdeiro político do senador reeleito Jader Barbalho e da deputada federal Elcione Barbalho.
O terceiro nome anunciado por Jair Bolsonaro nesta terça-feira foi do futuro ministro do Turismo, o deputado reeleito do PSL – partido do presidente eleito -, Marcelo Álvaro Antônio (MG). Com os novos anúncios, o novo governo pode chegar a um total de 22 ministérios, longe da meta inicial do presidente eleito de ter 15 pastas.
A exemplo dos demais políticos escolhidos, Marcelo Álvaro disse que sua nomeação não contempla uma solicitação do partido ou do Estado, mas é uma indicação da frente parlamentar do turismo, da qual faz parte. “Na verdade, eu considero que a indicação do meu nome para o Ministério do Turismo não foi feita em função do PSL, foi feita pela Frente Parlamentar em Defesa do Turismo”, disse.
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Bancadas
Conforme relatos colhidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, o nome de Terra foi “vendido” a Bolsonaro como a escolha de um representante da bancada social no Congresso. A equipe de transição chegou a levar parlamentares do PSDB e do PP para o gabinete de Bolsonaro para dar uma demonstração de que seria uma nomeação suprapartidária.
No entanto, logo pela manhã, ainda na Granja do Torto, Bolsonaro comandou, pessoalmente, uma negociação entre o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com lideranças do MDB.
A escolha foi vista como o início de uma entrada do partido no governo ou pelo menos a abertura de uma aproximação nessa direção. Na nova legislatura, o MDB terá 12 cadeiras no Senado e 34 na Câmara dos Deputados.
A escolha de Osmar Terra contrariou iniciativas da bancada evangélica, que reivindicava o Ministério da Cidadania. O senador derrotado à reeleição Magno Malta (PR-ES), ligado aos evangélicos e que chegou a anunciar que seria ministro mais de uma vez, ficou de fora.