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Caindo e Levantando

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Daniel Get Up (2016, Independente)
Devagar e sempre, o hip hop potiguar segue avançando e expondo suas ideias a públicos cada vez mais amplos. Novato na área, o rapper natalense Daniel GetUP lançou o primeiro álbum no ano passado, “Caindo e levantando, já causando algum burburinho com a primeira música de trabalho, “Dinheiro, fama e poder”, cujo videoclipe obteve alta rotação na MTV e também ganhou destaque no portal de música Brasileiríssimos. Daniel propõe um hip hop orgânico, priorizando a instrumentação convencional aos beats programados. O resultado são canções que passeiam entre o rock, folk e reggae numa levada quase pop. A produção do músico Diego Brasil atesta o efeito. A funkeada “Rolés pela city” tem potencial radiofônico. O reggae “Luz da consciência” também é grudento, enquanto “Quebrar a barra” pesa mais no dub. As rimas do MC, leves e positivas, caem bem em músicas como “Te dou uma flor” e “Esperança”. (Por Tádzio França)

N.T.E. – “Anatomia da cidade”
(2016, Microfonia)

Após algumas demos e o primeiro disco – de 2015 e que leva o nome da banda, Nem Todos Esquecem –, o quarteto natalense de punk à la 1977 encabeçado pelo inquieto vocal de Alexandre Falante (ex-Raça Odiada) vem neste segundo álbum com exatas 20 faixas, como na estreia. A urgência aqui brada mais alto (a composição mais longa tem três minutos) em faixas como a de título ramonesco “Não aguento mais a humanidade”, com riffs entre o heavy metal (!) nas estrofes e guitar rock no refrão, ou “Quando eu vi a desgraça no meio da rua”, rápida feito o hardcore dos anos 80 e nada de solos. O disco guarda pequenas surpresas, caso da pós-punk quase dançante “A tristeza por trás do meu sorriso”, com bela linha de baixo com efeito de chorus, e a intempestiva “O abismo que eu enfrento é não é físico, é mental”, esta com um começo falado à la Jello Biafra. O título do disco fica explícito em “Onde estão as crianças do Planalto?”, clara denúncia dos problemas sociais do bairro de periferia da capital potiguar, e “A história não contada da história de Natal”, com claros ecos de Dead Kennedys e crítica em evidência (mentes vazias / em plena euforia / em pleno corredor da folia). Terminando com a climática “Pelo menos por um instante”, a fisionomia percebida pelo N.T.E. é bem mais que mera descrição desta urbe dos trópicos. (por Alexandre Alves)

“Mad Grinder + Thee Automatics – MGTA”
(2016, Deserto Records)

Aparentemente discrepantes em suas propostas sonoras, duas bandas potiguares se unem para lançar um CD-split com 10 faixas. A falsa discordância gerada por rótulos se desfaz após a primeira audição: o gosto pelo barulho une interior e litoral. Os mossoroenses do Mad Grinder, já com 2 EP’s e o disco de estreia de 2013 na bagagem, abrem a gravação com “Save yourself”, música inspirada que já convence a seguir ouvindo o álbum. O trio flutua entre o mais pesado e alguma leveza, mas sempre com guitarras como carro-chefe, a exemplo de “Indifference”. Os já decanos Thee Automatics abrem sua parte com “Another you” – com backing vocals e guitarra de Dante Augusto (ex-Calistoga) – e mais uma vez aqui acertam em cheio numa melodia grudenta e aquele refrão, característica consagrada pelo grupo. Em “Mad reminder” (no mínimo, o título é uma alusão ao Mad Grinder, que devolve com a faixa “Automatic man”), os vocais ficam por conta de Christiane Pimenta e a bateria vem sem nenhuma virada (!). Terminam com o longo tema instrumental “Labirinto jazz”, gravado ao vivo no festival Under The Sun e com Adriano Azambuja (A Máquina) na guitar solo e teclas, às vezes tocando ambos ao mesmo tempo. Recomenda-se ouvir alto! (Por Olga Costa)

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