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Bruno

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Rubens Lemos Filho

Goleiro Bruno

Esperar em consultório médico é encarar o cemitério de revistas mundanas comentando sobre a cueca (de preferência, samba-canção) do apresentador da Globo ou o biquíni sumário da lindona da novela das oito, que nunca vi.

É um tédio e o ambiente está cada vez mais sincronizado com a chatice nos bancos. Antes, se chegava ao médico amigo, pouco arrogante e parceiro de cerveja. Hoje, garantir uma vaga demora três meses, mais que a excursão do ABC à Europa e à África em 1973.

Havia, por aqueles dias, consultórios médicos menos estressantes e um ABC com aquele time recitado em boteco: Erivan; Sabará, Edson, Telino e Anchieta; Maranhão, Danilo Menezes e Alberi; Libânio, Jorge Demolidor e Moraes. Quando se encontra um cara na faixa dos 60 e tal, o papo rola macio feito um passe de 40 metros de Danilo Menezes para Alberi destroçar defesas.

Ouve-se justos elogios ao América campeão Norte/Nordeste(Taça Almir): Ubirajara; Emídio, Scala( sumidade), Mário Braga e Cosme; Afonsinho, Careca e João Daniel; Almir, Hélcio(o Alberi de vermelho) e Gilson Porto.

Consegui uma brecha numa clínica dessas com jeito de Ex-Maracanã: muita gente berrando. Uns garantindo que o plano está em plena validade. As recepcionistas (todas parecem ter saído de um mesmo ventre digital cortando o barato e exibindo a carência por vencer), vendedores ambulantes esperando na calçada para dar o bote e flanelinhas quase sindicalizados nalgum partido de esquerda. Um clima de torcida bebendo em arquibancada.

Folheei uns 3 exemplares da revista de Joyce Pascowitch, que exibe a vida dos milionários para diversão de sequestradores e passei ao aparelho de TV, ligado na Rede Record.

O tema era a desistência de um clube (Fluminense de Feira de Santana, Bahia) de contratar o goleiro Bruno, ex-Flamengo e condenado pela morte brutal da mulher grávida de um filho dele.

“Cabra safado”, sacou a Parabellum verbal uma senhora que, minutos antes, protestava pela demora no fluxo das fichas de atendimento. Um rapazola com aspectos esquerdistas (aquela barba nunca me enganou) arriscou ponderar que Bruno estava apto legalmente. “É porque ele não matou sua filha”, finalizou o senhorzinho nas imediações dos 80 anos.

Saí do consultório antes de ser atendido. Havia coluna para escrever e, hoje, esta é a minha maior e deliciosa missão. Bruno, o ex-goleiro, foi dissecado a milhares de milhas de onde está. As apresentadoras sensacionalistas emitiam opiniões semelhantes. Por mim, Bruno fica preso enquanto a mulher não ressuscitar. Ela morta, ele preso. Para sempre.

Nome
O ABC contratou Núbio Flávio. Nada contra o rapaz que sequer bateu na bola em partida do campeonato. O nome é que remete àqueles cantores do estilo de Agnaldo Rayol, Agostinho dos Santos. Se jogar bem, Núbio Flávio bate na desconfiança e minimiza seu nome de cantor de churrascaria. De boa, sem picardia.

Valderrama
Valderrama, volante, é o principal jogador do ABC. Tem personalidade e é um senhor guardião dos zagueiros. Faltam ao mais querido um ou dois meias, homens de criação. O ABC sempre cintou com uma referência na meia-cancha.

Goleiro
Com a chegada de Rafael, ex-Globo, o ABC ganha um goleiro de respeito e com estampa de titular. Erivelton também é seguro, mas Rafael deve ser o titular de início.

Na Justiça 

O técnico Sérgio Soares, que trabalhou no ABC na Série C, é mais um a colocar o clube na Justiça do Trabalho. Não interessa se ele foi bem ou mal. Interessa é o afundamento do clube em dívidas que ultrapassam (só em reclamações trabalhistas) a R$ 14 milhões.

Tanque 

No América, o estilo tanque fica no atacante Wallace Pernambucano. Ele chegou com pompa de goleador e não ia bem nos treinos. Marcou seu gol contra o Santa Cruz e ganhou uma trégua da torcida que está entusiasmada pelos dois jogos.

Regularidade 

O técnico Waguinho Dias cobrou do time regularidade mesmo tendo ganho os dois primeiros jogos. “Sei do potencial de cada um”, declarou aos jornalistas. Também reclamou do calor. Aí é transferir o América para a Noruega.

Patrocínio

ABC e América assinam com uma empresa provedora de internet novo contrato de patrocínio. Será no Nau Restaurante do Cidade Jardim às 13h30. Modelo eficaz de atração de parcerias é o dos dois maiores clubes unidos para captar recursos. Deixa a arenga besta para os torcedores em dia de clássico. Fora de campo, os dois devem caminhar de acordo com interesses comuns.

Luís Fabiano

O Botafogo da Paraíba pensou bem e desistiu de contratar o atacante Luís Fabiano, titular da seleção brasileira na Copa de 2010, quando a escassez de talentos já assustava. Luís Fabiano está contundido e sem jogar desde 2017. Uma maluquice evitada a tempo.
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