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Bom para o bolso e para o coração

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ALEGRIA - Torcida também ganha com orgulho pelo seu clubePassadas 27 rodadas da série B do Campeonato Brasileiro e com a equipe viva na luta por uma das quatro vagas que a competição destinará para divisão de elite no próximo ano, a diretoria do América já começa a fazer projeções do que irá mudar no clube caso este sonho volte a se realizar. O lado mais atrativo é o ganho financeiro do clube, que na visão do vice-presidente administrativo, Alex Padang, deverá, no mínimo, triplicar podendo fazer com que a diretoria espante de vez a crise financeira que insiste em rondar o Alvirrubro desde 1998, coincidentemente ano em que o clube acabou sua primeira odisséia pela série A.

Só para ser ter uma idéia de como os clubes que disputam a divisão de elite estão num patamar completamente diferente dos demais, basta frisar que a diferença entre o que a Rede Globo de Televisão paga ao Clube dos 13 pelos direitos de transmissão do evento é infinitamente superior ao que é desembolsado atualmente pelos direitos de transmissão da série B. Enquanto os clubes da série A dividem um bolo de aproximadamente R$ 280 milhões, na “Segundona” este bolo mal chega a R$ 25 milhões, dessa quantia são realizadas ainda deduções para deslocamento e hospedagens das 20 equipes pertencentes à divisão de acesso.

“Quando a Futebol Brasil Associados começou a discutir a venda dos direitos de transmissão da série B, nos foi repassado que cada clube iria receber em torno de R$ 800 mil como ajuda de custo. Isso livre de qualquer outra coisa, já que passagens e hospedagens seriam garantidas por outro patrocinador. Só que algumas negociações acabaram dando errado e o América sequer conseguiu receber metade desse valor”, afirmou Padang.

Pior de tudo é que o valor prometido foi jogado na contabilidade do clube como garantido, os dirigentes passaram a arquitetar a formação de uma equipe forte contando com o repasse total, lapso que acabou fazendo que o pelotão de apoio à nova administração americana caísse em campo atrás de arranjar novas formas de arrecadações para tapar o buraco daquilo que fora prometido e não chegou.

 “A redução da nossa verba foi tão drástica que, hoje, o América continua dependente do dinheiro das arrecadações no estádio. Essa é a nossa primeira fonte de arrecadação, a nossa segunda maior receita advém dos nossos patrocinadores e só depois vem a cota de TV girando em torno de R$ 350 mil. A quarta fonte de arrecadação são as vendas de produtos oficiais do clube, mas esta é quase insignificante, se comparado com os gastos que fomos obrigados a assumir”, salientou.

Se o América está conseguindo driblar as dificuldades com uma verba que nos grandes clubes geralmente é gasto com o pagamento de salários para dois ou três jogadores de primeira grandeza, mesmo sem ter o valor real daquilo que o clube deverá arrecadar em caso de acesso à série A, a estimativa mais modesta dá conta de que o Alvirrubro deve colocar nos cofres entre R$ 1 milhão  e R$ 1,8 milhão, dinheiro relativo apenas a cota de TV, que neste caso passará a ser a primeira fonte de arrecadação. A isso serão acrescidas as renegociações dos contratos de patrocínios, além das receitas oriundas com as rendas dos jogos, que deverão triplicar devido à presença, em Natal, dos principais clubes do país.

 “Como se vê existe muito dinheiro em jogo então nós na diretoria do América estamos encarando as aplicações realizadas na nossa equipe de futebol não como gasto, mas como um grande investimento. O retorno do clube para série A será bom para todo Rio Grade do Norte, pois iremos incrementar vários setores da nossa economia”, concluiu.

Cuidados para não repetir erros

Em meio aos erros e acertos cometidos no biênio (1997-1998) em que freqüentou à divisão de elite, os dirigentes do América pretendem trilhar um caminho sem muitos percalços, caso a equipe consiga a classificação para série A este ano. O diretor jurídico do clube, que na época presidia o Alvirrubro, Eduardo Rocha apontou o estado de euforia que inundou o RN, após a conquista do título nordestino, como uma das causas que ajudou na derrocada americana.

Talvez tenha sido por isso que, mesmo sem se negar em realizar projeções futurísticas, Eduardo Rocha tenha feito questão de salientar que o caminho até a reconquista da vaga na divisão de elite ainda é extenso. Segundo ele, ninguém deve se deslumbrar com a campanha que o time vem realizando. “É melhor continuar torcendo e dando força a equipe, que ainda terá de trilhar um caminho muito longo, com adversários bastante difíceis para superar”, alerta.

Rocha disse ainda, que diante de uma nova oportunidade de ingressar na elite, o América irá necessitar de apoio integral de toda cidade: torcedores, imprensa, políticos e empresários. “Não é fácil chegar, nem se manter na série A. Vejamos os exemplos de Fortaleza e Santa Cruz, que são de cidades com potencial econômico muito maior que Natal e estão passando sérias dificuldades na competição desse ano”, exemplificou, “se não ocorrer um pacto de apoio mútuo, dificilmente um time de porte médio consegue permanecer por mais de um ano na série A”.

O vice-presidente administrativo, Alex Padang, que na campanha de 1997 atuava na parte relativa ao marketing, corrobora com Eduardo Rocha. “Em 97 nós fizemos a coisa certa, mantivemos a base vitoriosa da série B, trouxemos jogadores com experiência em disputa da série A e conseguimos realizar uma boa campanha, onde perdemos apenas uma partida em Natal”, recorda. Padang disse também que a boa campanha no primeiro ano, provocou um espécie de deslumbre geral, que aumentou após a conquista do Campeonato do Nordeste. “Sonhamos em ir muito longe na série A e terminamos por abandonar alguns dos nossos princípios primordiais. Fizemos contratações caras e nos demos mal”.

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