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Bruna Hetzel está finalizando seu primeiro disco, “Canto Azul”

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Tádzio França
Repórter
Após dez anos de estrada, muitos deles passados entre bares enfumaçados à meia-luz, a cantora Bruna Hetzel está prestes a iluminar seu primeiro disco de carreira. “Canto Azul” é o nome da obra, cujas gravações serão finalizadas em janeiro, com direção musical do arranjador e produtor Eduardo Taufic. O álbum pretende consolidar a trajetória de Bruna enquanto artista e também mostrar novas facetas suas como compositora e intérprete.
O álbum pretende consolidar a trajetória de Bruna enquanto artista e suas novas facetas
Bruna é mais conhecida pelas elegantes interpretações de jazz na noite natalense e em festivais de música RN afora, mas em “Canto Azul”, a cantora vai seguir por um caminho mais MPBístico. “Esse disco demonstrará várias dimensões do meu trabalho, incluindo meu vínculo com a MPB, que acabou ficando esquecido diante da minha relação com o jazz. Eu mesma estava sentindo falta disso”, diz ela à TRIBUNA DO NORTE.  O projeto foi aprovado na chamada pública da Lei Aldir Blanc, pelo município de Natal, e paralelamente a artista conseguiu fechar o financiamento coletivo no site Benfeitoria.
O álbum ressalta a face mais brasileira do trabalho de Bruna, incluindo no repertório quatro composições potiguares – sendo uma da própria Bruna e outra em parceria. Ela assina sozinha “Canto pro mar”, uma música que exemplifica bem o novo mergulho da cantora. “Foi uma música que me veio há muito tempo, em 2014, quando eu estava num projeto em homenagem a Dorival Caymmi. Mergulhei de corpo e alma em Caymmi, e o resultado foi essa música”, conta ela, ressaltando que a canção é um samba romântico, algo não muito comum no repertório de Bruna. 
Para o repertório, Bruna escolheu algumas de suas músicas favoritas, mas sempre fugindo do óbvio, um caminho mais “Lado B”, como se dizia antigamente. Entre elas estão “Violão”, de Sueli Costa e Paulo César Pinheiro. Uma música de Sérgio Santos, André Mehmari e Chico Pinheiro também entrou no repertório, além de Joyce, Ivan Lins, entre outros. A única canção mais conhecida é “Azul”, de Djavan, originalmente lançada em 1999; ela chega para dar a ‘cor’ que o álbum estava pedindo.
A única música “gringa” do repertório não destoa e continua o diálogo com a MPB: “Syracuse”, do cantor, compositor e guitarrista Henri Salvador (1917-2008), nascido na Guiana Francesa e criado na França. Apesar de estrangeiro, é considerado um dos precursores da bossa nova. “De certa forma essa música exemplifica bem o meu trabalho, que apesar de brasileiro sempre terá algo da influência do jazz. Faço escolhas harmônicas que sempre vão dialogar com esse tipo de música”, analisa.
Produção entre amigos
Outro ponto marcante de “Canto Azul” é a parceria com Eduardo Taufic, que no trabalho de Bruna, vem de longas datas. “Ele é uma figura marcante da minha trajetória, antes mesmo de eu começar a cantar. Dudu foi aluno do meu avô, então já havia esse vínculo de afeto e respeito”, diz. Bruna é neta do pianista e maestro Waldemar Ernesto Hetzel.
No estúdio, a sintonia entre cantora e produtor é total. Bruna ressalta que Taufic é extremamente musical e conduz todo o processo com segurança, incluindo a participação na escolha do repertório. “Tenho a alegria de contar com as harmonias e arranjos elaborados por um instrumentista, compositor e arranjador tão renomado como Eduardo Taufic”, enfatiza. Bruna contou com a preparação vocal da cantora mineira Paula Santoro.
Além de Taufic na direção musical, arranjos e piano/Rhodes, a banda que está em estúdio conta com Roberto Taufic (violão/guitarra), Daniel Ribeiro (contrabaixo acústico e elétrico), Anderson Mello (bateria), Ramon Gabriel (percussão), e outras participações especiais. Segundo Bruna, haverá o lançamento de um single no fim de janeiro, e em seguida o álbum nas plataformas digitais. No pacote, também está incluído um clipe para “Canto do mar”, e um álbum físico.
Bruna Hetzel se revelou ao cenário potiguar em 2012 com o projeto Influência do Jazz, que atualiza o universo poético da MPB em sua convergência com o gênero jazzístico. Além da carreira solo, integrou os vocais da Sesi Big Band, entre 2013 a 2015, participando de concertos e festivais como o Fest Bossa e Jazz. Em 2015, a convite do Fest Bossa, lançou o projeto “Lady Sings The Blues: Um Tributo a Billie Holiday”, homenagem ao centenário da lendária diva do jazz, que obteve excelente repercussão.
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