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Bruxa encantadora

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Rubens Lemos Filho
Marinho Chagas disparou pela esquerda. Olhando para a frente e controlando a bola. Morumbi com 60 mil pessoas e Marinho dominando o latifúndio em toques definitivos de beleza. Até o drible puxando a gorducha para o lado direito.
Parece uma trena, perfeita na medição. Marinho lança direto no pé do centroavante Serginho Chulapa. Que domina com a dificuldade dos artilheiros brutos. O goleiro Leão fecha o ângulo e Serginho bate seco, sem defesa.
Marinho e Serginho correm abraçados. Dois peraltas se divertindo. Leão, o boçal, senta e assiste o balanço dos dois libertos, dos moleques contrariando regras.
Tenho o DVD de São Paulo 3×0 Grêmio no Morumbi pela primeira fase do Campeonato Brasileiro de 1981.  O tricolor favoritíssimo para ganhar o título. Somente o Flamengo de Zico seria ameaça. O Grêmio de Paulo Isidoro ressurgiu e papou o caneco.
Um timaço o São Paulo com Valdir Peres; Getúlio, Oscar, Dario Pereyra e Marinho Chagas; Almir; Renato e Éverton; Paulo César, Serginho Chulapa e Zé Sérgio.
É um crime o desprezo a Marinho Chagas, que morreu há cinco anos como se fosse um banal. Marinho é, ( gênios não morrem), o maior jogador do Rio Grande do Norte em todos os tempos.
Está entre os três melhores do Brasil em sua posição teórica(a prática era a liberdade), com Nilton Santos e Júnior e na trinca dos melhores do mundo na primeira metade da década de 1970: Marinho Chagas, Breitner(Alemanha) e Zmuda(Polônia).
Voo de gaivota é a semelhança de Marinho. Gênio em 1974, ídolo do Botafogo, depois trocado por três cobras da Estrela Solitária: Rodrigues Neto, Gil e Paulo Cézar Caju, um dos melhores do mundo.
Marinho era, senhores, esplêndido. Partia em diagonal caindo pelo meio-campo, criando, lançando, driblando, chutando bólido. Marinho foi amado e adorado. Menos em Natal. Sinto falta de Marinho como que a provar sua maestria:” Vem Marinho, mostre aqui aqueles dois gols de fora da área contra a Colômbia”.
O Brasil terminou a Copa da Argentina invicto e em terceiro lugar. Faltaram três saltimbancos: Marinho, Falcão e Paulo César Caju. O desprezo de Cláudio Coutinho abateu Marinho, que respondeu dando show no Cosmos dos Estados Unidos. Pelé indicou Marinho e foi a glória. Apenas Natal, a madastra, esquece a Bruxa de lances abençoados. Descansa Marinho, dorme pesado menino grande.
Estrela
O garoto potiguar Gabriel Veron, potiguar campeão mundial Sub-17, começa a viver como popstar. Sua conta no Instagram chegou a 224 mil seguidores, enquanto Carlos Eduardo, o titular do time principal, conta com 60 mil pessoas lhe acompanhando.

Reconhecido
Gabriel Veron recebe milhares de mensagens via internet e diz que não consegue responder a todas, mesmo tentando. É uma joia potiguar que necessita de orientação permanente. É para jogar no titular do Palmeiras, desde que a cabeça esteja em ordem, despida de deslumbramentos.

Detector de metal
A Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados aprovou proposta que obriga uso de detectores de metais no controle da entrada de eventos esportivos com público superior a 10 mil torcedores.
Substitutivo
O texto aprovado é o substitutivo do deputado Júlio Cesar Ribeiro (Republicanos-DF) ao Projeto de Lei 924/15, da ex-deputada Dâmina Pereira. O relator optou por incorporar as mudanças no Estatuto do Torcedor, que já traz normas de segurança em estádios.
ABC luminoso
No dia 14 de dezembro de 1983, o ABC conquistava o campeonato estadual e impedia o penta do América. Aquele time alvinegro foi o melhor da história do assassinado Machadão. O jogo foi tenso. A poucos minutos do início, um homem invadiu o gramado e esmurrou o lateral-esquerdo Wassil, do América, hoje técnico de futebol.
Gols
Em 1983, o ABC marcou 114 gols, recorde absoluto até hoje. Sua dupla de área, Marinho Apolônio e Silva, comandou verdadeiros espetáculos  para a Frasqueira. Juntos, fizeram 63 gols, sendo 32 de Silva e 31 de Marinho Apolônio. Hoje, qualquer bocó com 9 gols é considerado artilheiro importante.

Final

Na final, o América abriu 1×0, gol de Ailton, meia ex-Vasco e América(RJ) aos 3 minutos de partida. O artilheiro Silva empatou aos 42 minutos do segundo tempo. O árbitro foi Arnaldo César Coelho, hoje comentarista.

Times

ABC: Lulinha; Alexandre Cearense, Joel, Alexandre Mineiro e Dudé; Nicácio(Arié), Dedé de Dora e Marinho Apolônio; Curió, Silva e Djalma(Haroldo). Técnico; Erandir Montenegro. América: Rafael; Ivã Silva, Jailson, Argeu e Wassil(Soares); Baltasar, Valério e Ailton; Amilton Rocha, Tião Marçal e Severinho. Técnico: Laerte Dória.
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