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Bordeaux Sem tirar nem por – V

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Descendo em direção a cidade de Bordeaux, estamos em Saint-Julien, a AOC da appellation Médoc no sentido norte-sul. Serão citados dois Châteaux visitados, um de Pauillac, comuna sobre a qual falei na matéria anterior, e um de Saint-Julien. Os vinhos desta comuna são elegantes, de aromas puros e bem focados, numa perfeita transição entre o vigor de Pauillac e o refinamento de Margaux. Onze Châteaux dessa appelation foram classificados em 1855, e vários merecem destaque: Leóville-Poyferré, Ducru-Beaucaillou, Leoville-Las-Cases, Leoville-Barton entre outros, todos Deuxième Grand Cru Classe em 1855.
Os vinhos da comuna Saint-Julien são elegantes, de aromas puros que fazem a perfeita transição entre o virgor de Pauillac e o refinamento de Margaux
Châteaux Visitados
Château Pichon Longueville Baron. Um belíssimo castelo renascentista, localizado em Saint-Lambert, uma aldeia ao Sul de Pauillac, edificado em 1851 e classificado como 2º Cru Classé em 1855. Em 1987 a propriedade foi adquirida pela seguradora francesa AXA. Em 1988 passou por uma reforma que contemplou um espelho d’água e em 2006 ganhou uma nova adega subterrânea O solo dos vinhedos do Pichon é pobre de nutrientes, composto de pedras grandes e uma areia fina que permitem uma excelente drenagem da água e mantém o equilíbrio térmico entre as vinhas, com idade entre 35 e 40 anos, perfazendo um total de 62 hectares de vinhedos com densidade de 9.000 plantas por hectare. A minha visita aconteceu no dia 10/10/2016, às 14 horas com recepção e condução de senhorita Laura Perna. O grande Château Pichon Longueville Baron é produzido anualmente com uma seleção das melhores uvas da propriedade, sempre com predominância da Cabernet Sauvignon, seguida pela Merlot, e, às vezes, um pouco de Cabernet Franc e da Petit Verdot. O vinho passa por conversão malo-lática e matura por 18-20 meses em barricas bordalesas, 80% novas e 20% de 1º uso. A produção anual do Château é de 300.000 litros, dos quais 80% são vendidos diretamente para negociantes e 20% fica no Château para atender clientes diretos e visitantes. Na propriedade são produzidos apenas dois vinhos: o Pichon e o Les Tourellees de Longueville, o segundo vinho, havendo ainda um terceiro: Château Pirban, e um quarto: Château Griffons, produzidos pela mesma equipe, porém fora do Château.
Bordeaux Sem tirar nem por - V
Château Léoville-Poyferré. 2º  Grand Cru Classé em 1855, a propriedade existe deste cerca de 1740, quando Alexandre De Gascq dá a Monte Moyté o nome de Léoville, mas, devido às várias partilhas o Château propriamente data de 1840, pertencendo desde 1920 à família Cuvellier. O Léoville-Poyferré está localizado em Saint-Julien de Beychevelle, conta com 80 hectares de vinhedos, e combina tradição e modernidade. Seus vinhos reúnem elegância e potência, conta com predominância da Cabernet Sauvignon, seguida da Merlot, e passam 18 meses em barricas bordalesas de diversas tanoarias, 80% novas. O enólogo consultor é o fly winemaker francês Michel Rolland. A minha visita aconteceu no dia 12/10/2016 às 14 horas sob a batuta de Lori Westmoreland, que depois de uma completa visita pelos vários setores da produção, conduziu-me a sala de provas onde pude degustar os três vinhos da propriedade: Château Moulin Riche 2009, Pavillon de Léoville-Poyferré 2011 e Château Léoville-Poyferre 2008. Mas a grande surpresa foi vivenciar uma rara vertical com 8 safras do Léoville-Poyferré: 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015. Difícil verbalizar a grandeza dos vinhos, especialmente dos mais maduros e da safra 2010 que foi grandiosa sob todos os aspectos.   

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