Segundo o pesquisador José Francisco Soares, da Universidade Federal de MG, o abismo que separa pobres e ricos no país em termo de aprendizado é maior que o verificado na desigualdade de renda, área em que, apesar dos avanços recentes, o Brasil ainda é lembrado como uma das nações mais desiguais.
O trabalho, que foi publicado no periódico cientifico no Jornal Internacional de Pesquisa Educacional, estimulou a desigualdade na educação brasileira usando parâmetros similares aos do índice de Gini, fórmula usada por economistas para avaliar o grau de desigualdade na renda de um país. Esse índice varia de zero a um, sendo um o máximo de desigualdade. Usando a mesma escala, o pesquisador calculou a desigualdade de aprendizado de alunos brasileiros a partir das notas dos estudantes de oitava série nas provas de matemática do Saeb em 203 – exame do MEC que avalia a qualidade da educação – e chegou a essa conclusão.
Para calcular a desigualdade, Soares diz que os economistas estabeleceram como parâmetro uma situação ideal emq ue todos teriam a mesma renda e, a partir daí, medem quão distante cada país está disso.