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Caminhoneiros convocam nova assembleia para se mobilizar por greve

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Caminhoneiros autônomos de todo o País marcaram uma nova assembleia, sem
ainda data definida, para tentar angariar apoio e definir as pautas de
uma nova greve nacional que vem sendo articulada pela categoria para o
dia 1º de fevereiro.

Na reunião online na noite desta quarta-feira, 13, com cerca de 50
lideranças dos caminhoneiros, foi discutida uma pauta que vai desde
manifestações contra o projeto BR do Mar (que incentiva a navegação pela
costa brasileira) ao piso mínimo do frete e reclamações contra a
política de preços de combustíveis.

O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) manteve a
convocação para a greve em 1º de fevereiro. O presidente da entidade,
Plínio Dias, afirmou que a definição da pauta é importante para colocar
na mesa e ser chamado para diálogo com os órgãos responsáveis. “Até
agora não fomos recebidos pelo governo, por isso a paralisação”,
explicou ele aos demais motoristas.

“O que você está achando, meu irmão? O senhor tem condições de rodar com
seu caminhão nesse País, com combustível caro, insumo caro, tudo
aumenta, tudo sobre e o frete está uma desgraceira. Pessoal, 250 litros
de diesel está quase R$ 1 mil. Não tem mais cabimento. De Curitiba para
São Paulo sobra R$ 150 no final da viagem e está com o tanque seco, não
sobra nada. Quem acha que a situação está ruim, pare dia 1º”, convocou
Dias num grupo de WhatsApp. “Tem pessoas aí que ficam atrás de
lideranças que se dizem de caminhoneiros alegando que não precisa parar.
Isso é uma afronta. Às vezes essas pessoas não tem problemas, não tem
caminhão, não estão nem aí para a categoria que representam. Mas garanto
que já estão aparecendo muitas pessoas para o dia 1º.”

As últimas tentativas de greve da categoria não vingaram por rachas
entre as diversas entidades representativas no País. O governo federal
aposta justamente nessa divisão para tentar desmobilizar a greve.

Na Região Sul, caminhoneiros prometem em grupos de WhatsApp bloquear
cidades e fábricas de alimentos, o que pode afetar o abastecimento de
supermercados.

O interlocutor da categoria no governo tem sido o ministro da
Infraestrutura, Tarcísio Freitas. O ministério questiona a
representatividade da Associação Nacional do Transporte Autônomos do
Brasil (ANTB), que mais cedo previu que a greve poderia ser maior que a
realizada em 2018. “O Ministério da Infraestrutura (MInfra) esclarece
que a Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB) não é
entidade de classe representativa para falar em nome do setor do
transporte rodoviário de cargas autônomo e que qualquer declaração feita
em relação à categoria corresponde apenas à posição isolada de seus
dirigentes”, disse a pasta por meio de nota.

O ministério destacou a necessidade de entender o “caráter difuso e
fragmentado de representatividade do setor”. “Nenhuma associação isolada
pode reivindicar para si falar em nome do transportador rodoviário de
cargas autônomo, e incorrer neste tipo de conclusão compromete qualquer
divulgação fidedigna dos fatos referentes à categoria”, acrescenta.

O Ministério da Infraestrutura informou ainda, por meio de sua
assessoria de comunicação, que há uma agenda permanente de diálogo com
as principais entidades representativas da categoria por meio do Fórum
do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), além de reuniões constantes
com lideranças da categorias. “O restabelecimento do fórum, desde 2019,
tem sido o principal canal interativo entre governo e setor e qualquer
associação representativa que deseje contribuir para a formulação da
política pública pode requerer a sua participação para discutir
eventuais temas de interesse da categoria.”
Estadão Conteúdo

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