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Bolsonaro libera 4 armas por pessoa

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Breno Pires e Mariana Haubert
Agência Estado

Brasília e São Paulo – Uma das promessas de campanha, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que facilita as regras para o cidadão obter a posse de arma de fogo, o que permite guardá-la em casa ou em estabelecimento comercial do qual seja dono. A medida torna possível adquirir até quatro armas, amplia o prazo de validade do registro de cinco para dez anos e, na prática, dispensa o cidadão de comprovar que tenha a “efetiva necessidade” de possuir armamento, o que era previsto pela legislação anterior.

Presidente Jair Bolsonaro exibe a caneta com a qual assinou o decreto, durante a cerimônia no Palácio do Planalto


Presidente Jair Bolsonaro exibe a caneta com a qual assinou o decreto, durante a cerimônia no Palácio do Planalto

#SAIBAMAIS#Jair Bolsonaro afirmou que esse é o “primeiro passo” no compromisso de campanha de garantir o “direito de defesa” da população. O aumento de acesso a armas, porém, é criticado por especialistas em segurança.

Os esforços do governo se voltam agora para ampliar o porte (quando o cidadão pode andar armado na rua) – que tem regras mais rígidas e depende de aprovação no Congresso – e permitir o recadastramento de armas hoje na ilegalidade por não terem sido registradas até o prazo de 2009 – na prática, uma anistia. Em ambos os casos, seria preciso aval do Congresso.

Exigências
O decreto retirou do caminho de interessados em obter armas um requisito do Estatuto do Desarmamento, de 2003, visto pelo governo e pelo lobby armamentista como entrave para a aprovação de pedidos de registros – a comprovação de “efetiva necessidade” Sob o argumento de que havia espaço para subjetividade, o governo permitiu que o cidadão não detalhe por que precisa da arma e a autoridade responsável não faça análise individualizada

Basta ao interessado dizer que mora em área rural ou área urbana de Estados com taxa acima de 10 homicídios a cada 100 mil habitantes. Pela base de dados escolhida pelo governo – o Atlas da Violência, publicado em 2018 com dados de referência de 2016 -, todos os Estados superam esse corte. As taxas mais baixas são de São Paulo (10,9) e de Santa Catarina (14,2).

Produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Atlas usa dados do Ministério da Saúde. Embora seja critério do decreto, o estudo defende o Estatuto do Desarmamento.

As exigências legais para obter a posse de arma permanecem. É preciso ter mais de 25 anos, declaração de bons antecedentes, curso de tiro e teste psicotécnico. A população deve requisitar a arma ao Sistema Nacional de Controle de Armas (Sinarm), gerido pela Polícia Federal. Já os militares e praticantes de caça ou tiro esportivo devem fazer o pedido no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), gerido pelo Exército.

Os prazos de validade do registro eram de 5 anos no Sinarm e de 3 no Sigma, mas agora passaram todos para 10 anos. Os registros hoje válidos também passam a vigorar por mais dez anos. Está permitido ter até quatro armas, mas ainda há possibilidade de ampliar o número. Nesse caso, porém, será preciso comprovar necessidade específica. “Como o povo soberanamente decidiu por ocasião do referendo de 2005, para lhes garantir esse legítimo direito à defesa, eu, como presidente, vou usar essa arma”, disse Bolsonaro, exibindo a caneta Bic com a qual assinou o decreto em cerimônia no Palácio do Planalto.

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