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Brasil supera 4 mil mortos em 24 horas

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O Brasil ultrapassou pela primeira vez ontem a marca de 4 mil mortes pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, com 4.211 registros, recorde na pandemia, de acordo com dados do consórcio dos veículos de imprensa.  De acordo com o balanço diário do Ministério da Saúde, entre segunda-feira e ontem as autoridades confirmaram 4.195 óbitos em função da doença. Foram, portanto, também mais de 4 mil mortes provocadas pelo coronavírus em 24h.
Ainda com aumento de infecções após quase um mês de medidas restritivas e vacinação lenta, a crise sanitária deve piorar antes de dar trégua e o País pode chegar a 5 mil vítimas diárias, segundo especialistas. Na contramão, outros países que tiveram número alto de óbitos – como Estados Unidos e Reino Unido – têm apresentado tendência de redução.
Apenas em março, a média de mortes diárias pelo coronavírus no Brasil ficou em 2.147, transformando este no pior mês de toda a pandemia no País, segundo dados do consórcio de imprensa, formado por Estadão, Folha, G1, O Globo, Extra e Uol – a média dos últimos sete dias está em 2.775. 
Em contrapartida, a média dos Estados Unidos, que concentra a maior parte de vítimas da covid-19, ficou em 1.223 no mesmo período. Grande parte dos especialistas defende lockdown para conter o avanço do contágio, mas a restrição mais severa só foi adotada por algumas cidades, como Araraquara, que viu redução significativa de doentes e mortes.
Domingos Alves, epidemiologista da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, prevê que ainda neste mês a situação se agrave, com expectativa de atingirmos um patamar de 100 mil infecções diárias. Os efeitos desses casos na quantidade de internações e óbitos ainda leva semanas para aparecer, por causa do perfil de evolução da doença. Em vários Estados, os sistemas de saúde chegaram ao colapso e há mortes de pacientes na fila de espera por leito.
O País tem registrado mais de 60 mil novos diagnósticos diários há 32 dias, maior patamar de toda a pandemia. Ao longo de março, foram mais de 2,2 milhões de pessoas que receberam a confirmação da covid, 63% a mais do que em fevereiro. A média diária passou de 56 mil casos em 1º de março para 75 mil no último dia do mês, alta de 34%. Apenas nos últimos dias que essa média tem apresentado queda, com o feriado da Páscoa, o que leva ao represamento de registros. Além disso, o País tem um sistema falha de testagem, o que eleva o risco de subnotificação e dificulta o controle sobre o avanço da transmissão.
Segundo Alves, a média móvel ainda deve chegar a 4,5 mil ou 5 mil mortes. O professor aponta que a disparidade no avanço da pandemia entre o Brasil e outros países se dá por uma série de fatores que vão desde estratégias de vacinação até medidas efetivas de restrição, como o lockdown.”Países com processo de vacinação mais acelerado que o nosso conseguiram controlar casos No início do ano, a Grã-Bretanha decretou lockdown e logo depois atingiu o seu maior pico. Em pouco mais de um mês reduziram os casos de 60 para 5 mil por dia”, afirma Alves. “Esse cenário mostra que o Brasil, em toda a história da pandemia, não adotou nenhum protocolo dos países que controlaram a epidemia efetivamente. Essa situação tem culpado, e não é o vírus.”
Alerta
Ontem, o Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou que A apandemia do novo coronavírus pode permanecer em níveis críticos durante o mês de abril. O boletim confirmou que o vírus Sars-CoV-2 e suas variantes permanecem em circulação intensa em todo o país, o que pode estender a crise sanitária e dos sistemas e serviços de saúde nos estados brasileiros e suas capitais.
Outro fator agravante é a sobrecarga dos hospitais, com elevado índice de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI). Os dados apurados pelos pesquisadores da Fiocruz revelam ainda novo aumento da taxa de letalidade, que passou de 3,3% para 4,2%, contra 2% no final de 2020. Os pesquisadores advertem que a expansão da letalidade pode ser consequência da falta de capacidade de se diagnosticar correta e oportunamente os casos graves, somada à sobrecarga dos hospitais.
Ante tal cenário, os responsáveis pelo estudo afirmam que, no momento, é fundamental adotar ou dar continuidade a medidas de contenção das taxas de transmissão e crescimento de casos por meio de bloqueio ou lockdown (confinamento), seguidas de medidas de mitigação, visando a reduzir a velocidade da propagação da covid-19.
Segundo os pesquisadores, as medidas de restrição de atividades não essenciais precisam ser mais rigorosas para todos os estados, capitais e regiões que apresentem taxa de ocupação de leitos superior a 85% e tendência de elevação no número de casos e de mortes.
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