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Busca da PF gera embate entre Senado e Supremo

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Daniel Weterman e Breno Pires
Agência Estado
Brasília (AE) – A operação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, que vasculhou ontem gabinetes do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), abriu uma nova crise entre os Poderes. Após a ação, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), reagiu e disse que questionará a ofensiva na Corte.

Fernando Bezerra Coelho e o filho são suspeitos de receberem R$ 5,538 milhões em propinas


Fernando Bezerra Coelho e o filho são suspeitos de receberem R$ 5,538 milhões em propinas

#SAIBAMAIS#Bezerra e seu filho, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE) – também alvo da operação -, são suspeitos de receberem R$ 5,538 milhões em propinas, segundo a PF.  Alcolumbre, porém, contestou a realização de busca e apreensão nos gabinetes da liderança do governo e do parlamentar – na época dos fatos investigados, Bezerra não tinha mandato de senador. A Procuradoria-Geral da República havia se manifestado contrária a essa medida, solicitada pela PF.

O episódio desgastou as já conturbadas relações entre STF e Senado. Dentro da Casa, parlamentares pressionam Alcolumbre para autorizar a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar ministros do tribunal – a CPI da Lava Toga. Outro foco de tensão são os pedidos de impeachment protocolados no Senado contra integrantes da Corte.

A ação da Polícia Federal que teve como alvo Fernando Bezerra Coelho pegou de surpresa senadores, que manifestaram preocupação com o futuro da articulação política do Planalto na Casa e com uma eventual saída de Bezerra do cargo. Após colocar o cargo à disposição do presidente Jair Bolsonaro, Fernando Bezerra foi até à residência de Alcolumbre para tentar esclarecer os fatos da investigação. Alcolumbre se disse surpreso com a investigação e com a ação da PF no Senado. Ele ainda criticou o fato de a busca ter sido determinada individualmente por Barroso.

Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto ontem, nem em redes sociais nem na live que costuma fazer às quintas-feiras.

Em nota divulgada após as críticas de Alcolumbre, Barroso disse que a decisão “foi puramente técnica e republicana” e que a investigação de fatos criminosos pela PF e a supervisão de inquéritos policiais pelo STF “não constituem quebra ao princípio da separação de poderes, mas puro cumprimento da Constituição”.

Defesa
O advogado André Callegari, que defende Bezerra, classificou a operação como uma retaliação pela atuação do parlamentar contra abusos de órgãos de investigação. “Primeiro, teve uma declaração dele (Bezerra) sobre o Moro ser esquecido”, disse Callegari, ao citar frase do senador ao Estado, de que, uma vez fora do governo, o ex-juiz da Lava Jato poderia ser esquecido em 60 dias.

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