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Bomba na cartolagem

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Rubens Lemos Filho
bomba
No começo da década de 1970, auge da calça boca-sino e das madeixas nos cabelos de brotos (meninas) e bichos-grilos(rapazes), o presidente do Bahia, Paulo Maracajá, comprou ao Santos os passes de três  hábeis  meias que seriam ídolos: Fito Neves, Douglas e Léo Oliveira. 
O salário do restante da boleirada tricolor  batia o quinto mês de atraso e Maracajá respondeu como se passeasse em Paris : “Comprei fiado e o problema agora é do Santos para receber. “ O Peixe, ao que consta nos alfarrábios de seus historiadores, nunca viu um centavo dessa grana.
Hoje não parece diferente, embora repouse uma bomba atômica suficiente para botar para correr cartolas que dirigiram clubes, por uma ou mil vezes. A Lei Pelé, cujo patrono completou 79 anos anteontem, pune com rigor dirigente que cometer irregularidade no exercício de suas funções. Caloteiros, perdulários ou desonestos placentários, são obrigados a devolver cada centavo gasto errado, pagando em dinheiro ou perdendo patrimônio pessoal.
É um explosivo de alto teor destrutivo e pode fazer muita gente desistir de voltar a se meter com futebol ordenando despesa. Vou transcrever porque não posso desenhar: No artigo 27, o texto é um tiro de fuzil 5.56, penetrante e capaz de hemorragias letais: “Os administradores de entidades desportivas profissionais respondem solidária e ilimitadamente pelos atos ilícitos praticados, de gestão temerária ou contrários ao previsto no contrato social ou estatuto, nos termos da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 com redação aperfeiçoada pela lei 12.395, de 2011.”
Quer dizer, passou o calote, perde mansão, lancha, automóvel, avião(aqueles mais ricos), fazenda, casa, apartamento, empreendimento e a mulher, que, certamente não sai de cobertura para ser rebaixada à moradora de cortiço. 
Mais adiante, outro balaço, de calibre 7.62, com poder de fogo para perfurar 11 carros populares lado a lado. Você atira na lateral do último e a bala sai do tamanho de uma tangerina da porta do primeiro veículo postado ao sacrifício. 
 Leiam, que, de novo,  não há  como desenhar. É o artigo 24: “Os  dirigentes das entidades desportivas profissionais de futebol, independentemente da forma jurídica adotada têm seus bens particulares sujeitos ao disposto no artigo 50 da Lei 406/2002 – Código Civil Brasileiro”. 
É assim, por exemplo: Apresenta-se um balancete contaminado, o erro é detectado e, se o prejuízo for de 100 mil, o responsável ou grupo de cartolas, entra na faca na parte que mais dói neles: o bolso. Basta que o Conselho Deliberativo aponte o erro ou um simples torcedor suspeite de trampolinagem. Ações erradas tidas como impunes podem ser relembradas na Justiça por qualquer cidadão interessado. 
É o tipo de pancada seca, que depura a classe dirigente, tritura o discurso do sacrifício e impõe: só se gasta o que se tem. Só no Brasil, uma lei com o nome do Imponderável Pelé é – até adjetivo para esperteza – pode ser  driblada pelos Maracajás de tempos nem tão distantes.
Janeiro

É bom que o Campeonato Estadual comece logo dia 5 de janeiro, como pretende a Federação de Futebol. Para que comece o dinheiro a ser movimentado e os trabalhadores da bola possam sobreviver. Só não precisa que tudo seja tão horrível como foi este ano. O nível dos jogos. 
Clubes

A Federação pode ajudar com regulamentos e até apoio financeiro. Cabe aos clubes formar elencos dignos para atrair torcedor.
Ingresso

E por falar em torcedor, o preço exorbitante cobrado a ele vai continuar com a “elite”potiguar toda exilada  na Série D?
Berguinho

É uma boa para o ABC. De regular para bom, pode render motivado por Diá. Berguinho é um eficiente  canhoto. Nada acima da média, mas funcional.
Seu Natércio

O ABC de verdade festeja os 94 anos de vida e lucidez do principal escritor de cartas sobre futebol dos jornais locais: Seu Natércio Gomes, lá de Mirassol, uma aula de vida e paixão. Leitor da Tribuna do Norte desde 1950. O missivista de Natal.
Verdão

O Alecrim pega o Atlético Potengi na semifinal da Série B. A outra disputa é Força e Luz x Centenário. O renascer do futebol potiguar passa pelo Verdão classificado e forte.
Flamengo

“E o teu nome é Jesus de Portugal…”
Pancadas na cabeça

A CBF criou um protocolo para tentar conter a incidência de concussões cerebrais decorrentes de choques entre jogadores com pancada na cabeça. Os médicos passam a seguir um manual de orientação de atendimento. Quem é ruim de bola, quebra o quengo. 
Falência

A Chapecoense(SC), está há quatro meses com salários e direitos de imagens atrasados e descendo ribanceira abaixo para a Série B. A tragédia do acidente de avião em La Unión(Colômbia), em 2016, que matou 71 pessoas entre jogadores, dirigentes e jornalistas, gerou solidariedade. A Chapecoense, de forma inábil, transformou a desgraça em case de marketing e, desde então, despenca.
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