sábado, 20 de abril, 2024
24.1 C
Natal
sábado, 20 de abril, 2024

Bora viver

- Publicidade -
Rubens Lemos Filho

Cronista pode falar na primeira pessoa, posto que é o mendigo da literatura e construtor de pequenas quimeras, nem é prosa tampouco verso. Bora viver para tirar de nós a sombra do tsunami de agosto, da morte que arrastou amigos queridos, numa volúpia macabra que pinta de cinza a alma cansada.

Bora viver para curtir solidões, tédios, rotinas, incompreensões e injustiças. Cervejas e alegrias vãs. Bora viver para correr ao estuário do Rio Potengi, dos seus dois extremos, visualizar as Rocas e a Redinha, tentar decifrar o Cemitério dos Ingleses sem medo e apreciar a geografia perfeita da Praia do Ipsilone(em Natalês, assim mesmo), que morro de vontade de conhecer e banhar-me em suas águas doces e salgadas celebrando o enlace do rio com o mar.

Bora viver para enfrentar o caos que virá no futebol do Rio Grande do Norte, humilhado, jogado pela incompetência no fundo do Atlântico, como um avião de guerra abatido e esquecido nas profundezas da derrota incurável. 

Bora viver para escrever, eu que renasci nas páginas da Tribuna do Norte, meu berçário e, espero, meu túmulo profissional, menino sonhador e homem nem tanto, mas homem que faz das palavras, ato de pensar e transformá-las em libelo, a única missão decentemente cumprida.

Bora viver, para que, das desilusões, surjam inspirações, para que do amanhecer, da alvorada, o sol possa iluminar o rosto de olhos fechados e leva-lo a navegar. Bora viver, na certeza de que o conformismo nunca será remédio para o amor  tanto quanto a fome não se mata com retórica.  Bora viver.

Impagável
Outra vez confunde-se o privado com o público. O América deve 15 milhões de IPTU, o ABC, 1 milhão e meio. Lá vão atrás do Prefeito Álvaro Dias, que vem fazendo milagres para realizar uma boa administração sem dinheiro em caixa, pagando em dia e inaugurando obras. Álvaro nem a população podem pagar pelos desmandos privados.

Publicidade  Uma ideia seria abater a dívida em publicidade. Mas pode? É legal? Propaganda de quê? De Série D? Publicidade é visibilidade e quem danado enxerga a Série D no horizonte nacional? Vai ser nó. Menos para o dinheiro público. 

France Football 

Quem quiser uma análise correta sobre o chato Neymar, não espere do grosso da mídia brasileira. A revista France Footbal abre em sua manchete com foto do popstar do cai-cai: “Que desperdício”.

O que falta a nós
Ávidos por ídolos que não temos , os jornalistas e comentaristas midiáticos buscam em Neymar aquilo que nunca foi. Verdade está explícita na France Footbal, que cita referências legítimas: Pelé, Garrincha, Romário, os Ronaldos e – o único que não concordo: Kaká(e Zico?). “Neymar é pequeno na comparação com os maiores nomes do futebol brasileiro”. Simples, direto.

A delegação  Federação e ABC se juntam para ir ao Rio de Janeiro tentar na conversa o que o clube não conseguiu com as próprias pernas. Toda peça ridícula tem sempre um episódio a mais.

Roberto Fernandes

Marcos Trindade, o caçador de estatísticas, manda os números do técnico Roberto Fernandes no ABC: 11 jogos, 3 vitórias, 5 empates e 3 derrotas com 14 pontos ganhos, o que representa um aproveitamento de 42,42%, pouco pelo currículo do profissional mesmo com o timeco que teve nas mãos.

Luxa
Com um time menos que mediano, Luxemburgo mostra a capacidade de um técnico injetar tesão nos jogadores. Luxemburgo deu ao Vasco a face perdida de um grande clube. E só tem um craque com ele: Thales Magno. Que ele enxergou e botou para jogar. Aos 17 anos. Luxa foi seleção no auge da boçalidade. Hoje, está maduro. E é muito mais conhecedor de futebol do que Tite, o insosso. É a diferença. Na conversa e na tarimba. Mexeu com os meninos.
Profissionalização      
Dentro do discurso de profissionalização do ABC para a temporada tenebrosa de 2020, surge o nome do dirigente Cláudio Porpino como diretor remunerado. Cláudio é ABC, apaixonado e organizado.

Gratidão 

Aos amigos da Polícia Militar, Bope, Rocam, 1oBPM que recuperaram, em 40 minutos, um carro tomado de assalto de um familiar. Imagine esse povo com condições de trabalho e salários dignos. Jamais esquecerei.

Silva e Marinho Apolônio

No dia 28 de agosto de 1983, o maior time do ABC no Castelão(Machadão) goleou de 4×1 o América,  que estreava o zagueiro Argeu e o ótimo ponta-direita Amílton Rocha, ex-Palmeiras. Silva fez três gols e Marinho Apolônio , um. Amilton Rocha descontou para os rubros. Püblico pagante de 18 mil pessoas, fora os quase 2 mil penetras e credenciados. Silva arrancou do meio-campo no primeiro gol e Argeu segurou sua camisa. Foi despencando, despencando, num cenário surreal. O pequenino humilhando o gigante. Incrível o ABC que terminaria o campeonato com o título e 114 gols, marca nunca superada em estaduais.

Times ABC: Carioca; Alexandre Cearense, Joel, Noronha (Arié) e Luís Antônio; Nicácio, Dedé de Dora e Marinho Apolônio; Haroldo(Noé Macunaíma), Silva e Djalma. Técnico: Erandy Montenegro. América: César; Saraiva, Ivã Silva, Argeu e Júlio César; Baltasar, Braz(Ailton) e Valério; Amílton Rocha, Tião Marçal e Severinho. Técnico: Didi Duarte(que ainda jogava e estava machucado).

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas