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Brasil aposta em “Cebolinha”

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O medo não faz parte do vocabulário do atacante Everton. O garoto deixou Maracanaú (CE) aos 15 anos para cruzar o Brasil e ser contratado pelo Grêmio, enfrentou a pressão de entrar e decidir um jogo no Mundial de Clubes, virou o grande nome da seleção brasileira após a saída de Neymar e agora já tem até o apelido de Cebolinha traduzido para o inglês, reflexo do imenso interesse dos clubes europeus por seu futebol. Hoje, contra o Paraguai às 21h30, pelas quartas-de-final da Copa América, ele é a principal aposta de Tite.

Cebolinha conquistou uma vaga no time titular de Tite graças aos gols e as excelentes atuações


Cebolinha conquistou uma vaga no time titular de Tite graças aos gols e as excelentes atuações

#SAIBAMAIS#Aos 23 anos, o atacante de 1,74m, veloz e autor de dois gols na competição, aparece na lista de interesse de times com Milan, Paris Saint-Germain e dos dois clubes de Manchester. Da Inglaterra, veio nos últimos dias o apelido traduzido: Cebolinha virou “Little Onion” em artigo do jornal The Independent.

A torcida gritou por Cebolinha em alguns momentos nesta Copa América e fez até Tite se dobrar. O treinador perguntou ao atacante se poderia chamá-lo pelo apelido. O jogador disse não se importar, pois está acostumado com o nome do famoso personagem de gibis infantis. Quem lhe deu o apelido foi o lateral Pará, atualmente no Flamengo. O jogador olhou para o então garoto gremista de corte de cabelo diferente e logo começou a chamá-lo de Cebolinha.

Everton nasceu na região metropolitana de Fortaleza e teve como primeiro time a escolinha do Maracanã. Logo depois, foi para as categorias de base do Fortaleza, onde começou a chamar a atenção. O atual presidente do clube, Marcelo Paz, se lembra de quando o ainda adolescente Everton já era visto como uma joia. “Um dia recebemos um observador técnico da seleção brasileira. Ele viu o treino da base e logo me disse que tínhamos um menino diferenciado”, contou ao Estado.

Não demorou muito para Everton chamar a atenção de outras equipes. Com 16 anos, foi descoberto pelo Grêmio e se despediu da família para vir ao Sul. O problema foi ter chegado no inverno. “Ele saiu de mais de 40º C e veio para um dos invernos mais rigorosos das últimas décadas. Essa foi a adaptação mais difícil”, disse o ex-diretor das categorias de base do Grêmio, Júnior Chávare, atual executivo da base do Atlético-MG.

Everton morava no alojamento para os garotos, no estádio Olímpico, e disputava torneios com meninos mais velhos. O clube investiu no reforço muscular do atacante. Cebolinha ganhou quatro quilos de massa e, aos 17 anos, em 2014, estreou pelos profissionais do Grêmio – mesmo ano em que a seleção, onde joga agora, apanhava da Alemanha por 7 a 1.

Do banco, na estreia, ele saiu para marcar um gol na final da Copa do Brasil de 2016 e novamente foi a surpresa que resolveu a semifinal do Mundial de Clubes do ano seguinte, contra o Pachuca do México. Desde garoto, foi destemido. Encarava jogos importantes como se estivesse nas ruas de Maracanaú.

O atacante não hesitou quando virou titular do Brasil em plena Copa América e tornou-se a grande aposta de Tite para a fase final do torneio. Everton virou o tal “externo desequilibrante” do técnico, e arranca elogios dos colegas badalados. “O Everton tem qualidade. É forte na jogada individual, agudo”, diz Philippe Coutinho.

O destemido Cebolinha não sente a responsabilidade de ser protagonista da seleção brasileira, ainda mais porque o próximo jogo é em Porto Alegre, no estádio do seu Grêmio. A antes gelada capital gaúcha é agora tão casa dele quanto Maracanaú. “É um estádio que já conheço, é diferente jogar ali. Passei anos ali e com certeza vamos ter apoio”, diz.

Pênaltis
Ter de encontrar o Paraguai nas quartas de final da Copa América quinta-feira, em Porto Alegre, faz o Brasil relembrar os dois últimos encontros com o rival nesta fase da competição e temer os pênaltis. A seleção foi eliminada pelo adversário em 2011 e 2015 após perder seis cobranças nesses duelos, um aproveitamento muito ruim e que preocupa o time atual.

Nesta fase do torneio, as partidas serão decididas nos pênaltis se houver empate no tempo normal. Só haverá prorrogação a partir da semifinal. Por isso, o Brasil está atento à possibilidade de o Paraguai jogar na defesa e tentar levar a definição para as cobranças, fundamento bastante praticado nos treinamentos da equipe brasileira em Porto Alegre e outras cidades e motivo de atenção de Tite.

Apesar da importância dos jogadores em seus clubes, nenhum deles é o batedor oficial. Philippe Coutinho, por exemplo, fez quatro gols de pênalti na última temporada pelo Barcelona, mas só tem a chance de cobrar quando Messi não está em campo. O mesmo ocorre com Gabriel Jesus. “A gente sempre bate cinco ou seis pênaltis depois dos treinos. Isso é importante para te dar confiança”, afirmou Coutinho. O jogador converteu nesta Copa América a cobrança diante da Bolívia, na abertura. “Temos vários batedores bons. O Gabriel, o Firmino e o Richarlison também batem bem”, completou.

Por outro lado, o goleiro Alisson vive grande fase na carreira. O jogador do Liverpool passou 27 dos 51 jogos da última temporada sem sofrer gols e acabou premiado como o melhor da posição no Campeonato Inglês. Nas últimas sete partidas disputadas, ele não foi vazado.
Ficha técnica
Brasil: Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Filipe Luís; Fernandinho, Arthur, Coutinho, Everton, Firmino e Gabriel Jesus (Richarlison). Técnico: Tite
Paraguay: Gatito Fernández; Piris, Gómez, Alonso, Arzamendia; Richard Sánchez, Rodrigo Rojas, Matias Rojas, Derlis González e Almirón; Óscar Cardozo (Santander). Técnico: Eduardo Berizzo
Local:Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS)

Hora:21h30 (de Brasília)

Árbitro: Roberto Tobar (CHI)

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