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Cacos do espelho

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Foi a classe política que jogou no próprio rosto a lama que hoje, ressecada, é a feia máscara que a sociedade rejeita e os jovens repudiam. Principalmente nos anos recentes com o vigor da Operação Lava Jato, tracionada pela força propulsora das redes sociais. Em meio a isto, veio também o caudal de um açodamento que acabou confundindo a política com os políticos, o que só desserviu à conscientização coletiva do estado democrático de direito.

O processo, confuso e convulso, por isso mesmo não depurou nem a política nem os mais diversos estamentos da sociedade. Se a esfera política praticou excessos, teve como sua parceira a esfera privada. É bom não esquecer que a corrupção só opera com parceiros ativos e passivos. É preciso de uma mão que se estenda com a propina e outra que a receba, embora a conta acabe com a viúva, que é como o vulgo chama o Estado e as suas tetas generosas.

A posição é quase sempre cobrada dos políticos, mas teve a parceria de alguns dos empresários mais importantes, hoje ícones do mau exemplo. E mesmo quando fazem a política privada, no âmbito de suas instituições, acabam numa prática dos feios vícios que assacaram contra os políticos. Do continuísmo que estupra as normas à base do populismo disfarçado, a esticar mandatos, patrocinar viagens inúteis, promover regalias e regabofes.

O microcosmo repete o macrocosmo. A vila copia a cidade, esta espelha a metrópole, e o Estado retrata o País. Noutra dimensão se move a Nação, o conjunto dos seus cidadãos, pobres, remediados e ricos, anônimos e célebres que nas eleições, na hora do voto, secretam o fel das decepções. O modelo nascido na Colônia cursou o Império e proclamou a República a fabricar pobres e ricos sem trânsito vertical na pirâmide social, com exceções.

Sem líderes de espírito público e cheia de chefes gestores das suas contas bancárias que lastreiam o espaço no jogo de poder, somos dois países e duas nações num conflito silencioso. Hoje já exercitando o caminho das ruas como campo de lutas e reivindicações e agora, no novo milênio, com o celular, essa ferramenta mobilizadora das forças coletivas, a emitir e receber mensagens ao vivo e de forma simultânea, sem o controle da dominação. 

Não diria Senhor Redator, como nos desfechos das velhas fabulações, que agora é tarde para enganar. A mitificação que gera o mito e, pior, a mistificação que nutre a magia, são processos que ainda fazem parte da roleta do poder. Hienas com pele de coelho e riso enganador mostrando os dentes afiados que devoram, sem os lábios que beijam e pacificam. Até que outra vez a sociedade reconstrua uma vida republicana em nome da paz social… 

Palco

ESPIÕES – Depois do livro que identifica e documenta os lugares históricos em Natal na Segunda Guerra, vem ai a grande pesquisa inédita sobre a espionagem de guerra em Natal.  

QUEM? –
A pesquisa – iniciada há alguns anos – vem sendo feita pelo pesquisador Rostand Medeiros a partir de vários documentos autênticos oriundos dos EUA, Itália e da Alemanha.

VALOR –
Rostand já lançou dois livros hoje considerados indispensáveis sobre a Segunda Guerra em Natal, com os episódios, fatos e lugares históricos e agora pesquisa sobre espiões.

OLHOS –
Tudo indica – na publicação do livro será possível mostrar – que havia em Natal  a espionagem e a contraespionagem com registros em documentos de Berlim e Washington. 

ACERVO –
Hoje o mais importante trabalho de apoio editorial sobre a II Guerra no Estado vem sendo feito pelo editor José Correia, da editora Caravela, que já lançou quatro livros.

ALIÁS –
São livros indispensáveis para o governo que deseja consolidar o valor histórico da “Conferência do Potengi” que acaba de instituir como parte do calendário turístico-cultural.

DINO –
O Rio Grande do Norte tem a chance de comprovar, de forma científica, o primeiro sinal da presença de dinossauro na área de cavernas pré-históricas no município de Jandaíra.

ACHADO –
Vem sendo estudado por arqueólogos na UFRN parte de um osso que pode ser do úmero (antebraço, o maior osso) de um dinossauro de proporções gigantes e raro aqui. 

Camarim

BILHETE – Ao leitor que assinou com as iniciais J.M.S. no elogio à tendência desta coluna de procurar opinar sobre assuntos que fazem parte da vida cotidiana. É verdade. Já bastaria a lição do gênio Charles Chaplin – “A vida é um assunto local” – para justificar. E nada mais.

AINDA –
Assim, há outros condimentos indispensáveis que estão nas páginas dos velhos e clássicos manuais de jornalismo – de John Hohenberg, norte-americano; e Fraser Bond, este inglês: a lei da proximidade jornalística mesmo num mundo tão marcado pela globalização.

ABSURDO –
Se o prefeito Álvaro Dias permitir mais um quilômetro de enrocamento na orla de Ponta Negra vai para o livro dos recordes como o autor do maior ninho de rato já feito no mundo. Devia visitar a casa de Cassiano Arruda, em Jacumã, para ver como se faz. O sistema “Lego” é a solução eficiente. 

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