O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte analisou e aprovou, previamente, o projeto arquitetônico do futuro estádio Arenas das Dunas, a ser construído em Natal para sediar jogos da Copa do Mundo de Futebol em 2014, quanto ao aspecto da segurança concernente a desocupação e evacuação dos torcedores em caso de um eventual sinistro, como incêndio ou tumulto.
Uma equipe de três engenheiros civis, um engenheiro eletricista e um arquiteto do quadro do Serviço Técnico de Engenharia (Serten) do Corpo de Bombeiros elaborou o relatório, que foi apresentado ao Conselho Municipal de Planejamento e Meio Ambiente (Conplam), ontem de manhã, pelo diretor geral de Administração daquela Corporação, tenente-coronel Laurêncio Menezes de Aquino.
O coronel Laurêncio Aquino explicou que nos estudos foram analisadas questões relativas à proteção passiva, ou seja, as características estruturais oferecidas pelo projeto no que diz respeito a largura das rampas, corredores, escadas e saídas de emergência.
Segundo Aquino, todos esses itens acima atendem aos parâmetros exigidos hoje no Brasil: “Esses projetos são elaborados de acordo com as normas internacionais exigidas pela FIFA e por isso os parâmetros são muito rigorosos. Para se ter ideia, em termos de largura total de escadas o exigido é 25 metros, o novo estádio possui 72,9 metros”, explica.
O aspecto considerado mais importante pelo Corpo de Bombeiros no quesito segurança de estádio de futebol é se o local oferece o escoamento rápido e fácil para pessoas, em caso de emergência, e se as medidas de combate a incêndios previstas proporcionam segurança ao público. “Podemos dizer hoje, que o projeto arquitetônico no que compete à desocupação segura das pessoas é um projeto aprovado. Não existe um nível de comparação entre o novo estádio e o Machadão porque os parâmetros hoje estabelecidos são muito mais seguros do que há 30 anos atrás”, acrescenta.
Para o presidente do Conplam, o secretário Kalazans Bezerra, este estudo apresentado pela Corporação foi bastante positivo, considerando que o projeto ainda está em sua fase de licença prévia.
Segundo Bezerra, o estádio foi projetado para dar conforto e segurança as pessoas que comparecerem aos jogos de futebol. “Neste momento em que se discute o campeonato de futebol em Natal, a aproximação dos órgãos na discussão do tema, só traz benefícios ao projeto”, diz.
Militar explica o resultado da análise prévia realizada
O tenente-coronel Laurêncio Aquino explicou que a análise prévia do projeto arquitetônico do estádio Arena das Dunas, a ser construído na área onde hoje fica o estádio Machadão, levou em conta a instrução técnica de nº 12 do Corpo de Bombeiros de São Paulo, “que é o que tem de mais avançado em engenharia de segurança no Brasil”.
Coronel Aquino afirmou que o Corpo de Bombeiros se valeu dessa instrução, porque o código de segurança do Estado em vigor é de 1974 e desde então muita coisa mudou em normas de segurança no país.
Segundo Aquino, o Corpo de Bombeiros não para por ai a análise de projetos da Arena das Dunas, pois ainda serão avaliados projetos sobre proteção de extintores, sistema hidráulico; colocação de chuveiros automáticos (sprinkler), que se rompem com o calor e refrigera área afetada por incêndios; alarmes de incêndio, detetores de fumaça e instalações elétricas. “Depois teremos as vistorias feitas durante a execução das obras e depois delas concluídas”, adiantou Aquino.
Entulhos serão reaproveitados em obras de pavimentação
Todo o material resultante da demolição do Estádio Machadão será reutilizado pela Prefeitura de Natal como base na pavimentação de novas ruas da cidade. Isso vai gerar economia para os cofres públicos que terá reduzido os gastos com a aquisição de matéria prima e com os custos de pavimentação, além de fazer um uso adequado dos resíduos de forma sustentável. A previsão é que os destroços do Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado sejam utilizados na preparação de aproximadamente 20 quilômetros de via em Natal.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Kalazans Bezerra, será um fato inédito em Natal onde a preocupação com o meio ambiente está levada totalmente em consideração. “O Machadão teve grande importância histórica para a cidade, mas temos que abrir mão dele para a realização da Copa.”
Outro aspecto ressaltado pelo secretário são os pontos positivos trazidos com o advento da Copa para Natal nas questões de infra-estrutura, mobilidade urbana, drenagem, saneamento, esgotamento sanitário, saúde e segurança pública, entre outras medidas necessárias para a realização do mundial de futebol.
