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Caern busca garantir abastecimento

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A previsão de boas chuvas no Rio Grande do Norte em 2019 vem se confirmando: as precipitações com volume “na média” e “acima da média” foram registradas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn) em 88 municípios do Estado ao longo deste mês de fevereiro, e se o comportamento do clima continuar favorável a perspectiva é que a crise hídrica – que insiste em dificultar o abastecimento de água – dê uma trégua. Porém, independente das instabilidades meteorológicas, a Companhia de Águas e Esgotos (Caern) tem planejado ações para garantir que os sistemas de adutoras que cortam o território potiguar continuem funcionando sem atropelos.

Segundo a Caern, 92 cidades no Estado estão em sistema de rodízio. Companhia pretende interligar adutoras no inerior para garantir abastecimento


Segundo a Caern, 92 cidades no Estado estão em sistema de rodízio.
Companhia pretende interligar adutoras no inerior para garantir
abastecimento

#SAIBAMAIS#Como a recarga de mananciais ainda é uma possibilidade, a Companhia tem buscado viabilizar medidas para afastar o fantasma da seca. Atualmente, cinco municípios permanecem em situação de colapso no abastecimento: Pilões, São Miguel, Paraná e João Dias, na região do Alto Oeste; e Cruzeta no Seridó. Outras 92 cidades estão sendo atendidas em sistema de rodízio.

Nos planos da Caern figuram a construção de novas adutoras, reativação e manutenção de adutoras emergenciais, interligação de sistemas e fiscalização.

A oferta de água é regular na Região Metropolitana de Natal e no litoral Leste do Estado, embora bairros da zona Norte da capital tenha passado enfrentado um período de racionamento. 

Os casos mais severos de falta de água estão concentrados no Alto Oeste, na região de Pau dos Ferros, e a Caern tem executado obras e elencado alternativas para assegurar o abastecimento.

“É provável que a adutora de engate rápido, que traz água da barragem de Santa Cruz do Apodi e liga Itau a Pau dos Ferros, volte a funcionar a plena carga. Assim evitamos um possível colapso no abastecimento”, explicou Isaías Costa Filho, engenheiro civil e sanitarista, chefe de gabinete e assessor técnico da diretoria de Operações da Caern.

A vazão da água que abastece a cidade já foi reduzida em função da baixa oferta na região. Isaías acredita que, para evitar medidas emergenciais na região como o acionamento da adutora emergencial, as chuvas precisam recarregar de forma satisfatória a barragem de Pau dos Ferros nos próximos dois meses. O reservatório que abastece o município está com apenas 2,35% de sua capacidade máxima, o equivalente a 1,29 milhões de metros cúbicos de um total de 54,846 milhões de m³ possíveis.

O assessor técnico da diretoria de Operações da Caern informou que a adutora emergencial de engate rápido tem passado por manutenções frequentes. “É uma estrutura de vida útil curta, foi utilizada por cerca de quatro anos, mas a rigor não parou definitivamente de funcionar para atender momentos mais críticos. Está preparada estrategicamente para operar quando houver necessidade. A adutora salvou e vem salvando Pau dos Ferros”.

Isaias Costa: prioridade é o abastecimento humano

Isaias Costa: “prioridade é o abastecimento humano”

Armando Ribeiro Gonçalves
O maior e mais importante reservatório do RN, a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves (BARG) abastece quatro sistemas adutores: Sertão Central Cabugi, Serra de Santana, Assu-Mossoró e Médio Oeste, mais as adutoras emergenciais de engate rápido que abastecem Caicó e Jucurutu no Seridó. Com seus 2,4 bilhões de m³ de capacidade máxima de armazenamento, o nível da barragem está em 19,86%.

O baixo volume da barragem tem dificultado o abastecimento de cidades atendidas pela adutora Médio Oeste: as redes que abastecem os municípios de Triunfo Potiguar, Paraú, Campo Grande, Messias Targino, Janduís e Patu continuam funcionando em sistema de rodízio.

Municípios que recebem água da Adutora Sertão Central e são abastecidas a partir do Canal do Pataxó como Angicos, Fernando Pedrosa, Lajes, Caiçara do Rio dos Ventos, Pedra Preta, Jardim de Angicos e Riachuelo também enfrentam dificuldades.

Para contornar a dificuldade de captação na BARG, que também abastece a Sertão Central, a Caern tem bombeado água do rio Piranhas-Açu para o Canal do Pataxó. A Companhia informou que o “nível na barragem não permitia mais que a água chegasse por gravidade” e acrescentou que, por ora, “a situação está controlada”. Entretanto, se o nível continuar caindo e as chuvas não se confirmarem, o abastecimento pode ser impactado.

Outro problema enfrentado pela população abastecida pelo Canal do Pataxó, e identificado pela Caern, são os constantes desvios de água: produtores rurais instalados ao longo do Canal subtraem irregularmente água que deveria abastecer povoados e cidades. “Subtrair água à revelia resulta em falta, e na crise hídrica a prioridade é o abastecimento humano. E, em via de regra, esse desvio é para uso na irrigação”, disse Isaías Costa Filho, engenheiro civil e sanitarista.

Costa Filho esclareceu que a Companhia não tem poder de polícia e que pode autuar, recomendar, “mas não podemos multar, pois esses produtores não são clientes da Caern”.

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