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Bruno Reis, da Emprotur: “A disputa pelos turistas está mais acirrada”

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Ricardo Araújo

Editor de Economia
Recém-empossado na direção da Empresa Potiguar de Promoções Turísticas (Emprotur), o bacharel em Turismo, Bruno Reis, terá uma série de desafios pela frente. Atrair eventos e promover o Rio Grande do Norte não somente como destino turístico de praia e sol, mas também de negócios e com diferenciais em relação às demais cidades nordestinas, são duas das suas principais missões à frente da Emprotur.
Bruno Reis, Emprotur

Ainda num processo de familiarização com o Estado, com os procedimentos relacionados à gestão da Empresa e conhecendo os pares – secretários, diretores e presidentes de estatais – Bruno Reis discorre, ao longo da entrevista a seguir, sobre o que pretende implementar durante sua gestão. Promover o destino potiguar para o mercado de turismo de negócios é um dos objetivos primordiais, em decorrência do valor gasto diariamente por cada turista que visita determinado destino para participar de congressos, eventos e feiras em geral.

Além disso, na esteira da modernização das relações comerciais e interpessoais a partir do advento das redes sociais, a inserção do Rio Grande do Norte enquanto destino turístico no mundo digital está na mira do novo gestor. Promover o Estado para as demais unidades federativas brasileiras, além dos países da América do Sul e Europa, Estados Unidos e China estão no radar da Emprotur. A disponibilidade de verba pública para tal fim deverá ser uma dificuldade, talvez a maior, a ser enfrentada pela equipe de Bruno Reis.

Há, ainda, a problemática relativa ao custo das passagens aéreas no Estado. Segundo relatos de produtores de eventos à TRIBUNA DO NORTE,  a realização de shows com artistas e bandas nacionais, por exemplo, tem se tornado uma tarefa quase que hercúlea em decorrência dos elevados custos dos bilhetes aéreos, que chegam a custar o dobro do que é cobrado em cidades vizinhas como João Pessoa e Recife.

Nesse ponto, Bruno Reis acredita que a relação firmada a partir da redução do ICMS que incide sobre o querosene de aviação pelo Governo do Estado com as companhias aéreas que exploram o Rio Grande do Norte deverá mudar esse cenário e ampliar a movimentação de passageiros no Aeroporto Int. Gov. Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante. 

O senhor tem vasta experiência em promoção turística e atração de novos negócios no setor. Como o senhor avalia o potencial do Rio Grande do Norte e como pretende, enquanto diretor-presidente da Emprotur, promover o Estado enquanto destino turístico?
O Rio Grande do Norte tem um tremendo potencial no Brasil e na América do Sul com belezas naturais, culturais e infraestrutura voltada para a atividade turística. Além disso, um povo hospitaleiro que recebe muito bem turistas do mundo todo. Acreditamos que utilizar ferramentas atualizadas de promoção turística e reposicionar o destino em alguns mercados se fazem necessários nesse momento. A disputa pelos turistas está cada dia mais acirrada e para aumentarmos nossa fatia de mercado é necessário tomarmos decisões baseadas em inteligência comercial.

Do seu ponto de vista, quais são os principais gargalos que impedem o crescimento do segmento voltado aos eventos (congressos, feiras, convenções) no Rio Grande do Norte e como transpô-los?
Esse segmento é muito importante, pois atrai o turista com maior potencial de gasto no destino. A Pesquisa de Impacto Econômico dos Eventos Internacionais Realizados no Brasil da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) revelou que turistas de negócios e eventos gastam quatro vezes mais no Brasil do que os turistas de lazer, por exemplo. Isso representa uma média de US$ 329,39 de gasto por dia pelos turistas de negócio, enquanto os visitantes a lazer gastam US$ 73,77. Iremos estimular esse nicho de mercado e acreditamos que, para isso, é necessário um reposicionamento comercial e estratégico para dialogarmos com os tomadores de decisão desse segmento e voltarmos a ser um destino atrativo. Não se pode dialogar com os profissionais desse setor com o mesmo material que promovemos para os operadores de lazer.

Quais são os diferenciais do Estado em relação às demais unidades federativas brasileiras que poderão transformá-lo num polo turístico não somente de praia e sol, mas também de negócios?
Existe uma vertente no turismo que se chama ‘bleisure’ que tem na sua essência o lazer e/ou negócios. Temos produtos para todos os gostos e bolsos e diversificar essa oferta turística será um norteador do trabalho.

Em relação ao aeroporto internacional local, temos uma longa distância do polo hoteleiro e, pior, altos custos de passagens aéreas. Como isso impacta, na sua ótica, o desenvolvimento de políticas de atração de novos negócios?
Iremos viver um novo momento em relação às companhias aéreas no Rio Grande do Norte por conta da redução de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o querosene de aviação, atrelado às contrapartidas que esse governo (do Estado do Rio Grande do Norte) estabeleceu. Sendo assim, o mercado começa a perceber que o Estado está atento para não perdermos competitividade. Entendo que se compararmos a distância do aeroporto para o polo hoteleiro e centro de convenções de grandes cidades do sudoeste, estaremos em uma média nacional, se tomarmos como exemplo Guarulhos, em São Paulo, e Confins,em Minas Gerais, e uma vez esse turista no polo hoteleiro, a logística dele na cidade é imbatível pois o nosso Centro de Convenções está localizado estrategicamente na cidade.  Recife, Salvador e Fortaleza enfrentam desafios muito grandes na mobilidade urbana. Em Natal, o turista tem uma facilidade de ir e vir muito fácil e isso é um diferencial competitivo que precisa ser explorado.

Como o senhor pretende divulgar o potencial turístico local e quais setores/países estão no seu radar? Como esse trabalho será desenvolvido e o que deverá ser apresentado?
Temos o objetivo de inserir o Rio Grande do Norte no mundo digital do turismo e influenciar potenciais turistas a escolherem nosso Estado ao invés de destinos com produtos semelhantes para suas viagens de lazer e/ou negócios. O Brasil, a América do Sul, Europa, Estados Unidos e a China estão no nosso radar para promoção do Rio Grande do Norte. Para cada mercado, vamos desenhar uma estratégia focada voltada para aumento de turistas desses locais. Além disso, queremos explorar o potencial do interior do Estado complementando a oferta consolidada de sol e praia do Rio Grande do Norte. Estamos inaugurando uma nova era no turismo potiguar.

Em termos de infraestrutura, como avalias os empreendimentos públicos (Centro de Convenções, por exemplo) e privados que podem ser usados para eventos turísticos e executivos no RN?

A infraestrutura disponível atende os eventos que hoje ocorrem na cidade, mas acreditamos que é necessário pensar a curto, médio e longo prazo na atualização e modernização dos equipamentos para acompanharmos o mercado.

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