No futebol nem sempre deve ser levado em conta o rendimento de cada jogador dentro de campo para se estipular o valor dos passes. Vários fatores influenciam neste cálculo de variantes complicadas e pouco entendida pelos pobres torcedores.
O exemplo pode ser dado através de uma pergunta muito básica: Se o Brasil vem ganhando tudo que disputa, ele pode ser considerada o time mais valioso do mercado? Nós, “mortais”, responderíamos sem pensar duas vezes que sim, mas neste quesito a seleção brasileira, entre os times que farão parte do Mundial da Alemanha, se classificaria apenas na terceira colocação.
Estranho? Lógico que sim, mas pior que isso é saber que em termos de valores os astros brasileiros são superados pelos ingleses, país cuja seleção não ganha nenhum título mundial desde 1966, ano em que eles levantaram pela única vez a Taça Jules Rimet, que quatro anos mais tarde o Brasil conquistaria de forma definitiva, no tricampeonato mundial do México e que no anos de 1993 foi roubada no prédio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e posteriormente derretida.
A verdade é que juntando o valor dos passes de todos os jogadores integrantes do selecionado inglês, chega-se ao estratosférico valor de 246,31 milhões de euros (R$ 682,2 milhões). Na segunda colocação aparece o selecionado italiano, três vezes campeã mundial e cujo valor do escrete foi orçado pelos empresários atuantes no mercado espanhol licenciados pela Fifa, na quantia de 237,5 milhões de euros (R$ 657,8 milhões).
Já o único time tetracampeão mundial e o maior mercado exportador de atletas no planeta, neste caso, aparece como estrela de terceira grandeza, já que os Ronaldos e Cia tiveram a soma dos passes avaliados em 232 milhões de euros (R$ 642,6 milhões). Para não deixar o ego da torcida brasileira tão para baixo — se é que isso serve de consolo — o valor representa mais de duas vezes a avaliação de valor realizada em torno dos jogadores componentes da seleção Argentina, cujos onze titulares podem ser comprados com a soma de 277, 4 milhões de reais.
Ronaldinho Gaúcho é o atleta mais valioso
Nem a presença de Ronaldinho Gaúcho, eleito nos últimos dois anos como o melhor jogador do mundo, fez o Brasil angariar recursos suficientes para suplantar os adversários ingleses e italianos.
O passe do brasileiro está avaliado em 50 milhões de euros (R$ 138 milhões) e com este valor daria para se comprar metade do elenco dos “hermanos” que na avaliação de preço dos empresários atuantes na Espanha, aparecem na oitava colocação. Com o time avaliado em 100,15 milhões de euros (R$ 277,4 milhões), os argentinos estão atrás da Espanha (R$ 581 milhões), França (R$ 510,4 milhões), Holanda (R$ 363 milhões) e da Alemanha (R$ 317,85 milhões).
Dependendo do que ocorrer durante a Copa do Mundo, Ronaldinho Gaúcho pode ter o preço do passe triplicado, principalmente em caso de conquista do hexacampeonato. Atualmente, o preço estipulado pelo passe do meia brasileiro ainda é mais baixo do que a quantia paga pelo Real Madrid ao Juventus da Itália para poder contar com o futebol do francês Zinedine Zidane, em 2001, consierada a transação mais alta do mercado do futebol. O clube espanhol teve de levantar a quantia de 65 milhões de euros (R$ 180 milhões) para convencer a diretoria da Juve a liberar o então melhor jogador do mundo.
Já em comparação ao que se pagou por Ronaldo Nazário, o camisa 10 de Barcelona leva vantagem. Vendido logo após a conquista do pentacampeonato, o Fenômeno custos ao clube madrilhenho cerca de 43 milhões de euros (R$ 119 milhões). (Vicente Estevam)
