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Câmara Municipal revoga atos da Ditadura

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DEMOCRACIA - Agnelo Alves foi compensado pela manifestação popularO prefeito de Parnamirim, Agnelo Alves (PSB), recebeu “com muita alegria” a revogação do ato da Câmara Municipal de Natal, que em 1969 cassou seu mandato como prefeito da Capital por imposição da Ditadura Militar. Agora no segundo mandato de prefeito de Parnamirim, Agnelo Alves disse que um dos títulos de que mais tem orgulho foi o fato de ter sido banido da vida pública pelo Regime Militar, “na época em que só poderiam sobreviver os que se submetiam à força ou se associavam às torturas, e aos que faziam parte do grupo que tomaram o poder pela força”.

Agnelo Alves afirmou ser “muito grato aos vereadores de hoje”, embora não condene os que lhe cassaram o mandato, “porque o fizeram sobre a ponta das baionetas, mas antes tarde do que nunca”. “Já antes o povo de Natal elegera o meu filho Carlos Eduardo prefeito da cidade, o que me faz assim duplamente recompensado por não ter cedido, ter resistido e ter sobrevivido”, reforçou Agnelo, que também falou sobre a revogação do ato que baniu da vida política o ex-prefeito Djalma Maranhão, morto no exílio, em Montevidéu, no Uruguai, em 30 de julho de 1971.

“Lamento que ele não tenha conseguido sobreviver por tanto tempo, como eu sobrevivi, sem duvida algum também foi merecedor por todos os títulos, inclusive por ter amado Natal, por isso mesmo distante da cidade, morreu de saudades”, disse Agnelo.

Para o presidente da Câmara Municipal, vereador Rogério Marinho, “toda cidade, todo povo tem o dever de cultuar sua história, seu passado”.

Por isso, diz que a atitude da Casa “vem resgatar de maneira justa, mesmo depois de mais de 30 anos, a memória e a história de homens ilustres desta cidade, que vivenciaram fortemente, este período triste de arbitrariedades do nosso país, como o prefeito de Parnamirim, Agnelo Alves e o saudoso Djalma Maranhão. E isto não queremos que se repita”.

O vereador Fernando Lucena (PT) falou na sessão da quarta-feira, dia 5, sobre o decreto legislativo nº 014/2006 de autoria dos 21 vereadores, revogando a Resolução nº 42/1964, que declarou impedimento do prefeito Djalma Maranhão e do vice-prefeito Luiz Gonzaga dos Santos e da Resolução nº 100/1969 decretando o impedimento do prefeito Agnelo Alves, durante o período em que o Brasil vivenciou o período de regime fechado imposto pela ditatura militar.

Fernando Lucena ressalta a coragem da legislatura atual em reescrever a história desta cidade, honrando a memória de homens e mulheres que foram massacrados pelos militares e que durante 30 anos sofreram com o maior regime repressor que o Brasil vivenciou em toda a sua história.

Já o presidente municipal do PMDB, vereador Hermano Morais (PMDB), disse que o novo ato da CMN valoriza o processo democrático brasileiro: “Foram atos equivocados da CMN, impostos por um regime autoritário e que hoje, a os vereadores da cidade fazem justiça a história política de Djalma Maranhão e Agnelo Alves”.

O vereador Edivan Martins (PV) disse que “não se apagará a lembrança do jipe vermelho, não vai ser derrubado o Palácio dos Esportes, nem acabará o sofrimento da família de Djalma Maranhão”, mas entende que Maranhão é um “símbolo da resistência”, assim como Agnelo Alves é o “símbolo da modernidade e da competência administrativa”.

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