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Campanha em SP desiste do ataque pessoal

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ELEIÇÕES - Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab afirma que propaganda do PT demonstra medo de perder as eleições São Paulo – Sob pressão de eleitores e de dirigentes do próprio PT, o comando da campanha de Marta Suplicy retirou ontem do ar o comercial com questionamentos sobre a vida pessoal de Gilberto Kassab (DEM), mas a ordem no comitê petista é insistir na estratégia de “desconstruir” a imagem do prefeito. A equipe de Marta avalia que é necessário carimbar Kassab como “filhote do malufismo”, mostrar seu DNA político e imprimir tom agressivo à disputa para demarcar diferenças entre dois projetos.

A tática adotada até agora, porém, desagradou a várias correntes que compõem o mosaico ideológico do PT. O comentário nos bastidores do partido é que, embora a propaganda perguntando se Kassab é casado e tem filhos tenha sido suspensa – conforme antecipou a “Agência Estado” -, a questão despolitizou o debate de tal forma que promete dominar a corrida em São Paulo. “Os responsáveis pela campanha da Marta deram um passo totalmente errado ao tratar da vida pessoal do prefeito”, afirmou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), um dos que pediram o corte do comercial na TV. “Se tivessem pensado melhor, não teriam feito isso.”

Suplicy disse ter conversado com a ex-mulher sobre o assunto, na segunda-feira, e recomendado que mudasse de rota. “Tivesse Paulo Maluf perguntado a Luiza Erundina, na eleição de 1988, se ela era casada e tinha filhos, Marta seria a primeira a protestar”, observou Suplicy. “De qualquer forma, ela ainda pode reverter esse quadro difícil se destacar as coisas boas que fez e suas propostas.”

Prefeita de São Paulo entre 1989 a 1992, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) também pediu mudanças na campanha de Marta. Solteira e sem filhos, Erundina confessou ter ficado “assustada” com o tom da propaganda do PT, que, na sua definição, foi “preconceituosa, conservadora, infeliz” e provocou constrangimento nos aliados. “Mas meu descontentamento não se refere apenas à questão sobre o estado civil do prefeito, que deu margem a insinuações sobre homossexualismo. Eu acho que ficar nesse embate agressivo é desperdício de tempo”, comentou a ex-petista.

Na avaliação de Erundina, que chegou a ser cotada para vice da chapa liderada por Marta, a eleição paulistana se transformou numa “guerra de números” e ataques sem fim. “É só quem mente, quem não mente, quantos quilômetros um fez, quanto o outro deixou de fazer. Além de não ter importância, essa discussão não contribui em nada para a mudança da cultura política”, argumentou.

Até mesmo o ex-ministro José Dirceu, aliado de Marta, condenou publicamente a tática adotada no segundo turno da campanha. Em seu blog, Dirceu afirmou não haver mais “nenhuma dúvida” de que foi um erro questionar a vida privada do prefeito e disse que o PT deveria pedir desculpas ao eleitor. “Como diz o ditado popular, um erro, por mais desgraçado que seja, não justifica outro. Portanto, temos que pedir desculpas e refazer a peça de campanha, retirando essa parte”, escreveu o deputado cassado no escândalo do mensalão. Apesar desse senão, Dirceu elogiou a artilharia política voltada contra Kassab. Mais: insistiu em que a campanha de Marta não pode deixar que a discussão pessoal se transforme no “único debate” por parte daqueles que querem derrotar o PT nas eleições presidenciais de 2010.

Juiz concede direito a resposta

São Paulo – O juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, proibiu a candidata à prefeitura Marta Suplicy (PT) de transmitir, novamente, na publicidade eleitoral gratuita na televisão e rádio, “expressões com questionamentos vagos, fugindo do direito de crítica político-administrativa”, e deu ao prefeito Gilberto Kassab (DEM) um minuto de direito de resposta no rádio. A decisão refere-se à publicidade eleitoral petista que teve início no domingo (12), em que o locutor perguntava, entre outras coisas, se o candidato era casado e se tinha filhos.

A proibição foi em resposta a uma representação da coligação ‘São Paulo no Rumo Certo’ (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC), de Kassab, contra a coligação ‘Uma Nova Atitude para São Paulo’ (PT-PC do B-PDT-PTN-PRB-PSB), de Marta.

A resposta deve ser dada pelo prefeito de São Paulo em até 36 horas. De acordo com a sentença, “os questionamentos feitos na propaganda, de modo subliminar, trazem no seu âmago a indagação proposital e depreciativa que, indiscutivelmente, ofende a honra subjetiva do candidato por levantar a suspeita quanto ao seu caráter e sua conduta, seja na vida pública ou pessoal”.

O juiz eleitoral entendeu que a publicidade pode causar dúvidas no eleitor, dando a entender que Kassab possa ter algo “escuso” no passado que o “descredenciaria” como candidato. Segundo Vargas, “na verdade, as abordagens negativas subliminares aos candidatos em nada acrescentam para o convencimento de o eleitor definir seu voto”. A candidata do PT pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Disputa em BH vai parar na delegacia

Belo Horizonte  – A campanha para prefeito de Belo Horizonte no segundo turno descambou para uma verdadeira guerra, com direito a ocorrência policial e tiroteio verbal entre os candidatos Márcio Lacerda (PSB) e Leonardo Quintão (PMDB). O clima quente da disputa na capital mineira ficou evidente durante um evento da Faculdade Promove, na região central da cidade, na noite de ontem (13). Quintão precisou de escolta policial para deixar o local e registrou ocorrência alegando que recebeu ameaças de um grupo de militantes do candidato socialista e ficou “sitiado” por cerca de uma hora no prédio.

Um debate entre os candidatos estava programado, mas as coordenações das campanhas alegaram divergências de agendas. No mesmo horário, por volta de 20h30, Lacerda estava em outra universidade, na região noroeste da capital – onde outro debate estava marcado. Segundo a Faculdade Promove, Quintão começou a responder as perguntas quando foi interrompido por um grupo de partidários do adversário, que invadiram o auditório e gritavam palavras de ordem.

Assessores do peemedebista acionaram a Polícia Militar, que teria aconselhado o candidato a permanecer na escola até que houvesse segurança para que ele se retirasse. Quintão registrou a ocorrência na 1ª Delegacia Distrital. A campanha de Lacerda não se posicionou sobre o episódio. Ontem, o juiz integrante da Comissão de Fiscalização da Propaganda Eleitoral de Belo Horizonte, Marcos Flávio Padula, deferiu parcialmente representação da campanha do PMDB e determinou que não seja retransmitido o vídeo no qual o peemedebista, em evento de campanha para seu pai, Sebastião Quintão (PMDB), este ano, em Ipatinga (MG), conclama os presentes a “chutar a bunda” dos petistas.

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