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Caixa-preta

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Lydia Medeiros

Quase 90% das despesas do Poder Judiciário são com pessoal — cerca de R$ 70 bilhões. Na conta, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, estão incluídos ainda R$ 4,7 bilhões em benefícios diversos. Em plena crise, o CNJ tenta desvendar como é gasto o dinheiro dos tribunais e quer saber, ainda esta semana, o valor dos salários pagos aos juízes de todo o país. Apesar do esforço, ainda acontecem extravagâncias. O Tribunal Superior do Trabalho resolveu comprar uma nova frota de carros de luxo. São 22 veículos, modelo sedan grande, ao custo de R$ 3,9 milhões, segundo a ONG Contas Abertas.

Coração de estudante
O senador José Serra (PSDB-SP) ligou ontem de manhã para o deputado Betinho Gomes (PSDB), relator da Medida Provisória 777, que cria a TLP, taxa de juros para substituir a TJLP nos empréstimos do BNDES, para avisar que faria emendas ao texto na reunião da comissão especial que analisa a proposta. Mas não contou ao colega de partido que também apresentaria uma questão de ordem, o que terminou provocando brigas e o adiamento da votação. Serra só antecipou a manobra ao petista Lindbergh Farias, presidente da comissão. Até hoje, a única identidade conhecida entre o tucano e o petista era o passado comum de presidentes da UNE.

Papéis trocados
A TLP, aliás, é mais um tema que divide o PSDB. Ontem, depois da confusão na comissão especial da medida provisória que cria a nova taxa, Tasso Jereissati, presidente interino do partido, da ala que prega a saída dos tucanos do governo, mas defende a medida, foi chamado para ajudar a retomar a sessão abortada por Lindbergh Farias e José Serra.

Capital no vermelho
Rodrigo Rollemberg entrou no clube dos governantes falidos. O governo do Distrito Federal achou um rombo de R$ 170 milhões nas suas contas e decidiu parcelar o pagamento dos salários acima de R$ 7,5 mil líquidos por mês — quantia invejável para a maioria dos brasileiros. Como no setor público vale tudo, sete conselheiros e procuradores do Tribunal de Contas do DF resolveram aprovar um adicional de R$ 1,6 milhão, sob a justificativa de cobrança retroativa do auxílio-moradia. Já ganham salário de R$ 30 mil e têm cargo vitalício. Sem contar benefícios. A título de auxílio-moradia, são R$ 4,3 mil mensais para residir na cidade em que vivem e trabalham, Brasília.

Bolso cheio
Em tempos de reforma da Previdência do cidadão comum, o Ministério Público Federal decidiu ampliar por mais um ano investigação sobre políticos que têm acumulado a aposentadoria de ex-governador com a de ex-parlamentar. Descobriu-se que a soma dos benefícios supera o teto constitucional, que virou ficção nos três poderes.

Matemática eleitoral
A eleição no Amazonas entrou na reta final. Os candidatos Amazonino Mendes (PDT) e Eduardo Braga (PMDB) foram alertados de que podem acabar derrotados pela soma de votos nulos, brancos e abstenções. No primeiro turno, um em cada quatro eleitores do estado nem se deu ao trabalho de sair de casa para votar.

À moda antiga
A tentativa de delação do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil) decepcionou investigadores da Lava Jato. A avaliação é que ele nem avançou nas descobertas dos procuradores nem entregou provas dos esquemas que havia prometido mencionar. “Ele está muito tímido. A gente quer um relacionamento profundo. Não é só pegar na mão. A gente quer sair para jantar e tomar um vinho”, brincou um dos responsáveis pela negociação do acordo.

Estrela no peito
Renan Calheiros faz um giro por Alagoas ao lado de Lula. Hoje, vão a Arapiraca. Oposicionistas locais alardeiam uma futura aliança para a disputa presidencial: Lula, com Renan na vice. Petistas alagoanos silenciam.

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